Domingo, 20 de Julho de 2008

Ceifas e malhas

O personagem principal continua o mesmo: O Zé Carlos. Para os que quiserem podem comparar as fotos do ano passado sobre o ciclo do pão com as que hoje aqui se publicam.O artesanal e o industrial. Por mim fiquei admirado: Em duas ou três horas, um homem com uma máquina fez o que teria de ser feito por 12 ou 15 ceifeiros durante um dia e mais uma dúzia de malhadores num outro dia.

Para que conste:

 

O Cerrado, incluindo os Mortórios, que já foi sítio de onde se extraía muito tonel de vinho, é extensa seara de centeio.

 

Ceifadora e debulhadora

 

Depois ficou o restolho. Limpo, tão limpo que pode perder a esperança se queria fazer uma manoja. Nem os pássaros vão ter sorte.

 

E a ti Elvira que não teve que cozinhar para ceifeiros nem malhadores com ar pasmado:          -Mas atão já está tudo pronto?!

publicado por julmar às 20:57
link | comentar | favorito
6 comentários:
De Pepina a 23 de Julho de 2008 às 14:46
Se há sector onde a tecnologia e o conhecimento científico se faz sentir é na agricultura. A ceifeira que se vê na fotografia é hoje, nas searas do Ribatejo e do Alentejo, quase peça de museu. As que se utilizam estão associadas à chamada agricultura de precisão e só assim com um terço das pessoas no sector primário produzimos mais do que nos anos 60, onde a força humana era a base da produção. Mesmo assim, não produzimos 10% dos cereais que consumimos. É evidente que com a dimensão das parcelas que temos na Vila não podemos pensar em agricultura de larga escala e ser competitivos. A alternativa é fazer produções diferentes e de forma diferente onde é possível obter maior valor acrescentado e assim tentar evitar a desertificação do nosso interior. Nas regiões onde há dimensão e água conseguimos produzir tão bem ou melhor que os melhores do mundo e, é isto que me leva a ter esperança na agricultura portuguesa e pensar quão longe vai o tempo em que o meu avô produzia centeio na Cimeira com a força das vacas e dos braços. Tempos que lá vão e, apesar do romantismo não os considero belos


De Ribacôa a 24 de Julho de 2008 às 01:28
UM PENSAMENTO:
O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos.

Erich Fromm



De Katekero a 29 de Julho de 2008 às 12:54
Nos dias de hoje pode pôr-se a questão de saber se os perigos do passado estão ultrapassados. Os do futuro, para lá caminhamos a passos largos. Não tarda e todos os trabalhadores terão um horário de trabalho de 4 horas diárias e 6 meses de férias por ano.


De O Cota a 25 de Julho de 2008 às 00:55
Pois, pois! Nas regiões de grandes dimensões e onde haja água com fartura. No Alentejo por exemplo, após a construção da barragem do Alqueva. Mas as coisas não são assim tão lineares, porquanto:
Temos uma barragem cuja albufeira, à cota máxima, atinge os 250 Km2 , o que a torna no maior lago da Europa. É obra, se considerarmos Portugal um dos países mais pequenos do respectivo continente. E para quê? Para nuestros hermanos comprarem as melhores terras e ali plantarem enormes extensões de oliveiras. E será que as mais valias destas explorações ficam por cá?. Já para o euro 2004 foram construídos muitos e enormes estádios de futebol, a maioria dos quais, passado o evento, ficaram às moscas; Também a ponte Vasco da Gama está entre as maiores da Europa. Contudo, tão pequena que já se fala na construção de mais uma, duas, ou três a montante ou a juzante da mesma. E, a grande velocidade, eis que se aproximam o TGV e novo Aeroporto de Lisboa, depois de terem sido enterrados milhões de euros nos projectos da Ota e mais as indemnizações que estão para vir. Tudo mega obras, tudo tamanho XXXL. Alguém disse, algures, que o TGV, dada a pequenez do nosso país, nunca será rentável, sendo, por isso, uma obra dispensável, mais acrescetando que caso as verbas fossem afectadas ao desenvovimento do interior, ficariam resolvidos todos os problemas e ainda sobravam uns trocados. Mas não. A megalomania reinante fala mais alto. Tão alto e de tão longe, que estou em crêr, que se trata de uma característica de matriz genética dos nossos governantes, quiça adquirida e desenvolvida a partir da saga dos descobrimentos. Entrementes, Portugal continuará a ser um país adiado, incapaz de despir a tanga com que o povo há muito se cobre e, ao invés, mal disfarça o carinho nutrido pelos megalómanos, que se cobrem, encobrem e ninguém descobre.


De Pepina a 25 de Julho de 2008 às 10:47
Não sou nada a favor das grandes obras previstas, O TGV Lisboa Porto vai sair caríssimo ao erário público e apenas adianta alguns minutos relativamente ao Alfa pendular, para além de que, a nossa rede de auto-estradas não é assim tão má. Quanto ao aeroporto, segundo estudos que são mais ou menos conhecidos, apenas duas horas são horas de ponta. Os aeroportos de Londres estão superlotados e não pedem outro! Quanto à barragem do Alqueva até agora os benefícios para a agricultura não foram muitos e possivelmente nunca serão. Quanto aos novos olivais dos espanhóis só acontece porque os portugueses não arriscaram. Quando falo no Alentejo estou a pensar em grandes áreas de pomar na zona e Ferreira do Alentejo que produzem peras e pêssegos que são vendidos por esse mundo fora, no perímetro do Mira, nas grandes empresas de viticultura e mesmo em zonas de cereais. No Ribatejo há mais de 15 anos que eu conheço empresas que produzem 17t/ ha de milho e morango que é exportado para toda a Europa. Muitos outros exemplos se podem referir que nada dependem de obras megalómanas O nosso problema é que nas últimas décadas considerámos a agricultura uma actividade menor.
Quantos de nós filhos e netos de agricultores estamos ligados à agricultura?


Comentar post

.Memórias de Vilar Maior, minha terra minha gente

.pesquisar

 

.Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
15
16

17
18
19
20
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


.posts recentes

. De novo, a condessa de Bo...

. Vilar Maior, minha terra ...

. Família Silva Marques

. Emigração, Champigny-sur-...

. Para recordar - Confrater...

. Requiescat, Isabel da Cun...

. Em memória do ti Zé da Cr...

. Requiescat in pace, Fenan...

. Paisagem Zoológica da Vil...

. Gente da Minha terra (192...

.arquivos

. Março 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Setembro 2023

. Junho 2023

. Maio 2023

. Abril 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Julho 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

.links

.participar

. participe, leia, divulgue, opine

blogs SAPO

.subscrever feeds