Ora aqui está o Dr Leal Freira a dar, sem talvez pensar nisso, o seu contributo para a Feira dos Talentos. Ainda têm lá por casa vassouras de bracejos? Umas cadeiras com assentos botados pelo ti Caífes Velho ou pelo ti Manuel Gil? Umas esteiras (os da minha idade lembram-se de as haver na Igreja por mor das pessoas se ajoelharem onde ou quando não havia bancada)? Umas ceiras como a da imagem publicada? Eu tenho uma destas feita por artesão da vila e onde apresentarei alguns produtos à venda.
Cestaria, uma antiga industria de Vilar Maior, precedendo mesmo o cadeirame
Começamos por transcreve do livro Cesteria en el Pais Basco a seguinte afirmação:
«La cesteria, entendida como el trabajo de entrelazado de fibras vegetales, forma parte del ajuar humano desde del principio de los tiempos»
E, continua o escritor, justificando a sua tese
«en las escavaciones de la cueva prehistorica de Santimamiñe—Cortézubi, Vizcaya—aparece ceramica cuyas bases tienen impressiones de zarzo o sea huellas del molde de cesteria, empleado como sostén del barro para darle forma».
Esta mesma antiguidade ressalta aqui em Vilar Maior, em objectos encontrados ocasionalmente na cerca do castelo, ao tempo da descoberta da célebre espada que tanto deu que falar.
O material para a cestaria era naturalmente aborígene.
Espontâneo nas margens das duas ribeiras - Cesarao e Pereiro - e dos Regatos que para elas correm, caso do vime, do choupo, do salgueiro e ainda o junco, nas encostas, espontâneo como o castanheiro bravo e o carripoto, ou cultivado como a palha do centeio nos cumes agrestes, como o baracejo.
Eu ainda conservo uma pequena cestinha, repare-se no diminuitivo duplamente empregado, primeiro pela adjectivação e depois pelo sufixo, que me foi oferecido há mais de meio século por uma senhora a quem ajudei a obter passaporte de emigrante.
A mesma senhora, cujo nome não me ocorre, ofereceu-me também uma espécie de chapéu obrado em palha de centeio.
Este tipo de artefacto, noutro tempo, deveria ser frequente, até porque na fala do povo girava o trocadilho---chapéus de palha para homens e não chapéus para homens de palha...
Mas no tempo em que a cestaria frutificou e floresceu, a cestaria à base de vime e salgueiro ou ainda a do castanho bravo, esta, é certo, em muito menor número, possivelmente porque o limite, rico naquelas duas quase no conhecia castinçais, era usado sobretudo para usos domésticos - casa e lavoura.
Pensa-se que a indústria de vergas tenha sido difundida pelos ciganos, também por aqui chamados quitanos, à espanhola, ou egipcianos, à bíblica, era um artesania simples feita por gente pobre a trabalhar para um mercado que, embora exigente em dureza e durabilidade, desdenhava de tudo o mais.
As de cestas de mãos, os cestos vindimadeiros ou canastrões para barrelas faziam uma vasta gama que, todavia, praticamente só variava no tamanho...
Aliás pode dizer-se que todo o agricultor tinha uns rudimentos da arte.
Meu pai fazia e remendava à perfeição de um merendeiro a um peneirão.
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