Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009
A vinha constituía, depois da cultura do centeio, a maior das extensões cultivadas. E antes do surto emigratório de 60 as vinhas com as muitas voltas que a terra levava eram todas feitas à enxada dos muitos jornaleiros que com isso ganhavam a vida. O pão e o vinho. Um dia inteiro para ganhar vinte escudos, para os mais novos, o equivalente a dez cêntimos. Depois com a falta de mão de obra, procede-se a um arranque parcial: valada sim, valada não para que as vacas pudessem lavrar as vinhas e posteriormente os tractores. Depois de 1986, a CEE deu subsídios ao arranque da vinha e uma após outra foram quase todas. E a paisagem do estio, retiradas as enormes manchass de verde, ficou árida.
Quem sabe se um dia, não voltaremos ao verde da parreira, com um vinho de qualidade que sabemos estas terras podem dar?
De Paula Alves a 8 de Dezembro de 2009 às 13:02
Ainda sobre a tal associação...
Parece-me interessante a ideia. aqui e ali um pouco utópica mas interessante.
Penso que terras como a Vila têm de centrar, numa primeira análise, na caça e na pesca toda a sua motivação. Ressalvo que não quero, com este comentário, ferir quaisquer susceptibilidades de quem tem mais legitimidade/sabedoria do que eu para falar destes assuntos. Apenas pretendo deixar vertida, com a experiência dos últimos 4 anos numa autarquia do interior, a percepção que tenho destas coisas.
Estas duas actividades conseguem ter sustentabilidade se bem estruturadas, têm um público alvo definido e com capacidade económica e são criadoras de emprego.
Precisam de terras cultivadas para alimentação das espécies, repovoamentos equilibrados, recursos humanos para vigilância, zonas de restauração e alojamento e uma boa promoção.
Os cursos de água têm de ser limpos, vulgo requalificados, com inventariação das espécies e, eventualmente, recolocação de algumas entretanto em risco.
A regulamentação recente do alojamento local pode permitir a muitos colocar as suas casas no mercado.
Tudo isto é exequível. Com determinação, contactos, passos seguros e uma ambição inteligente.
E pode começar com uma associação para o Desenvolvimento. Claro que pode.
Um abraço
Paula Alves
Resumindo: É o desenvolvimento sustentado, com base na agroecologia, ecoturismo e produtos tradicionais de valor acrescentado...
De Júlio Marques a 8 de Dezembro de 2009 às 21:05
É o que em linguagem comum se chama pôr os nomes aos bois.A esses conceitos essenciais vamos ter que lhe dar corpo. E esse corpo não dispensa a lei.
De Júlio Marques a 8 de Dezembro de 2009 às 20:55
Um contributo valioso baseado no saber e na experiência e que vem de encontro à filosofia do projecto, isto é, que o desenvolvimento tem de ser global, integral, visando a criação de emprego, o repovoamento, a qualidade de vida que passa pela promoção, qualificação e gestão dos recursos naturais numa perspectiva ecológica.
Estamos na fase deapresentação de ideias. Depois a partir delas é preciso começar a construir o projecto (feito de mutos projectos). Vai se rpreciso o trabalho de todos e como sabemos temos recursos em todas as áreas profissionais e não há nenhuma que seja dispensável da medicina, à sociologia, à informática, á zootecnia, à veterinária, à Educação, ao Direito e aos saberes não especializados, ao saber comum dos nossos idosos, dos nossos agricultore e pastores.
Há-de chegar o momento em que cada um será chamado a colocar a sua pedra nesta construção comum.
Obrigado Paula.
Comentar post