Dizia o poeta que Maio é o mês das rosas. Na Vila era o mês da maia, do semear e do cuidar das tenras plantas, do começo das regas; das primeiras cerejas e da esperança em boas colheitas e das searas que começavam a ficar loiras; dos fenos que cresciam nos lameiros.
Há notícias inacreditáveis! Hoje com as novas tecnologias chegam num instante. Esta recebi-a por mail do Carlos Marques:
Caminhadas pelo Interior ou a prática do velho aforismo "Mens Sana in Corpore Sano".
Desde Fevereiro a esta parte que no nosso concelho se orgazam caminhadas pelas suas freguesias, apoiadas pelo município umas, outras por Associações Culturais das respectivas freguesias.
Foi assim que no dia 16 de Maio teve lugar a da freguesia de Ruivós. Vilar Maior também se fez representar por um grupo de caminheiros cujas idades eram compreendidas entre os 8 anos (Sara) até aos 88 anos (Ti Fernando). Não deixaram os pergaminhos por mãos alheias e todos terminaram no grupo intermédio de um conjunto composto por cerca de 200 pessoas, não sendo necessário recorrer aos serviços do carro de apoio (vulgo carro vassoura).
ás 9,30 da manhã foi dado "o tiro de partida" e passados minutos já esta mole de gente serpenteava por montes e vales daquela freguesia numa organização perfeita. Em algumas subidas mais prolongadas "a coisa era bem puxadinha" e chegados ao alto, os bofes pareciam querer sair para fora. Mais ou menos a meio da prova foi servido o pequeno almoço, composto por sandes de conteúdo variado assim como de bebidas que iam desde o vinho ao sumo.
Revigorados pelos alimentos lá partimos novamente para o derradeiro percurso que nos levaria ao ponto de partida. Havia pessoas de toda a região e num ambiente de alegria, de boa disposição, de um rever de pessoas para aqueles que já se tinham encontrado em eventos desta natureza, num ambiente puro do ar do campo, chegámos ao fim uns com mais fôlego que outros.
De imediato começaram a ser servidos aperitivos para o almoço que dali a pouco teria lugar. Entretanto pairava no ar um aroma intenso do churrasco que estava em andamento. Começou o almoço que era servido em regime de self-service, composto por churrasco de frango ou porco, acompanhado por um malandrinho arroz com feijão. Veio depois a fruta e o respectivo cafezinho. Tudo isto por uma quantia simbólica de 3,5 euros.
Uma nota para a organização que esteve impecável a todos os níveis.
O grupo da Vila tratou então do regresso e após algum descanso merecido das pernas, cerca das 5h rumou ao ringue das escolas onde teve lugar um rijo embate na modalidade de futsal entre as equipas local e da freguesia do Ozendo (torneio inter-freguesias).
O resultado não foi o melhor para as nossas cores (derrota por 6-3), mas isso não tira de modo nenhum mérito aos nossos que deixaram "a pele" dentro do campo. É de todos conhecida a inexistência de estruturas para uma equipa que possa ombrear com a de outras terras. Não bastam apenas a vontade e tenacidade com que se batem. Também não são tão somente os resultados que interessam!!.
Assim se passou um domingo "com qualidade de vida" que nos deixou satisfeitos e prontos para entrentar uma nova semana. Digam agora que as nossas aldeias já estão mortas e enterradas. Necessitam, isso sim, é que todos demos uma mãozinha para as manter bem vivas.
Um abraço.
João Marques.
Vilar Maior
V ejo o castelo velhinho
I greja Matriz relicário
L ogo além a Capela
A onde à luz de uma vela
R ezei por minha mãe o rosário
M isericórdia, Saudade
A s casas com os seus brasões
I mponente Pelourinho
O nde vou carpir baixinho
R ecordações...Recordações
Fernando Alves Pereira (Requinta)
O agradecimento ao Sérgio Brito que me enviou este sentido poema sobre Vilar Maior. Quanto ao Fernando não precisa de apresentação. Uma alma cheia de música e de poesia.
Um grande abraço.
Lendo Bachelard não posso deixar de pensar na paisagem de Vilar Maior quando a necessidade feita vontade a moldava aos seus desejos. Como se de uma gravura se tratasse jornaleiros com suas enxadas, lavradores com seus arados, pedreiros com seus picos, martelos, martelões e maços desenhavam-na em forma que a natureza se encarregava de pintar. Por trás de todos o ferreiro na fráuga, a ferro e fogo, era o mago sem o qual nada feito.
«E sempre a paisagem é simplificada pelo trabalho do homem, felizmente simplificada. É bela uma terra geometrizada pelos labores, com seus campos justapostos tão simplesmente. Quanto a mim confesso que o campo da minha região, com as suas lavouras divididas, possui mais poesia que uma savana. (...) Que triunfo da simplicidade: sentir-se em casa na terra dividida, terra talhada pelo trabalho, possuir pelo olhar a aveia e a colza, a vinha e a alfafa!»
In O direito de Sonhar, Gaston Bachelard
Sábado, dia 1 de Maio.
Os dias são grandes, as estradas são boas e os pais, as mães, os parentes, os amigos agradecem uma visita ainda que curta. E no sábado fui e vim. Almoço na Bica dos Covões, em Badamalos que pelo preço é mais que bom, acrescentada a amabilidade dos proprietários. E chega a Lena(do Bernardino) com o seu rebento e dispara:
- Ó senhor Júlio, porque é que só põe notícia dos que morrem?
A verdade é que a gente se desabituou. Mas tem toda a razão. Aqui fica a foto, tirada na hora, do mais novo habitante de Vilar Maior, o Edgar.
Lembrando o José Alves
Apresentaram-nos na praça e ficamos logo amigos. Os dois formados em Direito, a mesma idade e amantes da natrureza, daquela rusticidade da nossa terra, que só as almas cristalinas, como as águas do Cesarão entendem
A última vez que nos vimos, estava eu sentado na lage do açude das Retortas e apareceste dos lameiros do César, de entre os salgueirais. Trazias uma perdiz no cinturão, arma no ante-braço, seguia-te o fiel Setter branco que tanto amavas.
Sentados na margem, sobre uns barrocos que ali havia, partilhámos a merenda: pão centeio, queijo de cabra duro, um vinho branco que pesquei da água fresquinho e no fim a última laranja que trazias no burnal. Ali partilhámos a vida, os sonhos as frustrações da vida, gomo a gomo como aquela laranja, embrevecidos naquela nossa gentil e franca amizade.
Perfeitamente ao alcance da Beretta, um casal de perdizes levantou no lameiro mais acima. Visaste-as ainda e baixando subitamente o cano da arma, comentaste naquele teu sorriso desconcertante:
- Deixá-las ir João. estão no arrulho, deixá-las ir, têm direito ao amor como nós!
E apanhando o Burnal, chamaste o cão, desaprecendo no cabeço da vinha do João Monteiro na margem oposta e despediste-te:
- Vê se apareces logo á noite no Gata para jogarmos uma cartada!
Mas não apreci amigo. Ía tão cansado da subida do castelo que dormi no sofá da sala. Jogamos aí no céu um dia destes uma boa partida de sueca... mas com baralho novo, pode ser companheiro?
Guarda-me o lugar, que desta vez apareço. Prometo!
João Valente Martins
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