De entre os muitos fascínios da infância na aldeia, destaco os arancus, num tempo em que na ausência de electricidade os tornava mais intrigantes. Lembro o caminho das Retortas no tempo das regas: Sol posto, arrumam-se sachos e sacholas, recolhe-se o vivo, carregam-se os burros e o caminho enche-se da conversa das gentes, dos guizos das cabras, das campainhas das vacas e do trotear de todos. Ladeando o caminho, os arancus acendem-se quais velas desta profana procissão.
Máquina Breve
O pequeno vaga-lume
com sua verde lanterna,
que passava pela sombra
inquietando a flor e a treva
— meteoro da noite, humilde,
dos horizontes da relva;
o pequeno vaga-lume,
queimada a sua lanterna,
jaz carbonizado e triste
e qualquer brisa o carrega:
mortalha de exíguas franjas
que foi seu corpo de festa.
Parecia uma esmeralda
e é um ponto negro na pedra.
Foi luz alada, pequena
estrela em rápida seta.
Quebrou-se a máquina breve
na precipitada queda.
E o maior sábio do mundo
sabe que não a conserta.
(Cecília Meireles)
Nota: Trata-se de insectos coleópteros, da fam. dos Lampirideos, vulgares em Portugal, que têm a propriedade de emitir luz na escuridão, são conhecidos também por vaga-lume, luze-cu, abre-cu, luze-luze, caga-lume, arincu, etc.
Este é o grupo da acção católica. O lugar - a escadaria das Rebochas (os sobrenomes afeminavam-se quando referidos ao sexo feminino); o tempo - não arrisco o ano - década de 40.
Já fiz a parte fácil. Agora descubram as meninas!
Se tivesse havido no passado a atenção (supervisão) do poder autárquico que hoje há, Vilar Maior estaria bem diferente. Aqui está o exemplo de um restauro feliz.
SECÇÃO: Sabugal | |
Ocupação humana de Vilar Maior durante o I milénio a.C. Entretanto, Marcos Osório admitiu que a equipa envolvida nas escavações poderá fazer um estudo sobre o tipo de dieta dos indivíduos, que outrora viveram naquele local, e saber que animais poderão ter existido na região envolvente. Estes ossos também vão permitir, através do método do Carbono 14, “aferir cronologias exactas sobre o período da lareira”, indicou. O investigador não se mostra surpreendido com a riqueza dos achados encontrados até ao momento. “Tínhamos já alguma noção da antiguidade e valor histórico e arqueológico desta aldeia. Basta lembrar que está hoje no Museu Regional da Guarda uma espada de bronze do período da Idade do Bronze Final”, declarou. Acrescentou que quando as escavações foram iniciadas, as expectativas já eram grandes: “Era óbvio que iríamos encontrar vestígios contemporâneos das gravuras rupestres, da espada e do próprio burgo Medieval de Vilar Maior”. Os materiais encontrados (centenas de fragmentos) já estão a ser lavados, catalogados e colados, ficando registados no relatório final, a enviar ao IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Posteriormente, segundo Marcos Osório, “o ideal seria o material ficar exposto no Museu de Vilar Maior ou em outras instalações, com condições para a sua exposição e para poder ser visto pelo público interessado”. |
Para saber mais clique em:
http://capeiaarraiana.wordpress.com/2008/02/29/achados-arqueologicos-em-vila-maior/
E no Jornal «A Guarda», pode ler:
SECÇÃO: Sabugal | ||
Trabalhos de acompanhamento arqueológico estão a ser realizados desde Dezembro
Escavações arqueológicas realizadas em Vilar Maior, concelho do Sabugal, no âmbito de obras de infra-estruturas subterrâneas e de remodelação e repavimentação de ruas e largos, têm revelado indicações importantes sobre o passado da localidade. Até ao momento, desde Dezembro do ano passado, altura em que os trabalhos foram iniciados, já foram encontradas moedas, centenas de pedaços de cerâmica, artefactos líticos, sepulturas escavadas na rocha e vestígios de habitat de comunidades da Idade do Bronze e do Ferro. O acompanhamento arqueológico, que está a ser efectuado diariamente, decorre desde a altura em que a Câmara Municipal do Sabugal iniciou, em Vilar Maior, os trabalhos relacionados com obras de infra-estruturas subterrâneas (água, esgotos, electricidade, telefone, etc.). O