Domingo, 28 de Fevereiro de 2010

CHEIAS EM VILAR MAIOR

Dizia-se por aqui: "Mal vai a Portugal quando não há duas cheias antes do Natal". Os tempos, ou melhor, o tempo já não é o que era. pelo Natal a ribeira estava seca. As cheias por aqui não são catastróficas limitando-se a espraiar-se pelas Hortas da Ribeira e, se maiores, a impedir a ligação com o Bairro de S. Sebastião que segundo informação é o que está a acontecer. Na memória popular ficaram as inundações de há cem anos (1909?) que terão levado as resguardas da ponte e os telhados dos moínhos.

publicado por julmar às 22:34
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Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2010

Nova Edição

Colegas, amigos, familiares e conterrâneos muitas vezes me pediram que lhes arranjasse um exemplar. Só agora, há dias, em arrumação dos livros num novo espaço, encontrei dois exemplares.

Fica prometida uma nova edição para o ano que corre.

publicado por julmar às 19:13
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010

CHÃO DE S. PEDRO

 

 

Chão de S.Pedro, que durante anos foi tratado como um Jardim  pelo Lopes, está agora órfão. Segundo notícias que não posso confirmar o referido chão foi legado à Misericórdia e estará agora à venda.

Quem mais dá?

 

publicado por julmar às 22:35
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Domingo, 21 de Fevereiro de 2010

Espelho de água

publicado por julmar às 22:09
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Toirão - coitado do bicho!

Os dias de neve são, por vezes, fatidicos, para alguns animais. Desta vez, a infelicidade coube a este toirão, que já leva à sua conta algumas galinhas. O povo por aqui, diz que foi o bicho. Como tenha morrido, não o sei.

publicado por julmar às 21:47
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Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2010

Poema para minha mãe

SALVE, MARIA DA GRAÇA!

No tempo que vieste à luz

Nascia o sol de Espanha, como agora

Punha-se no ocaso de sempre

Para os lados do Carvalhal.

A Ribeira enfiava pela ponte

E cantava aos saltos pelas penedias da Fraga.

E, ano após ano, com o sol a nascer

Com a ribeira a cantar

Crescia a mocinha com graça

Entre a serventia ao latoeiro, seu pai

A quem chegava a tesoura, o estanho e a liaça

E o cuidar da mula, animal de estimação

Que carregava toda a tralha

E por mor da guerra

Tinha livro de registo e identificação.

E ouvia o latoeiro cantar o hino guerrilheiro

Enquanto martelava no rebordo do caldeiro:

«Viva a Maria da Fonte

Com as pistolas na mão

Para matar os Cabrais

Que são falsos à nação

 

É avante portugueses

É avante não temer

Pela santa liberdade

Triunfar ou perecer»

De mocinha a moçoila

A dar nas vistas pela praça

Começaram os rapazes a comentar:

- Que bela que está a Graça!

E de todos o João

Foi o que teve mais sorte

Zamburreando o acordeão

Conquistou-lhe  o coração

E tomou-a como consorte.

Contra a geral opinião

Dos pais de cada um

Decidiram fazer a união

Levar uma vida comum.

E no princípio era o amor

E mais uma casa, um lar

Uma lareira e uma vida para viver

E dois corpos para sustentar.

E a terra e o trabalho

Um chão, uma horta e umas leiras

E mais uma cabra e outra

E também um gato e um cão

Depois um filho, o primeiro

E mais terra, mais cabras e umas ovelhas

E multiplicam-se as cabras e as ovelhas

E mais um filho

Mais umas vacas e um marrano

E o João virava lavrador de carro, arado e charrua

De aguilhada na mão e assobio dominador

E a Graça passa a mulher de lavrador:

A Graça do ti João Marques!

