Se alguma árvore se dá bem por aqui, é o marmeleiro: Desde as encostas do castelo, às margens do rio, aos terrenos da vinhas e nabais. Hoje na maior parte dos casos procura sobrviver na luta contra silvas, giestas e outras infestantes. Gosta do bom trato mas sobrevive bem na adversidade. Este ano, especialmente copioso em frutas, os marmeleiros estão derreados.
Mas é, então, altura para fazer marmelada. É fácil. Mais coisa, menos coisa:
Descasque três quilos de marmelos. Retirelhe o caroço. Coza-os ( use pouca água). escorra-os. Esmague-os ou utilize a varinha mágica. Numa panela ao lume coloque o açúcar (no mesmo peso que os marmelos, se preferir um pouco menos) derretendo-o com duas ou três colheres de água da cozedura do marmelo, misturelhe a massa e deixe ferver durante cerca de 12 minutos. Não se esqueça de ir mexendo. Depois coloca em vasilhame, de preferência em malgas antigas.
Se for ao google encontrará ideias enriquecedoras. Poderá usar casca ou sumo de limão e há quem não prescinda da vagem de canela.
Amanhã para sobremesa irei experimentar o marmelo assado, conforme ideia retirada de um site
3 grandes marmelos maduros
3 colheres de sopa de açúcar
1 colher de café de canela
200 ml de vinho do Porto tinto (1 copo cheio)
Preparação:
Corte a base de cada marmelo para se aguentarem em pé e furei-os com o saca-caroço, apenas até ao caroço, onde o marmelo tem uma cavidade oca. Use a forma de bolo inglês (a rectangular, estreita e alta) e disponha os 3 marmelos grandes. Misture o açúcar e a canela e despeje parte na cavidade dos marmelos e parte na forma. Idem para todo o vinho.
Leve ao forno por quase 1 hora. O vinho ficou com consistência de xarope. Sirva em taças individuais. Se quiser mais rápido use o micro-ondas
Votos de um domingo feliz. Com marmelos e marmelada é receita infalível.
De Índia a 6 de Novembro de 2010 às 22:15
"Mudam-se os tempos mudam-se as vontades": quem tenha já umas dezenas de anos, certamente recordará que antigamente nem outra fruta, nem no caso presente falando de marmelos, nada se perdia. Ou se consumia em casa ou era vendido. Quem não se lembra de até à Vila chegarem camionetas de carga que saiam repletas de sacas de marmelos. Num ano como o presente, dá pena ver tantos e tantos marmeleiros que não podem com a "carga" e não há ninguém interessado na sua recolha. Pessoas há que ainda vão aproveitando alguns para dar aos "marranos". Aos burros dão-se maçãs, fruta esta que eles acham doce e mais suculenta. Creio mesmo que já não se "faz marmelada" como antigamente (passe a brincadeira).
Longe vai o tempo em que as donas de casa, guardavam a marmelada em malgas que para além do consumo caseiro, era guardada para quando a casa tinha visitas e era uma maneira de estas saborearem uma fatia de marmelada que acompanhava o saboroso pão de centeio. Vezes havia em que a garotada levantava o conteúdo da malga e aos poucos ia minando a marmelada por baixo, colocando a parte de cima cuidadosamente no mesmo recipiente. Ficava a mãe em estado desesperado quando as visitas ao cortarem a marmelada, constatavam que apenas existia a superfície. Quer isto dizer que se comia "com regra" para desgosto dos mais lambareiros.
De Guloso a 7 de Novembro de 2010 às 00:22
Eu adoro marmelada. Bem vistas as coisas até gosto dos próprios marmelos mesmo ao natural. E agora é o tempo.
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