"Pintar Sabugal 2009" é o título da exposição de pintura que está patente, até dia 18 de Outubro, na Sala de Exposições do Museu Municipal do Sabugal. Inserida no contexto do Evento realizado no ano passado nas Freguesias de Vilar Maior com o seu vasto e rico património histórico e paisagístico, e ainda em Aldeia da Ponte no Concurso "Ó Forcão Rapazes", com pintura em movimento da tradicional Capeia Arraiana, foram elaborados vários trabalhos por parte do GART – Grupo de Artistas e Amigos da Arte e por alguns pintores locais, como foi o caso do Sr. José Chapeira, Sr. António Alves (Artista emigrante e natural do Casteleiro), e de algumas crianças. Os quadros expostos estão disponiveis para venda ao público. Informamos ainda, que decorre também uma exposição no MiniPreço do Sabugal, onde o público interessado poderá também adquirir os trabalhos expostos, de quadros de pintura também resultantes do Evento de edições anteriores. A ADES – Associação Desenvolvimento Sabugal, informa ainda a todos os interessados, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas, ou outras Entidades, que poderá solicitar os trabalhos realizados no âmbito do Evento Pintar Sabugal de anos anteriores, para efectuarem exposições.
Agradecemos divulgação, Cumprimentos, Jorge Esteves ADES - Associação Desenvolvimento Sabugal Av. Dr. João Pereira Apartado 40 6320-406 Sabugal
Ora, para os que ficaram com dificuldade de saber o que eram tais peças aqui têm uma fotografia das ditas, de Carlos Marques. Na minha imaginação apenas não encaixa a ferrugem já que eram lisas, muito lisas e da cor do cromado.
A obra «LIVRO» de José Luís Peixoto é de leitura obrigatória para a minha geração quer tenham emigrado para França, quer não. Para quem viveu na vila nos anos sessenta e setenta, muitas das cenas, são-nos tão familiares! Ligue a Badameco:
Crise? Qual Crise? Crise era há cinquenta anos que depois de colhidos os frutos se ia ao rebusco! A garotada à procura de uma noz ou amendoa enfiada num buraco ou escondida no pasto para a seguir ir jogar ao carambolo (que é isso?, perguntam os mais novos)
A natureza indiferente à indiferença do homem produz copiosamente: maçãs, pêras, marmelos, nozes, amendoas, pêssegos, uvas que ninguém apanha, que ninguém quer. Crise?
Quem se lembra da chiadeira dos carros de vacas? Pois, é! Antes da caladeira, um paralelo de ferro com a curvatura do eixo peça de ferro que separava eixo este da chêda, os carros chiavam e pelo chiar se sabia de quem era. A caladeira foi uma solução extraordinária, não tanto pela insonorização mas porque evitando a fricção das madeiras tornou muito mais duradoiros os eixos. Ainda haverá por lá alguma?
De um desconhecido:
(...) " Quero apenas
um som perpétuo
de gemidos doces
de carros-de-bois,
mas daqueles
de rodas maciças com dois buracos
como olhos de bêbado." (...)
A Lenda da Justa, cujo levantamento Joaquim Correia fez nas “Memorias do Conselho do Sabugal”, de forma incompleta, não é mais que uma versão adaptada localmente do romance D. Ana muito em voga na região de Trás-os-Montes, a que pertenceu o antigo conselho de Vilar Maior. Aqui deixo a prova, pela confrontação entre a versão da Lenda da Justa recolhida por Joaquim Correia por volta de 1900 em Vilar Maior e o romance D. Ana recolhido em 1898 em Maçotes, por Tavares Teixeira e que vem na revista “Portugália” editada por Rocha Peixoto:
Lenda da Justa
(In, Memórias do Concelho do Sabugal)
Pela Páscoa de flores
Pela Paixão se dizia
Entrou em Vilar Maior
Uma grande cavalaria.
Levavam cavalos brancos,
Gente de muita valia
Foram-se a esperar as moças
Que iam pr'a missa do dia.
Disse o tenente ao alferes:
-Qual daquelas é a mais linda?
-A de verde bem me agrada,
Mas eu a de azul queria,
Hei-de roubá-la a seu pai
Inda que me custe a vida.
Não era ainda meia-noite
À porta da mãe batia:
-Que fazeis aqui, alferes,
A desoras pela vila?
-Eu não venho por ti , velha,
Venho pela tua filha.
-Minha filha não está cá
Está em casa da prima.
Mas pegou numa candeia,
Indo encontrá-la deitada
Na cama onde dormia.
........................................
-Por diós te peço alferes,
E pela virgem Maria,
Que me deixes só vestir
Uma alva camisinha...
-Se a tu tens de bom linho
Dar-ta -hei de cassa fina.
Por diós te peço alferes
E pela virgem Maria
Que me deixeis rezar,
Só uma Ave Maria,
À Senhora do Castelo
Qu'ela é minha madrinha.
-Olha filha por onde andas,
Não sejas deshonra minha,
Medita nas Barbas brancas,
Que teu pai na cara tinha.
................................................
-Aqui tens, ó velha honrada,
Aqui tens a tua filha,
Ela não se quis vender
Por isso tirei-lhe a vida.
-Espelho onde me eu via
Antes a quero ver morta
Que a sua honra perdida.
