Informa-me o nosso habitual e oportuno comentador O Cota da morte da nossa conterrânea Filomena Caseira, há muitos anos residente em França, viúva de Adriano da da Cruz e filha de Aurélio Prata e Luísa Caseira.
As nossas condolências aos familiares.
Depois da morte de minha mãe entrei numa grande melancolia. Faço longas caminhadas e passam dias que não falo a ninguém. Nos meus passeios há um recanto de rio que me apazigua bastante. Ali acabo as minhas tardes invariavelmente.
Numa dessas tardes, jazia eu cansado, junto ao rio, com o queixo sobre as mãos, tendo no coração e nos olhos a paz desta amena Primavera. Queria ficar assim, dissolvendo-me na melancolia do córrego, do choupo e dos freixos. Um livro aberto mas abandonado, estava a meu lado como de costume; naquela modorra de fim de tarde, não me apeteceu lê-lo.
Estava tão absorto nos meus pensamentos, que não ouvi o meu amigo aproximar-se silenciosamente. De repetente estava junto de mim, segurando a boina na mão.
Fiquei calado e permaneci deitado. O meu amigo sentou-se ao meu lado. Ficámos muito tempo a olhar para o regato, escutando os ruídos da água e a gozar a leve brisa da tarde que se levantava sobre as copas das árvores. Um bando de patos deslizou na água, atravessando das hortas para o lameiro, uns metros mais abaixo. Depois de um longo silêncio o meu amigo conclui:
- Isto aqui é triste…
Depois de novo silêncio perguntou:
-Porque vens tu aqui?
O meu amigo estendeu-se também no chão. Estava de costas virado para o céu, a ver as copas dos freixos e recomeçou:
-Se fossemos nuvens… podíamos ir para longe…
-E para onde querias tu ir?
-Ora… à cidade… íamos até à Guarda…
A Guarda era o limite do mundo do meu amigo. A terra maior que vira na vida de campónio. Nesse momento invejei-o. Era bem simples o mundo dele: Levantar… deitar… comer… dormir… gozar o sol… ver as nuvens… ir à Guarda. Olhei-o em frente, por cima dos braços apoiados, e contrapus:
- Seria bom era se fôssemos peixes, ou seixos, ali debaixo de água… isso sim!
E fechei os olhos, imaginando-me um peixe a nadar entre os seixos brancos, rente ao fundo, bem longe das minhas preocupações. E rematei:
-Isso sim… seria mesmo bom!
A placa na varanda cansou-se e os números do telefone foram perdendo os contornos. Mas continua à venda. A localização é óptima, telhado e estrutura estão à vista. Com extenso quintal e logradouros.
Isto é o que se chama publicidade gratuita. O interesse é ver mais uma casa habitada.
Agora mesmo que não tenha casa, já pode passar férias em Vlilar Maior. Se quiser instalações de óptima qualidade terá a Casa Villar Mayor. Se desejar outras mais económicas não faltarão particulares que lhe arranjarão uma casa como, por exemplo, António Bárbara Cunha, que foi rcentemente restaurada. Falta de alojamento deixou de ser problema ou pretexto para não ir e estar na vila.
Nada como experimentar. Se não quiser cozinhar terá (infelizmente não em Vilar Maior) nas aldeias vizinhas - Aldeia da Ribeira, Alfaiates, Rebolosa, Badamalos - vários restaurantes.
Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado da distância!
Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso
Miguel Torga
Há sempre uma última vez para tudo. Estava a almoçar no Restaurante Bica dos Covões em Badamalos e apareceu o Júlio com quem tive sempre imenso gosto em conversar e em quem encontrava sempre um trato de fina educação e afabilidade. Falou-me dos difíceis tempos de antigamente, do trabalho duro e... da fome de pão. Disse-me ser um frequentador deste blog e do gosto que tinha em ao fim do dia ir ao blog matar saudades. Falou-me de que se reformaria e que viria viver para a terra.
Com a morte do Júlio morremos todos um pouco.
Aos familiares sentidos pêsames.
