Domingo, 6 de Outubro de 2024
Faleceu, em França, José Fernandes, com a idade de 92 anos, natural do Escabralhado, viúvo de Lúcia Palos. O funeral, em França, realizar-se-à, quarta feira pelas 15,30. Aos filhos e toda a família as nossas condolências.
Publiquei esta fotografia aquando da morte de Lúcia, esposa do José. Volto a publicá-la agora que o Zé, o ti Zé morreu. https://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/requiescat-in-pace-lucia-palos-502124
O que nos liga a Vilar Maior é a paisagem, é o chão, as ruas e os largos, a praça e também o castelo, a Igreja e capelas, o pelourinho, a ponte, o rio e as hortas da ribeira. E, claro, o Senhor dos Aflitos, festa a que mão faltavam nunca o Zé e a Lúcia. Primeiro foi a Lúcia que não veio, depois não veio o Zé um ano e outro ano. E todos os anos falta alguém. E o que nos une mais que tudo são as pessoas da terra, os vizinhos, os parentes. Resta-nos como consolação a memória que guardamos em nós dos que partem. Que descansem em Paz.
Quinta-feira, 3 de Outubro de 2024
Foi uma vez, num tempo já quase sem nenhuma Primavera, embalada pelo tempo que convida ao devaneio, dei comigo, vezes sem conta, a procurar Os Rios da Minha Infância, cansada de ler os seus nomes nas placas das estradas e de olhar os seus leitos rendilhados de secura… Quantas vezes cheguei a pensar que os títulos de seus nomes espalhados ao longo dos caminhos e estradas, mais não eram que uma lápide a recordá-los à posteridade. Houve mesmo ocasiões que antes de ler os seus nomes, antepus “Aqui jaz o Rio“ e acrescentei-lhe o fervor de uma prece saturada de emoção que, pelo passado, era Louvor e pelo presente/futuro um Lamento.
Em vão, procurei o murmúrio das correntes, o chilrear dos pássaros no ramos dos Salgueiros que bordejavam as correntes … sonhando ao som das cascatas que rachavam as montanhas e entoavam hinos à Natureza que não fala a nossa linguagem … até as pedras se esconderam para dar lugar a detritos e pastos ressequidos … Quando acontecia ver repetidos, mais à frente o mesmo nome de Rio, chegava a pensar que tinha acabado de pisar um túmulo! Deveria ter voado sobre aquele espaço em sinal de homenagem.
Não vivi assim tantos anos ainda para esquecer o rios e regatos e ribeiros da minha infância.
O que eu gosto mesmo é da Montanha, quando a chuva cai em rajadas, ao som da música das cascatas, em véu de noiva delicioso e puro e forte, abrindo socalcos, recheando de beleza, passo a passo, a caminhada.
A água era cristalina, espelho sempre à mão das nossas vaidades e fantasias e os seixos que ela acariciava, eram espelhos fixos que os da água corrente, levavam as nossas imagens pelos caminhos dos nossos sonhos que embalavam aventuras. A Pureza de água de que pulava tornava as pedras brilhantes. Lembravam canções de embalar sonhos! Quantas vezes, com os meninos da minha idade nos sentámos, ali antes do Sol se pôr, pelas tardinhas, a imaginar a vida naquela água correndo, correndo para o Mar. Era sempre água e nunca era a mesma água e todos os dias corrria, corria, corria, corria assim como o tempo, sem tempo, a acompanhar a vida sempre renovada, continuada, em nós e na Natureza! A água corria para o Mar e nós íamos com ela, crescíamos … nossos olhos desvendavam montanhas e nas nossas cabecinhas viviam aventuras inimagináveis viajando com as águas até o Imenso Mar. Procurávamos viver aquele sortilégio de vida fazendo viagens inesquecíveis em barquinhos de papel feitos dos poucos jornais velhos, que outro papel não tínhamos, os haveres eram escassos e aí tomávamos lugar em barcos de mistério.
Debaixo do Salgueiros construíamos casinhas de brincar que enfeitávamos com miosótis colhidos ali, à beira do rio. Corríamos pelos verdes campos embalados pelo canto dos passarinhos, admirando as ovelhas e as cabras saboreando os rebentos tenros e doces e as vacas que pastavam pachorrentas.