.............................................
...............................................
( In, Memórias do Concelho do Sabugal)
D. Anna
(Recolhido em Maçores em 1898 por Tavares Teixeira)
N’aquella «villa viçosa»
Entrou a cavalaria;
Foi por uma rua abaixo
E virou por outra acima.
Viu estar numa janella
Duas meninas mui lindas;
Disse o tenente p´ró alferes:
«Qual d’ellas é a mais linda?»
-Oh! Aquella d’azul claro
Essa é uma amaravilha
Hei de la roubar à noite
Antes que me custe a vida!-
Com vinte e cinco soldados
Foi p’rá sua companhia
E à meia noite em ponto
O tenente à porta batia
«- Oh! Quem bate à minha porta,
Olhe que ainda não é de dia!»
- Não é consigo D. Anna,
Mas é com a sua filha!-
«Minha filha num ‘stá cá,
Foi a dormir com a tia!»
Entro pela porta adentro
Sem nenhuma cortezia.
Sete salas descobriram
Sem acharem na menina;
Chegaram ao aposento
Onde ella estava dormida.
Levantou-se a mãe da cama
A dar conselhos à filha:
«Oh! Filha faz pela honra
Que eu também fiz pela minha!»
A desgraçada D. Anna
Em lágrimas le dizia:
-Honra as barbas de meu pae
Que a minha já vae perdida!-
À’sahida do palácio
O tenente le procurara:
-Lá em casa de seus pães
Como ella se chamava?-
«Em casa de meus pães
Chamava-se-me fidalga;
Agora por esses mundos
Serei infeliz… desgraçada!»
Indo lá mais adiante
O tenente le procurara:
-Em casa de seus pães
Como ella era tractada?-
«Em casa de meus pães
Comia galinha assada;
Agora por esses mundos
Comerei sardinha salgada!»
Indo lá mais adiante
O tenente a acomettia;
E ella, como discreta,
Respondeu: que não queria!
Puxou por um punhal d’ouro,
Que o cavalleiro trazia,
Meteu-lo por um lado
E o coração le sahia!
Pegou n’ella em seus braços
E a sua mãe levou a filha;
E assi mfalou a D. Anna
Para maior tyrania:
Oh! D. Anna! Oh! D. Anna
Eis aqui a tua filha!
Honrada e virtuosa
Mui bem le custou a vida.
«Justiça do ceo valei-me,
Que na terra não a havia;
P’ra matar o cavaleiro
Que matara a minha filha!»
Justapondo as duas versões, conseguem-se reconstituir, embora não respeitando as quadras e rimas, integralmente as partes perdidas da Lenda da Justa, resultando a seguinte versão que proponho desta lenda:
Pela Páscoa de flores
Pela Paixão se dizia
Entrou em Vilar Maior
Uma grande cavalaria.
Levavam cavalos brancos,
Gente de muita valia
Foram-se a esperar as moças
Que iam pr'a missa do dia.
Disse o tenente ao alferes:
-Qual daquelas é a mais linda?
-A de verde bem me agrada,
Mas eu a de azul queria,
Hei-de roubá-la a seu pai
Inda que me custe a vida.
Não era ainda meia noite
À porta da mãe batia:
-Que fazeis aqui, alferes,
A deshoras pela vila?
Eu não venho por ti , velha,
Venho pela tua filha.
-Minha filha não está cá
Está em casa da prima.
Mas pegou numa candeia,
Indo encontrá-la deitada
Na cama onde dormia
E a desgraçada D. Ana
Em lágrimas lhe dizia:
-Olha filha por onde andas,
Não sejas desonra minha!
Medita nas Barbas brancas,
Que teu pai na cara tinha.
Entraram pela porta adentro
Sem nenhuma cortesia.
Sete salas descobriram
Sem acharem a menina;
Chegaram ao aposento
Onde ela dormia.
-Por Deus te peço alferes,
E pela virgem Maria,
Que me deixes só vestir
Uma alva camisinha...
-Se a tu tens de bom linho
Dar-ta -hei de cassa fina.
-Por Deus te peço alferes
E pela virgem Maria
Que me deixeis rezar,
Só uma Ave Maria,
À Senhora do Castelo
Qu'ela é minha madrinha.
Há saída do palácio
O Alferes lhe procurou:
«Lá em casa de seus pais
Como ela se chamava?»
-Em casa de meus pais
Chamava-se-me fidalga;
Agora por esses mundos
Serei infeliz… desgraçada!
Indo lá mais adiante
O Alferes lhe procurara:
«Em casa de seus pais
Como ela era tratada?»
-Em casa de meus pais
Comia galinha assada;
Agora por esses mundos
Comerei sardinha salgada!
Indo lá mais adiante
O Alferes a acometia;
E ela, como discreta,
Respondeu: «que não queria!»
Puxou por um punhal d’ouro,
Que o cavaleiro trazia,
Meteu-lho por um lado
E o coração lhe saia!
Pegou n’ela em seus braços
E a sua mãe levou a filha;
-Aqui tens, ó velha honrada,
Aqui tens a tua filha,
Ela não se quis vender
Por isso tirei-lhe a vida.
-Espelho onde me eu via
Antes a quero ver morta
Que a sua honra perdida.
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