VILAR MAIOR, minha terra, minha gente

Noutros lugares chamam-lhe nora. Por aqui dá pelo nome de roda. Aprendemos na história que foi introduzida na Península Ibérica pelos árabes. Aqui, segundo informações terá chegado nos inícios do século XX, sendo a primeira mandada instalar pelo sr. António Gata. A que está na imagem encontra-se no Porto Sabugal e foi a segunda a chegar por iniciativa de Manuel Marques.

Aqui passei, horas a fio, de pau na mão à sombra da amendoeira, de pau na mão cuidando de que o Catrapão (assim se chamava a burra)não parase ou abrandasse esta marcha circular, de olhos vendados.

Este é um testemunho de uma cultura que se perdeu. Um dos mecanismos que a seu tempo deve ter revolucionado a agricultura. Um contador de coisas perdidas, garantiu-me que em Vilar Maior havia para cima de oitenta.

A minha geração é a última que viveu neste mundo de que restam objectos como este, perdidos entre giestas e silvados.