Antes do grande êxodo, todas as terras que pudessem beneficiar de rega eram afectadas ao cultivo da batata, exceptuadas umas pequenas leiras, mais ricas e cuidadas, reservadas para a horticultura — couve galega, tomates, pimentos, pepinos e cebolas.
Este tipo de produtos eram efectivamente muito exigentes, tanto que deles se dizia que todos os dias exigiam a presença do cultivador, embora, porém, em menor grau, também a cultura da batata requeria grandes cuidados.
Para começar logo a preparação e estercagem dos solos.
Depois a escolha das sementes, pois como dizia o povo, quem merda semeia, merda colhe.
E até a escolha data de deitar à terra os pequenos fragmentos, que tinham de ter pelo menos um olho, era objecto de análise pela importância atribuida às fases da lua e ao grau de humidade da vessada — se seca, o olho não despontava, se excessivamente húmida, apodrecia.
O doseamento das leiras, a sua inclinação, os regos a marginá-las — tudo tinha de ser bem pensado
Até porque ao lado se plantavam alfaces e beterrabas — as primeiras para consumo precoce, as segundas para forragem hibernal, tal como as abóboras, que tinham campo à parte...
As ervas daninhas eram cuidadosamente arrancadas, à sacha, primeiro, e, depois, por arranque manual.
Na minha meninice, só havia três variedades — a vermelha, maioritária, a branca, menos abundante, e a riscada, mais rara ainda.
Como semente, usavam-se tubérculos de média dimensão, entre os grossos, para consumo caseiro, ou venda, e a miúda, para os gados, especialmente os porcos.
Para evitar os malefícios da repetição, trocava-se com os vizinhos.
Os de mais rasgo e posses, aventuravam-se até os Foios, terra de alma para as batatas de semente.
Entretanto, começa a globalização e com ela a vinda de novas variedades do Estrangeiro.
Com a praga do escaravelho, primeiro apanhado para baldes e queimado, depois combatido pelo DDT, a que o parasita ia ganhando resistências, nos chões encravados entre rochedos e na zona eram a maior parte, foi tempo de abastança para os lagarto luzídios como unto sem sal.
Mas entretanto, o íncola habituou-se a outras espécies
Veio a rambana — aportuguesamento por aférese e apócope do nome verdadeiro
Veio a rancousa, nome epentético.
Veio a especial rosa branca — evocativa do tempo em que o tubérculo se não comia e se julgava até pai de enfermidades e, por isso, colocado na lista das plantas ornamentais.
É verdade!
Foi necessário que sobreviesse uma época de grandes fomes, para que nós europeus começássemos a consumi-la.
A exemplo das famílias reais que lhe louvavam o sabor e virtudes e que, para estimular o desejo da prova proíbiam o acesso aos jardins onde o tubérculo se exibia numa profusão de flores.
Passada a crise, a batata cimentara-se já no gosto alimentar da generalidade das populações e tornou-se mesmo o produto de maior consumo, o que obrigou a uma redescoberta de variedades.
Presentemente, a coqueluche são as batatas selvagens do Peru, as CHUNO, palavra que para os incas significa exactamente batata.
Pois a mama chuno foi desde há dez mil anos a sua base alimentar.
E dizem os sábios que aquele tipo de batatas nos fornece o quantum satis de vitamina C, tem poucas calorias e muita força antioxidante.
Aqui na orla raiana do Sabugal, a batata, para além de alimentar homens e gados foi o principal financiador das populações.
É um bom agente publicitário do nosso bom nome, pelos milhares de toneladas que concentrada na Freineda, na Ceredira, na estacão da Guarda e no Barracão se disseminavam depois aquém e além fronteiras, criando armazenistas de tomo e comissários de uma apreciável mediania
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