Vem de Arraçário (e arreçário). Nome de via pública em Sintra, Castelo Branco e Castelo de Vide. Tem raíz no vocábulo árabe arreç «a cabeça», e a terminação portuguesa «ário». Arreç significa elevação de terreno entre dois vales, lomba, cumiada, que quadra na topografia do lugar. Existe nas formas portuguesas com a significação de «cabeça»: Rez, (cabeça de gado), arrais (cabeça, capitão de navio).
Em post de 26 de Janeiro de 2008, alvitrei neste blog uma origem diferente, apenas baseado num palpite. Agora temos ciência mais segura.
Júlio Marques
Às vezes, cada vez mais, sento-me no escritório e vêm-me à memória as leituras do passado. Corro com o olhar as prateleiras das estantes de livros, onde estão muitas horas da minha vida, olho as lombadas e pego num. Desta vez, é um livro velhinho de páginas amarelas com aquele característico cheiro dos livros antigos. Ao abri-lo lá está a data 03-06-72. Comprado no alfarrabista que o dinheiro era pouco. Releio a introdução e um dos capítulos finais. Lá estão as terras que bem conheceria a partir de 1973: Ossela ( e a casinha de Ferreira de Castro à beira das estrada, hoje casa museu do autor), Castelões (a terra de Manuel da Bouça, personagem principal), as Baralhas e tabernas, onde porventura, também passei, a Gandra e as paisagens descambando no rio Caima. E a memória da figura de Ferreira de Castro que passava férias na Pensão Suiça, em Macieira de Cambra.
No meu tempo de professor de Português, em todas as antologias, vinham excertos das obras de Ferreira de Castro. Hoje está esquecido, como muitos outros. É um dos autores portugueses mais traduzidos nas sua múltipla obra: Alemanha, França, Argentina, Bélgica, Checoslováquia, Espanha, estados Unidos da América, Holanda, Hungria, Inglaterra, Jugoslávia, Noruega, Polónia, Roménia, Rússia, Suécia e Suiça.
Introdução
«Os homens transitam do Norte para o Sul, de Leste para Oeste, de país para país, em busca de pão e de um futuro melhor.
Nascem por uma fatalidade biológica e quando, aberta a consciência, olham para a vida, verificam que só a alguns deles parece ser permitido o direito a viver. Uns resignam-se logo à situação de elementos supérfluos, de indivíduos que excederam o número, de serem o que são apenas no sofrimento, no vegetar de uma existência condicionada por milhentas restrições. Curvam-se aos conceitos estabelecidos de há muito, aceitam por bom o que já estava enraizado quando eles chegaram e deixaram ir assim, humildes, apagados submissos, do berço ao túmulo – a ver, pacientemente, a vida que vivem outros homens mais felizes. Alguns, porém, não se resignam facilmente. A terra em que nasceram e que lhes ensinaram a amar com grandes tropos patrióticos, com palavras farfalhantes, existe apenas, como o resto do mundo, para fruição de uma minoria. E eles, mordidas as almas por compreensíveis ambições, querem também viver, querem também usufruir regalias iguais às que desfrutam os homens privilegiados. E deslocam-se, e emigram, e transitam de continente em continente, de hemisfério a hemisfério, em busca do seu pão.
Mas em todo o Mundo, ou em quase todo o Mundo, vão encontrar drama semelhante, porque semelhantes são as leis que regem o aglomerado humano. Não esmorecem, apesar disso. Continuam a transitar de ingénuos olhos postos na luz que a sua imaginação acendeu, enquanto os mais ladinos, aproveitando todas as circunstâncias ou criando-as até, fazem oiro com a ingenuidade dos ingénuos.
Eles continuam a transitar com uma pátria no passaporte, mas em realidade sem pátria alguma, pois aquela que lhe é atribuída pertence apenas a alguns eleitos. Para eles, ela só existe quando nos quartéis soam as cornetas de guerra ou nas repartições públicas se recolhem tributos. É assim na Europa e é assim nos outros continentes.
Nasce o homem e se não dispões de riqueza acumulada pelos seus maiores, fica a mais no Mundo. Entra na vida – já se disse e é bem certo – como as feras nos antigos circos – para a luta! Luta para criar o seu lugar, luta contra os outros homens, luta pelas coisas mesquinhas e não pelas verdadeiramente nobres, por aquelas que contribuiriam para maior elevação humana. Para essas quase não há tempo na existência de cada um…»
Merece ser lido este comentário do Dr Leal Freire que muito nos revela da personagem e da época.
«Fui amigo do senhor Fernando Boavida Castelo Branco, desde os meus doze anos até á sua morte.
Tudo começou porque fui companheiro no seminário do Fundão do Amílcar, filho mais velho do casal senhor Fernando -Dona Adélia.