acompanhamento começou a ser feito pelo arqueólogo da Câmara Municipal, Marcos Osório, mas por aquilo que soube o Jornal A Guarda, dada a necessidade de um arqueólogo permanecer diariamente no local e a importância do sítio, a autarquia contratou outro especialista (o arqueólogo Paulo Lages Pernadas), para fazer esse acompanhamento de forma “constante e sempre presente”. “Nada é feito sem a presença do arqueólogo”, garantiu Marcos Osório, recordando que na região, só a Aldeia Histórica de Sortelha teve um acompanhamento idêntico aquando da intervenção ali realizada. O arqueólogo referiu que, dada a importância histórica de alguns pontos da aldeia, as escavações estão a ser feitas “antes da entrada das máquinas”, situação que salvaguarda a destruição dos vestígios existentes no subsolo. Referiu que as escavações já se iniciaram junto às ruínas da Igreja da Senhora do Castelo e no adro da Igreja Matriz, tendo revelado estruturas e materiais de grande importância. Vão seguir-se intervenções na zona da antiga Judiaria, no Largo do Castelo, às portas da antiga muralha e, também, por fim, junto ao painel de gravuras rupestres pré-históricas de Vilar Maior. Adiantou que foi feita uma escavação nos alicerces das ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Castelo e outras nas proximidades, que permitiram “encontrar duas sepulturas escavadas na rocha, e também dois ceitis (moedas) de D. Manuel e D. Afonso III”. No largo do Pelourinho “recolhemos também grande quantidade de cerâmica medieval que, juntamente com um dinheiro (moeda) de D. Dinis, encontrado no adro da Igreja Matriz, propiciam alguns testemunhos do desenvolvimento económico e político desta aldeia durante o reinado deste monarca, após o Tratado de Alcanizes”, referiu |
Para saber mais clique em:
http://capeiaarraiana.wordpress.com/2008/02/29/achados-arqueologicos-em-vila-maior/
Domingo de Páscoa em Vilar Maior
O dia solarengo mas com um vento frio não propiciava longas conversas de rua. A missa ao meio-dia com coro disperso e de pouco ânimo para uma celebração da vida. Uma homília de convite a deixarmos o homem velho que temos em nós e a entusiasmarmo-nos com uma vida nova de convite ao serviço dos outros e à generosidade. Uma homilia curta e prática. Prática era exactamente como antigamente se chamava à homilia. A igreja não estava a abarrotar mas estava muito composta, quase cheia, com gente de cá e dos poucos que vieram de diferentes locais: da Arrifana, da França, da Guarda, de Lisboa, do Porto, de Coimbra … Gente de diferentes idades e condições com um berço comum. Não houve procissão pela povoação, nem sequer em volta da Igreja que as escavações em curso a impediram.
As ruas da Baixa estão praticamente prontas. Os esgotos estão a ser colocados nas ruas da Atalainha, do Cemitério, da Costa e da Ponte. Nas Lages já estão prontos. O investimento público é vultuoso. Espera-se que os particulares se animem.
(Foto cedida por João Marques)
Não querendo entrar numa guerra ruinosa sobre que fotografia mostra mais o carácter ruinoso da Senhora do Castelo tenho que confessar que esta é um testemunho maior. Já agora mandem fotografias da capela que prometo publicá-las todas. Enviem para julmarjsm@hotmail.com
(Foto cedida por Carlos Marques)
A igreja da Senhora do Castelo constitui, creio eu, o mais notável e mais significativo monumento de Vilar Maior. Recordo como em criança me intrigava aquele monumento que só conhecia visto da Praça. Está como sempre o conheci. É impressionante como resiste ao tempo. Porém, ficaria imensamente triste se a derrocada, que sempre que se olha parece eminente, acontecesse. É urgente tomar medidas.
É provavelmente a construção mais antiga da aldeia. Desfeito o seu corpo para guarda dos corpos dos mortos, estas ruínas são, creio, a alma de Vilar Maior. Se não a sentem, visitem-a, entrem nela e concentrem-se até a sentirem. Se nada acontecer, então é que vocês não a têm porque nunca ativeram ou porque já a perderam.
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