Regressando àquele tempo, já no despedir da Primavera, tenho dificuldade em entender esta transformação violenta que o Mundo sofreu. Assistimos à Explosão da Ciência e da Tecnologia … mas com a evolução veio também a Poluição. Os Rios foram secando, destruindo … destruindo, a água deixou de nos acariciar, deixou de nos purificar, os nossos sentires abandonaram ressonâncias afetivas que moldavam a nossa inteligência e norteavam os nossos comportamentos em sociedade e as nossas relações humanas tornaram-se frias e áridas, tantas vezes indiferentes e surdas … destruidoras, vezes sem conta … continuamos seres inteligentes e interventivos…
Chama-se “Cesarão” o Rio que me viu nascer. É o maior Rio do (meu) Mundo. Continua a correr, quando pode, debaixo de uma ponte romana, de três arcos que era, para mim, a maior ponte do Mundo como essas que são Obra Prima da Tecnologia e de Arquitetos célebres.
Hoje, procuro todos os Rios cujos nomes vou sabendo, no Mar, onde se perderam. Tal como a Vida Humana vai acontecendo e passando assim os Rios da minha infância que deixaram marcas indeléveis e Universais.
Não falo dos grandes rios, esses ainda vão continuando sustentados pela Tecnologia. Presto a minha homenagem àqueles pequeno regatos, ribeiras e rios que alimentavam os povos por onde passavam e fertilizavam os campos e matavam a fome a todos.
Também havia guerras e lutas. O sangue misturava-se com as águas e purificava, se não a alma … as mãos.
O meu Rio “Cesarão” também se zangava e vi-o uma vez em fúria. Veio como uma avalanche de lama mas abençoou a terra e fertilizou-a. As hortas, naquele ano, foram muito generosas. Depois, este Rio já vinha de tempos antigos e distantes. Alimentavam-se da suas águas todos os povos que vieram à Península Ibérica: Iberos, Celtas, Fenícios, Cartagineses, Visigodos, Romanos Quanto valem os “Rios da Minha infância”?!
Não ficaria bem no lugar das Centrais Nucleares?
Que força restituirá, no coração do Homem, o encanto daquele viver, naquela despedida de Primavera!? Naquele tempo, já sem nenhum tempo … recheado de Vida!?
Maria Celeste Brigas Dias Correia
Em Coimbra, sem Tempo
Quarta-feira, 18 de Setembro de 2024
O culto aos mortos é uma prática antiga e praticamente universal na história da humanidade, que remonta aos primórdios da civilização, acerca de 100 000 anos. Ele reflete uma necessidade humana de lidar com o mistério da morte e, de certa forma, de manter uma conexão com os mortos. Esse culto responde a várias necessidades humanas, como:
1) Necessidade de lidar com a morte de um ente querido sendo que
Sábado, 24 de Agosto de 2024
Não o lembraria se não o houvesse registado na monografia "Memórias de Vilar Maior, minha Terra minha Gente":
1924- Capela do Senhor dos Aflitos
"Foi aumentada do arco em diante e benzida no dia um de Setembro com a assistência dos parochos de Bismula e Badamalos.
O parocho - Padre Júlio Matias"
A pedra, a nossa pedra granítica, é dura e na nossa história de trabalhar a pedra, tornámo-nos duros, rijos e valentes. Com o saber quanto custa moldar a pedra e com o nosso modo de sabermos tirar partido, as pedras, uma vez trabalhadas aparelhadas e perdido o fim que lhe dava sentido, eram reaproveitadas.
Corria o ano de 1924, a junta da paróquia era constituída por António Gata, Albino Freire e Manuel Marques. Enquanto a festa do mártir S. Sebastião ia perdendo importância, cuja capela se ia deteriorando, e a capela do Espírito Santo se encontrava em ruínas, a devoção ao Senhor dos Aflitos aumentava pelo que se julgou necessária a sua ampliação. Foi, assim, que se decidiu transportar as pedras da referida capela do Espírito Santo para alargamento da capela do Senhor dos Aflitos, transporte feito com a junta de vacas de Albino Marques.