Nascido no ano de 1952, ano em Vilar Maior e Arrifana nasceram (na coluna do meio e da direita o pai e a mãe):
Alexandrina Brigas Leal |
Fernandes, Francisco Leal |
Brigas, Maria |
Amélia da Conceição Marcos Lopes |
Lopes, Francisco |
Monteiro, Ana Maria |
Ana Clotilde Afonso |
Afonso, José Proença |
Urbano, Virgínia Clotilde |
Ana Maria Monteiro |
Monteiro, José Joaquim |
Monteiro, Maria Lopes |
Ana Maria Valente Proença |
Proença, António |
Valente, António Brigas |
António Júlio Valente Neves Cardoso |
Cardoso, José Pedro |
Valente, Bárbara |
Deolinda Marques Proença |
Prata, Joaquim Proença |
Dias, Maria Rosa Marques |
Filomena Lourenço Fernandes |
Fernandes, António André |
Leal, Deolinda Lourenço |
Henrique Cerdeira Silva |
Silva, Francisco Fernandes |
Cerdeira, Júlia |
Isabel Maria Costa Rasteiro |
Duarte, José Rasteiro |
Costa, Ana Maria |
João António Valério |
Valério, Manuel Prata |
Costa, Deolinda |
José Duarte Bárbara |
Bárbara, António Leitão |
Duarte, Maria da Conceição |
José Fernandes André |
Fernandes, Júlio |
Ferreira, Isabel Monteiro |
José Franco |
xxxxxxxxxxxxxxxxx |
Proença, Cândida |
José Seixas Alves |
Badana, Joaquim Manuel |
Seixas, Maria Dias |
Júlio Fernandes Alves |
Alves, Moisés |
Fernandes, Maria da Purificação |
Júlio Fernandes Proença |
Proença, António Badana |
Proença, Isabel Maria |
Maria Claudina Narciso Simões |
Simões, Álvaro José Neves |
Narciso, Teresa de Jesus |
Maria da Conceição Limão Gata |
Gata, Aníbal da Cruz Gata |
Gata, Ana de Jesus Limão |
Maria de Lurdes Silva Dias |
Dias, Joaquim Maria |
Silva, Alzira da Conceição |
Maria Rosa Brigas dos Santos |
Santos, Henrique dos |
Brigas, Antónia |
Mário Costa Martins Duro |
Duro, José Martins |
Costa, Cecília |
Miguel Lourenço Rasteiro |
Rasteiro, Francisco António |
Lourenço, Isabel |
Palmira Esteves Araújo |
Esteves, António |
Araújo, Maria |
Prudência de Fátima Fernandes |
Fernandes, José dos Reis |
Frenandes, Maria Rosa |
Teresa de Jesus Dias Seixas |
Seixas, António Cerdeira |
Duarte, Ana Dias |
Em tempo pré-eleitoral todos nos prometem este mundo e o outro, o possível e o impossível, se confunde o sonho e a realidade. Ora, seria interessante, já que isto anda tão desanimado (deve ser do calor, do trabalho, das férias ...) ver o que é que os caros comentadores seriam capazes de prometer.
Então, quem mais dá?
De vez em quando, passe pelo Badameco. http://badameco.blogs.sapo.pt/
Eu sei que o nome não é atraente. Acontece que palavras com um sentido, às vezes sabe-se porquê outras nem por isso, mudam de sentido. Badameco na sua origem latina era vade mecum que quer dizer vai comigo. Um vademecum era uma agenda um caderno de notas. è o que o Badameco pretende ser.
Lembro as termas na minha longíqua infância de há cinquenta e tal anos quando lá ia levar a minha avó Isabel por mor do eczema que a atormentava.
. Requiescat in Pace, José ...
. Centenário da capela do s...
. Requiescat in pace, Manue...
. Paisagem humana - A Vila ...
. Jeirinhas e os bois teimo...
. Diário de um bebedor de a...
. Arqueologia - Em busca de...
. Requiescat in pace, João ...
. badameco
. badameco
. o encanto da filosofia
. Blogs da raia
. Tinkaboutdoit
. Navalha
. Navalha
. Badamalos - http://badamalos.blogs.sapo.pt/
. participe, leia, divulgue, opine