Morreu o Zé Duarte. O funeral é na próxima 6ª feira. Assim me informaram dois comentadores frequentes .
Razão tem o povo quando diz que «os homens não se medem aos palmos». Lavrador, pastor, mercador ... cometeu a proeza (penso não estar enganado) de ter sido o primeiro vilarmaiorense a ir a salto para França, dando início à grande diáspora dos anos sessenta. Os que se seguiram haviam de tê-lo lá, em Champigny, como ponto de referência, como apoio ao chegar.
O que havia de importante em Vilar Maior é isto mesmo, evidenciado na imagem do Zé Duarte e de todos de que temos memória: Eram autênticas personagens reais de que sabíamos quase tudo: a família, a casa onde viviam, os campos que tratavam, o gado que tinham, o modo de vestir, a forma de andar, o feitio da alma e os jeitos do corpo. E sobretudo o olhar e a fala. Rico ou pobe todos tinham direito a uma imagem e a uma história.
Aos familiares as nossas sentidas condolências.
Breve biografia:
S. Sebastião era centurião da guarda do imperador Diocleciano e mantinha em segredo a sua fé cristã. Com a perseguição dos cristãos, chegou ao conhecimento de Diocleciano a sua fé e este ordenou aos seus arqueiros que disparassem as suas flechas contra ele para martirizá-lo. A mulher recolheu-o ensanguentado e tratou-o, conseguindo salvar-lhe a vida. Quando o imperador soube que ele não morrera, prendeu-o novamente e foi martirizado no circo até à morte. É invocado contra a peste.
Oração
Em nome do Pai + do Filho + do Espírito Santo.
Ínclito e glorioso Mártir, continuai a lançar as Vossas vistas benignas sobre este país, e particularmente sobre esta cidade; se todo o tempo Vos declarastes sempre nosso especial advogado, continuai a prodigalizar-nos os benignos impulsos da Vossa ardente caridade.
Afastai de nós, Santo bendito, os terríveis flagelos da peste, da fome, da guerra; para que tão medonhas calamidades não venham perturbar o nosso repouso e alcançai-no daquele Deus, que foi sempre o único objecto das Vossas delícias, aquela graça de que necessitamos para que, imitando-Vos nas virtudes em que tão eminente fostes sobre a terra possamos, no termo dos nossos dias, alcançar um feliz transito, para a eternidade, onde, participando da bem-aventurança de que gozais, possamos também acompanhar-Vos nos louvores que ao Rei da Glória tributais por todos os séculos sem fim.
Assim seja.
Rezar um Pai Nosso e uma Avé Maria.
Nota:
Repetir a cada quarta-feira pela manhã e à noite.
Dia festivo: 20 de Janeiro; dia da semana: terça-feira; cor: vermelho. Padroeiro dos arqueiros, atletas, jardineiros e soldados.
Morreu António Marcos Lopes, natural da Arrifana do Coa e residente em Vilar Maior.
Aos familiares as nossas condolências.
Interpretação: Amália Rodrigues
Música: Fado Victoria
Letra: Pedro Homem de Melo
http://www.youtube.com/watch?v=6VEsoPN7rrw
Pena é que, por preconceito, continuemos a associar o fado à ditadura do Estado Novo.
Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não.
Aromas de luz e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.
Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
Vou por esses campos adentro
Por entre maias e rosmaninhos
Em cima da minha “bike” nova
À barreira da "Ponte-da-Guarda",
desmonto e sigo a pé.
Levanta-se um coelho numa cova
da horta do Zé da Cruz
e atravessa, de um pulo, o caminho.
Ao fim da subida
monto a "bike" novamente
deixando a sombra no alcatrão quente.
A meio da pequena descida,
uma pedra ao alto levantada:
Ali mergulhou o Agostinho
na sua velha motorizada.
"Ó vós que aqui passais
-convida a inscrição-
tende piedade da sua alma
e rezai um padre nosso e uma avé Maria".
Persignando-me, sigo adiante,
passando a ribeira,
que ainda corre,
e com enrome esforço de pernas,
dando à roda pedaleira,
as crejeiras do Ti Pascoal,
o depósito da àgua
e ao cemitério,
pergunto ao homem do tractor:
-Amigo, para a "Ponte Sequeiros", qual é o desvio?
-À saída, na curva, vire à esquerda e siga o rio.
A sede aperta,
encosto a "bike"
e entro no café.
Ao segundo copo
Já querem saber de onde sou.
Respondo:
- De longe... de muito longe...
E como ali vim dar.
Divago:
-No vento... vim no vento!
Seguindo caminho,
agora sempre a descer,
lameiros e freixos de um lado e de outro,
-Lá está a curva e o desvio-
começa a chover,
abre-se o arco-íris
sobre os montes em redor.
O caminho trona-se ruim,
Sigo a pé então,
e mais adiante, enfim,
surge a ponte com o seu torreão.
Um rebanho desce a enconsta sobranceira
e pergunta-me o pastor:
-De onde é voçê, amigo?
E eu respondo:
-De longe... de muito longe...
-E vai para onde?
-Para onde me levar o vento...
Vou no vento...
E ele -estou ainda a vê-lo- de cajado, encostado ao muro:
-Não vai não, amigo...
que traz um furo
no pneu
João Valente Martins
Décadas, ano após ano, mês após mês, duas vezes ao dia esta imagem repetiu-se com passo certo e cadenciado . A imagem não se repetirá mais.
Desfez-se da burra que ficou velha e a ciática do dono tornava o cumprimento do ritual cada vez mais penoso.
(Foto de Jaime Câmara)
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