A mulher que de enxada na mão prepara a terra para a próxima sementeira é Maria da Cruz.. Proprietária da casa renovada que se vê nesta fotografia. Estas são as pessoas que fazem a diferença pela positiva. Humanizam a paisagem: a rural e a urbana. Uma mulher de diálogo presente na imagem em que cava a terra, a domina e a obriga a entregar-lhe os frutos que a alimentarão. Talvez umas batatas secadais, que a água do rio não chega aqui. Uma mulher que não falando, nunca deixei de entender o que tinha para dizer. Da última vez contou-me da ida ao médico, do que este lhe dissera, da ambulância que a transportara, de uma maneira fácil e clara através do gesto e da mímica.
Esta é a gente que faz muito pela vila
Quanto ao prémio:
O Vencedor, aquando do arranque das batatas ajudará a Maria na tarefa. Das batatas rachadas poderá cozê-las e comê-las. Como os tempos vão diferentes acompanhe-as de uma posta de bacalhau assado nas brasas com que cozeu o caldeiro das batatas. Regue com um bom azeite. Arranje um bom vinho. Nesta parte terei todo o gosto em ser convidado. Prometo não me fazer rogado.
Tempo de quaresma, tempo de pensar a nossa humílima condição.
Memine, homine, quia pulvis es et in pulvis reverteris
Lembra-te homem que és pó e ao pó hás de voltar.
E se te perderes ... que valha a pena
«E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...»
Florbela Espanca
Todos os vilarmaiorenses a conhecem. Quem é? Tem direito a prémio.
Ainda que seja dia de carnaval, ninguém está fantasiado. Trata-se de uma cena da vida real de uma vida (cada vez menos) quotidiana.
Avenidas, ruas, vielas e becos calcetados; largos arranjados; iluminação, saneamento, abastecimento de água; quase concluídas, portanto, obras de grande envergadura, infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento. Talvez tarde, demasiado tarde. Obras públicas que tardaram mas chegaram. É preciso que chegue agora a iniciativa privada. Aceitam-se ideias, e, sobretudo acções. Num mundo inseguro, nunca se sabe quando investir aqui seja uma boa opção. A terra vale pouco, a terra dá pouco. Nunca esqueci as palavras de um personagem do célebre romance «E Tudo o Vento Levou»: - Quando tudo se foi, a terra é tudo o que resta.
Na taberna dos Gatas
os velhos vêem jogar a "raioula"
e contam histórias de tempos antigos.
O "Ti Zé Franco", encostado à bengala,
observa as moedas a picarem sobre a raia.
Ficam todos suspensos, mede-se à palhinha:
O "Ti Cunha" está mais perto que o Bernardino.
-Trinta bons por cima!
Ganha o "vilhelas" ao "sabias"!
Um milharuco,
plana sobre a praça.
Passam as beatas para o terço.
Põe-se o sol no Castelo.
A sombra cobre o penicoto
O Carnaval - adeus ó carne! era comemorado gastronomicamente em Vilar Maior no Domingo Gordo com o bucho cozido mais o toucinho e enchido acompanhado pelo vinho carrascão. Os miúdos pelas ruas de chocalhos, guizas e campaínhas na mão saudavam-no: - Vivó Entrudo!
Alguns folgazões não perdiam a ocasião para parodiarem o que durante o resto do ano eram obrigados a respeitar.
Lá ia um com o molho de cornos às costas acompanhado de outro que levava os cambos (a tradicional balança com fiel). Chegados junto de um grupo de homens, perguntava: Quem compra os cornos? Dizia um: -Aqui está tudo servido! O outro acertando o fiel da balança: - É tão certo!
A rapaziada aproveitava para fazer partidas e deitar as bogalhadas.
Os novos que não entenderem perguntem aos mais velhos.
Um comentador que teve a dita de o ver tão de perto
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