E no passar dos anos, no suceder das estações

Se enchia a arca de pão e o tonel de vinho

E com igual regularidade se enchia

A casa de filhos e de filhas

A Graça, mulher de lavrador,

Cria vidas e sustenta vidas:

Peneira, amassa e finta o pão

Maça, espadela, fia e tece o linho

Lava,  cora e passa a roupa

Acende o lume, enche a panela

Cobre a mesa com toalha de linho

Onde como em altar sagrado

Se come o pão e bebe o vinho

Passa o tempo e com o seu passar

Os garotos viram gente

E como pássaros saem do ninho

Um agora para ali,

Outro depois para acolá

E mais um, e mais outro, e outro, e outro

E ficam sós o João e a Graça

À espera que o tempo os vá trazendo.

Corria serena e mansa a vida

Quando a morte bateu à porta:

- João, são horas! É a tua vez!

- Impossível! disseste tu e pensámos nós.

Dor imensa, difícil aceitação

Mas … faça-se a tua vontade

E o João despediu-se

Fica a Graça mais orfã que os filhos.

Porque no tempo tudo acontece,

Nele  se tece a alegria e a dor

Se gera e se perece

E voltando a passar o tempo

A Graça de nova graça se veste

Ano após ano envelhece

E se as coisas correrem bem

Celebramos hoje os noventa e cinco

E havemos de celebrar os cem!

                Júlio Marques

 

publicado por julmar às 23:02
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Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2010

Salve, Maria da Graça

Maria da Graça completou em 9 de Fevereiro p.p. 95 anos de idade. Os familiares que puderam reuniram-se no dia 14 para comemorar. E a festa foi animada no restaurante Pelicano, em Alfaiates: Comeu-se e bebeu-se, recordaram-se os mortos e os vivos, cantou-se e dançou-se. Um dia de alegria, de felicidade em que a família dispersa se uniu e ficou mais forte.

A primeira geração

Segunga geração - os filhos e

as caras metade

 

e os filhos e os filhos dos filhos e os filhos destes

e

 

E, finalmente, o grupo completo, com ausência da Cláudia na função de retratista.

publicado por julmar às 19:24
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Cai neve em Vilar Maior

   

Neve tanta quanto chegou para pintar de branco o chão!

 

 

Impossível não deixar rasto

 

Pequeno mas o suficiente para encantar a pequenada

 

 

publicado por julmar às 18:55
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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2010

Cai neve

Felicidade imensa, abrir a janela e ver um extenso manto de neve a cobrir o chão!

 

publicado por julmar às 23:42
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Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2010

Viver sempre também cansa

(Depois desta ausência, sabe-se lá porquê, lembrei-me deste poema, sabe-se lá porquê)                                                                                                              Viver sempre também cansa

 O sol é sempre o mesmo e o céu azul

ora é azul, nitidamente azul,

ora é cinzento, negro, quase-verde...

Mas nunca tem a cor inesperada.

 

O mundo não se modifica.

As árvores dão flores,

folhas, frutos e pássaros

como máquinas verdes.

 

As paisagens também não se transformam.

Não cai neve vermelha,

não há flores que voem,

a lua não tem olhos

e ninguém vai pintar olhos à lua.

 

Tudo é igual, mecânico e exacto.

 

Ainda por cima os homens são os homens.

Soluçam, bebem, riem e digerem

sem imaginação.

 

E há bairros miseráveis sempre os mesmos,

discursos de Mussolini,

guerras, orgulhos em transe,

automóveis de corrida...

 

E obrigam-me a viver até à Morte!

 

Pois não era mais humano

morrer por um bocadinho,

de vez em quando,

e recomeçar depois,

achando tudo mais novo?

 

Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,

morrer em cima dum divã

com a cabeça sobre uma almofada,

confiante e sereno por saber

que tu velavas, meu amor do Norte.

 

Quando viessem perguntar por mim,

havias de dizer com teu sorriso

onde arde um coração em melodia:

"Matou-se esta manhã.

Agora não o vou ressuscitar

por uma bagatela."

 

E virias depois, suavemente,

velar por mim, subtil e cuidadosa,

pé ante pé, não fosses acordar

a Morte ainda menina no meu colo

 

José Gomes Ferreira

 

publicado por julmar às 19:31
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