Este velho freixo encontra-se nas Regadas (lameiros ribeirinhos abaixo do Pinguelo) onde há muitos anos me intrigava, pela Primavera, o andar elegante e altaneiro de duas cegonhas que invariavelmente, ano após ano, faziam ninho num alto freixo das Entrevinhas.
Se retirarmos os pinhos, de importação tardia para estas terras, temos como árvores autoctenes de grande porte:
O amieiro que bordeja quase sempre as águas da ribeira de Alafaiates. Madeira mole, de fraco préstimo para o lume, tornava as águas do rio assombradas, escuras e pesadas. O seu principal préstimo era para fazer os cascos dos tamancos. Leve, ferrada dos lados e por baixo tornava-se no calçado ideal para o Inverno. Era artífice nesta arte o ti Laranja.
O freixo por sua vez, desempenhava um papel importante na econo mia local. A rigidez da sua madeira aconselhava-o para os eixos dos carros, cabos de ferramentas, aguilhadas, varas e varais, estadulhos, cumieiras e barrotes e serrado para tábuas para diversos fins. O seu local preferido são as zonas baixas e de águas abundantes. A rama era especialmente apreciada por cabras e ovelhas durante o estio, A lagarta é o seu principal inimigo.
Finalmente, o carvalho é a árvore mais caracterizadora deste local e a mais abundante resistindo ao frio e à seca, ocupa sempre zonas mais elevadas que o freixo. A sua lenha constituía a principal fonte de aquecimento. Além disso era utilizada para cimieiras e, serrada, para portas, portões, postigos e soalho. A sua folhagem -os ramalhos - , além de servir de alimento aos animais, quando tenros - servia para a cama do gado. O seu fruto - as bolotas - serviam para cevar os porcos. As bogalhas para a criançada brincar (até para fazer um instrumento musical - o nu-nu) serviam para no Entrudo os rapazes deitarem as bogalhadas.
Aqui se fazia a mais longa avenida da Vila: Era preciso bem cedo, pelo mês de Junho sinalizar lugar. Depois em Julho faziam-se as acarranjas e de um lado e do outro as medas iam crescendo, deixando um largo corredor a meio onde se faziam as eiradas que os malhadores com seus manguais em ritual certo e compassado batiam até ficar palha sem grão. O Sr Fernando, suponho que em sociedade com o sr Tenente em meados da década de 50 comppraram uma malhadeira, puxada por um carro de bois, que ligada a um enorme motor foi substituindo manguais e malhadores. Foi a primeira máquina motorizada a ser usad nas tarefas agrícolas, ainda que com grande resistência por parte dos lavradores, alguns dos quais (como o ti Manel Rasteiro - Caractel home, atão eu cu mê mangual malho mais ca máquina!) com desconfiança sustentada nunca chegaram a usar os seus serviços que além de caros, por vezes por avaria, ficava a meio.
Antes que a Praça fosse o lugar de convívio central e o Cimento (assim designado pela novidade que constituíra na altura um chão feito deste produto) como átrio da Taberna e do Comércio do sr António Gata, era o largo do Pelourinho que constituía a centralidade principal da povoação, ladeado por casas de rés do chão e andar. A porta que se vê na fotografia era do comércio (que seria simultãneamente taberna) do sr Albino Freire, cujo nome desgastado se pode ler por cima da porta dupla com janela incrustada. As reentrâncias curvas nas ombreiras (frequentes em muitas outras portas) resultavam da necessidade da entrada dos tonéis de vinho. Sim que a vida era dura e nada como o vinho para a amaciar. A frondosa sardinheira ali continua desde o tempo em que a casa era habitada pelo sr António Lucrécio e família.
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