As relações de amizade continuaram, quando eu, abandonado o seminário e impedido de regressar ao liceu, que havia frequentado um ano pelos regulamentos de então, passei a andar á sirga entre Bismula, de onde sou natural , Vilar Maior ,onde tinha parentes muito chegados ,Batocas, em cuja guarnição fiscal meu pai se integrava ,e Alamedilha. No quartel de carabineiros, onde era muito apreciado pelas vitualhas que para ali carreava e de algum modo minoravam as tremendas necessidades por que a Espanha passou subsequentemente á guerra civil que lhe arrasou a economia e a obrigou a mandar para a Alemanha muitos produtos essenciais.
O senhor Fernadinho, assim era conhecido, por fãs ou nefas, deslocava-se a Alamedilha com alguma frequência, passava no interim pelas Batocas e eu acompanhava-o.
A sua imagem colava-se-me aos ouvidos nas minhas frequentes viagens Bismula-Batocas pois a telefonia de que era dono, e que se tornara para a zona, mais famosa que as sete maravilhas do mundo antigo, ressoava fortemente pela tapada da lomba.
Entretanto meu pai passa á situação de reforma e herdeiro de meia dúzia de pequenas courelas começa a abrir valas na maior de todas. pondo ao sol umas laminas amarelo-esverdeadas , de cor evolutiva.
Mandou-as submeter a um exame que diagnosticou a presença de alto teor de autonite e tobernite, minérios básicos para a bomba atómica.
Havia que registar a patente. A operação era cara.
Recorremos ao senhor Fernandinho e constitui-se uma sociedade em comandita, cujos sócios, ambos comandita dois fomos ele e eu.
Estivemos á beira de ser multimilionários, mas o estado português, criando a Junta de Energia Nuclear e nacionalizando todos os jazigos daqueles minérios, queimou-nos as ambições...
Em todo o caso, a vida continuou.
Já professor na cidade da Guarda, fui explicador de vários filhos do senhor Fernandinho, a começar no António
Mantive excelentes relações com o Amílcar, meu colega no ensino e na faculdade de direito.
Colocado em Castelo Banco em funções que me permitiam o controlo de uma boa parte da Beira Baixa pude aperceber-me do prestigio dos Castelo Brancos a partir da sua casa senhorial da Orca, freguesia, se a memoria me não erra, do termo do Fundão.
De resto, o nome ressoava também nos meios monárquicos de Lisboa...
Incólume, a nossa amizade persistiu sempre...
De modo que nas festas de Vilar Maior, eu ter de me partir pela casa de parentes, companheiros de estudo, caso do Álvaro Simões, colega numa breve passagem de ambos pelo internato académico
precursor do colégio de São José , na Guarda - de alunos, casos dos professores Mário e Maria Delfina - de amigos, uns mais recentes - Gatas, Pedros, Seixas - outros vindos já dos verdes anos e à cabeça o Albino Leonardo, o Amílcar e o meu evocado de hoje, Fernando Boavida Castelo Branco, o falado. prestigiado e saudoso senhor Fernandinho da Orca».
“Quem não sabe o que lhe acontece puxa pela memória para salvar a interpretação do seu conto, pois não é totalmente infeliz quem puder contar a si mesmo a sua própria história” ZAMBRANO (1995:22)
O que aconteceu nesta aldeia é o espelho do acontecido em muitas outras da Raia Sêca, em que se integra, da Beira e mesmo deste país. Haverá necessariamente diferenças, mas haverá concerteza invariantes que uma multiplicação de estudos de caso poderia evidenciar. É assim que PORTO (1984:514) contrapõe à vantagem das análises baseadas em dados estatísticos que nos fornecem uma perspectiva geral do fenómeno migratório “... o maior mérito a estudos de âmbito restrito, ao nível de pequenas comunidades, onde é possível chegar a conclusões precisas a problemas tão diversificados em todas as suas componentes”. Além disso, estes trabalhos menores têm interesse para as próprias comunidades locais enquanto memória e construção da sua identidade; enquanto discurso em que sentem ser os protagonistas de um momento da história local de que é tecida a história geral. Porque a história como a vida é feita de pequenos nadas.