No ano anterior, em 1923, a mesma junta de Freguesia, havia decidido construir o cemitério com as pedras do corpo da Igreja da Senhora do Castelo.
Quinta-feira, 11 de Julho de 2024
Faleceu Manuel José da Costa Rasteiro, filho de José Rasteiro Duarte e de Ana Maria Costa, com 74 anos de idade. O pai, o ti Zé Duarte, foi o primeiro, no início da década de 60, a emigrar clandestinamente para França, e o primeiro a fazer o reagrupamento familiar. Era a esta família que uma grande parte dos emigrantes desta família, a residir em Champigny, se dirigiam para se acomodarem, arranjar trabalho e tratar dos papéis. Todos os anos, pelo mês de agosto, o Manuel vinha à Vila, enquanto a saúde o permitiu. Apresentamos sentidas condolências à esposa, filhos, irmãos e restante família.
Quarta-feira, 5 de Junho de 2024
A questão demográfica é a questão fundamental. Quando nasci (1951) havia 767 habitantes e a pirâmide demográfica apresentava-se como é normal apresentarem-se estas figuras, com uma base larga e sólida. Hoje mais do que invertida, mais do que ridícula é um prenúncio de morte. E, como dizia, Edgar Morin «para o sol e para a morte ninguém olha de frente». Inquieta-me a proximidade da morte desta comunidade de que faço parte.
Hoje tem de moradores permanentes cerca de 60 habitantes. Conheço-os a todos e aos seus familiares, a maior parte deles já falecidos. No meu blog – Vilar Maior, minha terra minha gente - lembro cada um que morre e, involuntariamente, quase se torna uma espécie de Liber Mortuorum. Há cerca de dez anos que não há nascimentos. Alguns dos habitantes nunca saíram de cá, alguns nunca foram mais longe que à sede de concelho; parte deles foram a França e regressaram; uma boa parte deles vive só. Reúnem-se na igreja aos domingos à missa, quando a há; e no café o outro centro de sociabilidade, onde são mais os de fora do que os de cá.
A década de cinquenta é um espaço de tempo muito crítico: acabara a exploração do minério – volfrâmio – e com ele o desafogo de vidas apertadas, mas foi sol de pouca dura. As terras ficavam exaustas com produções insuficientes, a propriedade da terra mal distribuída obrigando os pobres ao pagamento de rendas em dinheiro ou em géneros (as meias ou as terças); os homens ganhavam um jornal (dia de trabalho de sol a sol) de vinte escudos e as mulheres dez escudos. Os lavradores mal remediados iam ganhando uma ou outra jeira no valor de 70 escudos. Para saber do custo de vida bastará dizer que um pão de centeio importava em oito escudos comprado na ti Zabel do Alípio, a padeira.
Em 1960 já eu conhecia toda a gente que ali vivia. A situação era tão insuportável que, aberta a brecha para França poucos haviam de ficar. Foi o êxodo.
Primeiro os homens, a seguir as mulheres e os filhos. Homens de cinquenta e sessenta anos, rapazes que assim se livravam da tropa e da ida para a guerra do ultramar, miúdos de catorze ou quinze anos, pedreiros, carpinteiros e de outros ofícios, pastores, cavadores, lavradores e, até polícias e guardas fiscais e republicanos aprenderam a trabalhar ‘com pá e pioche’, a abrir os caboucos de uma Europa saída da guerra. Cada um com uma história mais ou menos trágica da passagem ‘a salto’ para a terra prometida.
Retrato da situação demográfica na primavera de 2024
População residente | 59 |
Sexo Masculino | 35 |
Sexo Feminino | 24 |
Casais | 14 |
Viúvas | 7 |
Viúvos | 0 |
Solteiras | 9 |
Solteiros | 8 |
Casais abaixo dos 60 anos | 2 |
Estudantes (3 no ensino básico e 1 no ensino superior) | 4 |
A viver sós | 12 |
Foram emigrantes | 20 |
Nunca saíram de VM | 5 |
Fogos habitados | 32 |
Perante esta paisagem humana, poderemos falar de neo-rurais?
