
Organizado pela Junta de Freguesia, realizou-se no dia 16 do corrente mês de Agosto o já habitual passeio pedestre, no qual participou um grupo de cinquenta e tal pessoas pertencentes a Vilar Maior e a Arrifana do Côa. A concentração dos caminheiros teve lugar por volta das 10 horas no Largo da Praça. Convém desde já esclarecer, que o adiantado da hora de partida ficou a dever-se ao facto de na tarde e noite do dia anterio, ter havido lugar à matança (a que se seguiram umas apetitosas assaduras) do marrano que desde a Páscoa estava a ser cevado pelo José Carlos.
O percurso previamente anunciado iniciou-se com a subida pelos Craveiros em direcção ao castelo, onde foi feita a primeira paragem a fim de se tirarem umas fotos do grupo, bem como para uma breve visita ao monumento.
Logo após, iniciou-se a descida pelo "quelho" que vai desembocar junto ao que resta da cruz do Enchido, seguindo-se os caminhos das Retortas, Areal e Pisões. Aqui, mais propriamente junto ao local de confluência das duas linhas de água que atravessam os limites de Vilar Maior, ou seja, o rio Cesarão e a Ribeira de Alfaiates, foi feita nova pausa. E dada a existência neste lugar de dois ou três moinhos já desactivados mas ainda em razoável estado de conservação, não deixaram os caminheiros com maior sensibilidade para estas coisas, de os apreciar de perto e reviver os tempos em que na Vila vários eram os engenhos desta natureza a funcionarem simultâneamente. Seguidamente, veio a parte mais penosa do percurso, que consistiu na subida da íngreme calçada que vai até a Arrifana e onde quase todos chegaram com os bofes na boca. Porém, a recompensa estava logo ali. É que, sob a batuta do Sr. Manuel Monteiro, tinha sido prepararada farta churrascada, a qual, bem regada com tinto, branco, cerveja ou sumos, foi devorada no salão de convívio (antiga escola) de Arrifana, num ambiente de salutar confraternização.
Andou-se bem, comeu-se e bebeu-se bem. Tão bem que muitos não quiseram ou não puderam cumprir o último troço do percurso, preferindo ir de carro da Arrifana para a Vila. Ao invés, os mais corajosos, entoando o "Ó Vilar Maior Ó Vila", tomaram a antiga vereda na direcção do Vale da Lapa, tendo-lhes ainda sobrado forças para verem ou reverem o pio da Tapada da Limpa, as sepulturas antropomórficas da Correia e o pombal. Depois, com o tórrido sol das 15 horas a pique, foi o estougar do passo até às Portas, onde de gargantas ressequidas avistaram o bar do Paulo logo à frente. De imediato foi preparada, sevida e bebiba directamente de um regador de plástico uma rebatedeira (?). E porque tal bebida tanto tinha de boa como de forte, ao primeiro regador seguiram-se mais três ou quatro e os efeitos não se fizeram esperar, constando ter provocado alguns estragos.
Em suma; Foi um dia bem passado, de salutar convívio e boa disposição, desta vez com a novidade da participação conjunta do povo da Vila e do da sua anexa Arrifana.
Para o ano haverá mais e até me parece que o percurso já estará delineado.