População da Vila do Sabugal, do Concelho, do distrito e de Vilar Maior, 1864-1981
|
POPULAÇÃO RESIDENTE |
|
% MUDANÇA |
||||||
|
1864 |
1920 |
1960 |
1970 |
1981 |
2001 |
1960-70 |
1980-81 |
1960-81 |
Sabugal |
1550 |
2312 |
2908 |
2251 |
2223 |
|
-22.6 |
-1.2 |
-23.6 |
Concelho |
25143 |
34750 |
38062 |
23732 |
19174 |
|
-37.6 |
-19.2 |
-49.6 |
V. Maior |
696 |
708 |
612 |
281 |
249 |
168 |
-54.1 |
-11.4 |
-59.3 |
Guarda-Distrito |
214507 |
259386 |
282606 |
213538 |
205103 |
|
-24.4 |
-4.0 |
-27.4 |
O quadro é elucidativo sobre a diminuição de população olhando apenas à quantidade. Porém é fácil de pressupor que a população que permanece é aquela que pela condição social ( p. Ex.proprietários não trabalhadores) ou pela idade, ou por indingência vária, não é produtiva.
“Se por desenvolvimento se entender, não um mero crescimento económico ou mesmo a simples melhoria das condições materiais e de realização das capacidades materiais de vida , mas antes o processo dinâmico de satisfação das necessidades fundamentais e de realização das capacidades intrínsecas económicas, sociais culturais e políticas dos povos, implicando ainda a sua valorização contínua, aparece de uma forma bem clara a relação entre aqueles movimentos populacionais e este conceito" p. 165
Ausência de política de emigração e de retorno
1º Emigra porque na sua região( ou noutras partes do seu país) não encontra o que pensa encontrar no estrangeiro
2º Enquanto emigrante o envio das suas poupanças e a ‘propagação’ dos seus padrões de consumo e das suas novas formas de pensar repercutem-se não apenas na sua região de origem, mas nas regiões vizinhas, e no todo nacional
3º No seu regresso com a paragem do envio de remessa das suas poupanças e a sua vinda como factor produtivo e agente inovador.
Repulsão/atracção/informação
A emigração insere-se no contexto de um desenvolvimento desigual. Por isso as pessoas migravam par Lisboa, por isso depois vão migrar as de cá e muitas de Lisboa para França. Na procura de uma vida melhor. No fundo está sempre o fenómeno do desenvolvimento desigual que é o gerador dos movimentos de atracção/repulsão.
Despovoamento, envelhecimento da população, alteração/destruição do sistema produtivo e com ele da própria estrutura sócio-cultural . Basta atentar na evolução regressiva da população escolar, agravamento do desequilíbrio demográfico.
O círculo vicioso porque emigra-se por não haver condições e não há condições porque a força produtiva se vai. Não se trata de escoar apenas a mão de obra excedentária, porque vai muito além disso.
Passamos do tradicional carro de vacas para a carroça de burros, de ovelhas para cabras e deixa-se de semear o pão pela dificuldade em o obter; deixa-se definitivamente a cultura do linho; as mulheres assumem novos papéis e tornam-se gestoras e são juntamente com os filhos quem vai mantendo a tradicional forma de produção da família. Passam a vir os lavradores de terras vizinhas a ganharem as jeiras para lavrar a veiga ou a vinha. Sobem os salários. Os homens que deixam cá as mulheres. Diminuem os gados e com eles o estrume; as terras de cultivo vão diminuindo rapidamente: 1º as centeeiras e são maior parte, depois são as terras de produção vitícolas, cujas vinhas cada vez mais mal tratadas, é incentivado pela CE o arranque que subsidia; mais tarde serão as veigas ribeirinhas, e por último o impensável: as hortas da Ribeira, minusculas parcelas familiares donde provinham as hortaliças. Com tudo isto é o próprio ecossistema que se altera: as terras a monte propiciam a propagação de incêndios que para além das condições propícias beneficiam da atitude demissionária das populações: deixa ARDER , telefonem para os bombeiros; já não se tocam os sinos a rebate. As cadeias são interrompidas A fauna (lagartos,...) agravado pelo uso e abuso de químicos nas terras. De uma auto-subsistência (importava-se o sal, o acúcar, o arroz ....) a uma dependência total em que tudo se compra. A actividade que gera algum dinheiro é o leite, razão porque as vacas de trabalho são, em grande parte substituídas agora pretas e brancas ditas turinas são estimadas e porque os lameiros são de todas as terras as mais valorizadas. Os burros continuam a ser os mais úteis dos animais. O porco dá muito trabalho e tudo o que dá muito trabalho é abandonado por isso deixou de ser criado ; tudo o que exige muita mão de obra é abandonado – o pão exige um rancho para ceifar, um grupo de malhadores. Mais tarde haverá uma recuperação com a aquisição de maquinaria (tractores, ceifeiras/debulhadoras, enfardadoras...) embora os elevados encargos (salariais tb) não sejam compensatórios
O impacto começa no momento de partida do emigrante logo pela sua ausência da comunidade de origem como elemento produtivo, social e cultural; a sua ausência é logo notada quando se trata do artesão - do alfaiate, do sapateiro, do pedreiro etc. que se traduz numa dimensão demográfica. Pelo dinheiro que começa a chegar e que vai alterar padrões de consumo. Enfim, produz-se cada vez menos e consome-se cada vez mais. A vila urbaniza-se e a lenha é substituída pelo gás e o fogão é o primeiro electrodoméstico que vai chegar aos lares. É bom de ver o conjunto de alterações que este facto provoca. A par deste impacto junta-se a partir de 75 a chegada da luz eléctrica que permite a utilização da televisão , o uso do frigorífico e arcas congeladoras. Se a isto juntarmos a distribuição do correio ao domicílio; da água ao domicílio e das estradas alcatroadas temos o conjunto de factores para uma vila urbanizada e de pessoas que deixaram de depender umas das outras podendo cada um isolar-se em casa e viver a sua vida. A igreja passou a ser o único local onde as pessoas se reúnem. Água, luz e estrada eis a trilogia que modernizou a vila e que a par do impacto da emigração deram um novo rosto e criaram um novo estilo de vida.