A mudança populacional está ligada à mudança da paisagem natural. Deixou de haver agricultores e pastores, deixou de haver agricultura (centeio, batata, vinho e linho para referir as principais) e pastorícia (gado ovino e caprino). Hoje, à semelhança do resto do concelho a economia baseia- se em duas atividades: a criação de vacas para produção de carne e a assistência à terceira idade com Lares e, no caso de Vilar Maior o Centro de Dia que confeciona refeições e presta alguns cuidados de higiene.
Não há, propriamente, agricultura. Os poucos que fazem horticultura não são propriamente neo-rurais, pois, fazem o que fizeram antes de partir, agora, não por necessidade, mas por prazer. Não é para eles um projeto nem constitui uma nova forma de relacionamento com a natureza.Os habitantes distribuem-se desigualmente pelo aglomerado. O Cimo da Vila (a antiga cidadela amuralhada) que começa no Arco com origem no cume da colina onde se ergueram as muralhas a que se adoçou uma torre – o castelo - foi a parte mais povoada tem hoje a maior parte do casario em ruínas e está praticamente despovoado.
A parte de baixo tem a maioria das casas desabitadas, mas têm sido restauradas e conservadas e muitas delas são utilizadas partes do ano, sobretudo no verão pelos seus proprietários.
E que Deus me perdoe a distração, pois, durante a missa fui tirando o retrato à população, num domingo de fevereiro de 2016.
https://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/missa-na-vila-435279
Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
Eu que nem 14 anos tinha, filho de lavrador que me ensinou os jeitos, manhas e feitios dos animais, junguia a junta de vacas e lá ia eu pequenote, vaidoso como se já fosse gente, de aguilhada a chamar por elas. O fato é que as vacas não nasceram para trabalhar ( e o homem também não) mas, obrigadas a fazê-lo, têm de ser ensinadas a trabalhas 'à mão direita ou à mão esquerda'. Questões de lateralidade. Ao comprar no mercado uma vaca para emparelhar com outra ao carro ou ao arado, a informação essencial era se era da esquerda ou da direita.
Os que hoje tiverem 60 , 70 ou 80 anos, lembrar-se-ão, como eu, desta lição do livro da 3ª classe. O que me trouxe aqui foi uma leitura sobre a administração e cobrança de impostos no Império Romano em que a Jeira representava uma unidade de medida da quantidade de terra que se conseguia lavrar num dia.
Quarta-feira, 17 de Abril de 2024
A aguardente que matava o bicho, fosse lá o raio do bicho que fosse, um trago pela manhã a arrancar lágrimas represas; a aguardente cara demais para vidas baratas que nem os próprios queriam; a aguardente onde a mãe embebe uma chupeta de açúcar para pôr termo ao choro sem fim da criança; a aguardente que concorre com a urina do próprio na desinfeção do farracho inesperado; a aguardente que mistura com o mosto para fazer a jeropiga, essa bebida fina bebida em pequenos cálices em dias de nomeada. Essa bebida com que muitos teimavam matar as mágoas tornou-se companheira inseparável que apagou o nome de batismo e lhe granjeou o de Aguardente, o ti Aguardente
Por vezes, tornava-se viciante e base de uma liturgia quotidiana.
A aguardente que o estômago já não suportava, mas que fazia parte do ritual: todos os dias, à mesma hora, encostava o burro, frente ao café, posta a corda no polegar da ferradura, entrava, bebia a copa, saía e, encostado à parede, deitava fora a aguardente que regurgitava, teimando voltar à boca. Pegava no rabeiro do burro, - anda lá, vamos! E iam os dois até às Morenas, confinadas entre o Pereiro e o Porto Sabugal.
A falta de espetáculo, de divertimento levava a rapaziada a angariar artistas a troco de uns copos. Sabido, o ponto fraco do ti Aguardente e o Parrado lança-lhe um desafio: - A malta paga-te um litro de aguardente, mas tens que a beber toda de seguida. Ora, o pobre homem não exitou um momento. Venha ela! E foi, mesmo, toda, de uma só vez.
O espetáculo durou pouco. Mal acabou, caiu redondo no chão. A malta começou a ficar aflita que o homem não tugia nem mugia. Pegaram numa padiola levaram-no a casa e meteram-no na cama. No dia seguinte, continuava igual e a malta começou a ficar aflita e a aventar sobre a responsabilidade que teriam no caso. Ao terceiro dia, começou a dar sinais de vida. Não se lembrava de nada, retomou a rédea do burro, passou pelo café e foi até às Morenas.
Quarta-feira, 10 de Abril de 2024
Atrás da parede do cemitério virada a norte, encontra-se uma pequena colina cujo cume foi aproveitado para a instalação de três cruzes, aquando da representação da Paixão destinada à cena final em que Jesus é crucificado entre os dois ladrões. Trata- se de um local rochoso de onde saíram rochas transformadas em blocos para a edificação das muralhas e/ou da torre de menagem. O local onde foi erigido o atual cemitério junto da igreja em ruínas da Senhora do Castelo (de cujo corpo se usaram as pedras já talhadas para a edificação do cemitério) seria um lugar relativamente plano, quem sabe se um largo em tempos idos onde se realizasse uma feira que como sede de concelho é mais que provável.
Aí se encontram esculpidas na rocha as obras que as imagens retratam
- Uma lagareta quadrangular (62x65 e 92x82) com uma profundidade máxima de 8 e mínima de 5 que gera uma inclinação no sentido nordeste sudeste em cujo vértice se encontra uma abertura para escorrimento do líquido, embora não se encontre qualquer pio. Esta abertura não é em cano dada a pequena profundidade.
(Imagem 1)
2.Do lado direito (quando virados para a torre de menagem), a menos de um metro sobre a mesma rocha, encontra-se uma outra obra que é, geometricamente, um arco de circunferência com 105 com raio de 100. Junto ao vértice do arco encontra-se uma concavidade circular semelhante aos gonzos de porta, que serviria para rolar um eixo. Ao lado deste, uma incisão reta de 15 de comprimento e 2 de largo. Do mesmo lado, no vértice do arco, tem igual incisão com iguais medidas. Tem a mesma inclinação que a lagareta descrita em 1.
3. A uns quinze metros destas, andando no sentido do castelo, encontra-se incisa numa rocha uma pequena pia quadrangular (cerca de 30 de lado) com uma profundidade de cerca de 10(medidas a confirmar).
(todas as medidas referidas são em centímetros)
Quase sempre, dada a minha falta de formação nestas áreas, tenho muito mais dúvidas do que certezas. Que são resultado de obra humana e não fatores da natureza, não há dúvida e que, portanto, ali estão materializadas, intenções, necessidades, desejos, saberes e tenologia. Que tais obras se enquadram num ecossistema de gente sedentária que por ali viveu em comunidade, não há dúvida.
Quanto à imagem 1, quadrangular tratar-se-á de uma pequena lagareta e serviria para pisar uvas, fazer vinho. Coloca-se o problema sobre onde armazenavam o vinho e como é que (ou onde) o fermentavam.
Quanto à imagem 2 – Não consigo colocar hipótese, dado sugerir haver um mecanismo qualquer que ali trabalhava. (Tratamento de peles?!)
Quanto a o pequeno recipiente 3 – Poderia tratar-se de uma medida de capacidade para cereais e outras granívoras.
Devemos ter em conta que o ecossistema natural em que se encontram se não mudou na sua morfologia, mudou muito em termos de fauna, de flora e de recursos hídricos. As encostas do castelo já foram lugares produtivos onde ainda na primeira metade do século XX se cultivava a vinha e que depois da filoxera os proprietários se queixavam depois de terem sido obrigados a arrancar as videiras continuarem a pagar a décima muito elevada. Constava que o melhor vinho provinha da encosta sul e oeste. Nestes terrenos feitos de socalcos desde o sopé até ao cume, quase todos cavados à enxada proliferavam cerejeiras, figueiras, marmeleiros, amendoeiras e nogueiras que produziam em abundância. Também havia recursos hídricos (minas, poços e nascentes) O último poço próximo (40 metros) das imagens de que nos trouxeram a este texto foi soterrado em 2007 quando fizeram o calcetamento da rua que conduz ao parque do castelo.
Terça-feira, 9 de Abril de 2024
Mais um conterrâneo, amigo da Vila e nos visitava no Verão que nos deixa.
O funeral realiza-se em 10 de Abril, às 16h, no Centro Funerário de Barcarena. Para a família as nossas condolências.