O senhor Fernando, ninguém ousaria tratá-lo por ti Fernando, vindo da Orca, por paixão que tomou pela beleza da menina Adélia a quem se acrescentava a mais-valia da formação de professora do Magistério Primário, deu a terras de Vilar Maior. Por cálculo grosseiro estaríamos na década de 40 do século passado. Do matrimónio dos dois jovens resultou uma extensa prole de cuja educação se encarregou a professora Adélia que os encaminhou, sem excepção, para os estudos em que todos foram bem sucedidos.
O senhor Fernando era mais para os negócios. Tinha efectivamente um espírito empreendedor notável. Como diz, Jarmeleiro no seu comentário, terá chegado aqui como um estranho e olhado com desconfiança. Terá comprado a parte mais pobre ( e mais extensa) das terras – cabeços, tapadas e lameiros - do casal dos Pessanhas, maioritariamente situadas na margem esquerda do rio Cesarão. Está por esclarecer se foi por sorte ou por palpite. O mais certo é que se tenha dado a sua conjugação, resultando daí ter adquirido as maiores jazidas de minério existentes no limite da vila e cuja mineração junta com o contrabando do mesmo para Espanha trouxe um afluxo de dinheiro que inebriou todos. O senhor Fernando trouxe os primeiros sinais de uma revolução industrial – mandou instalar carris e uma vagoneta para deslocação do minério. Ainda sem outra energia que não fosse a dos animais e humanos. Esse afluxo de dinheiro permitiu dar asas aos sonhos e, ali para os lados dos Regatos mandou construir condutas de água com uma altura considerável que presumo nunca terem sido terminadas e ignoro se alguma vez funcionaram.
Construir em tão pouco tempo uma fortuna deve-lhe ter dado uma autoconfiança extraordinária. E da burra com que chegou passa a comprar um carro, e mais outro e outro ainda. De três me lembro ver na praça. Carros enormes a que a falta de estradas e de habilidade profissional tornavam de pouca utilidade, mas que constituíam um sinal exterior de considerável riqueza.
O senhor Fernando foi o primeiro capitalista (e o último?) de Vilar Maior. Porque qualquer outro valor valia na medida em que aumentasse aquele. Ao contrário dos outros ricos não lhe interessava a auto-suficiência e a policultura. Cultivava aquilo que pudesse ser vendido: milho e feijão, sobretudo. As vacas não eram para trabalhar primeiramente, mas para ter crias que pudesse vender e ninguém tinha tantas como ele.
Ao contrário dos outros que assentavam as relações de trabalho primariamente em laços de parentesco e de patrocinato, o senhor Fernando pagava em dinheiro todo o trabalho que lhe era prestado. Por isso desdenhava dos ricos tradicionais, das suas devoções, das vistas curtas, dos seus tradicionalismos. Alardeava o seu sucesso traduzido em maços de notas que desfolhava aos olhos de todos, tal como não deixava de se passear pela praça quando num dia de caça feliz, pendiam da cintura perdizes e coelhos. Eram dias felizes.
A França ainda não tinha chegado.
No comentário do post anterior, Dr Leal Freire diz: «Um soneto de Cesário Verde que podia retratar Vilar Maior dos meus verdes anos, quando na vila havia burguesas que faziam piqueniques e nos campos se semeavam gravanços, cultura sachada nas manhãs do dia de S. Marcos, lembrava a mãe da D. Leonor, viúva do saudoso cabo Seixas».
Naquele piquenique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão de bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas
Formas apelativas, formas de expressar admiração, formas de saudação vincadamente individuais ou de grupos, ou do povo em geral.
Advinhe quem assim, na vila, chamava pelas pessoas: «Pst, pst ... ouça, ouça»
Agora que o mundo - Vilar Maior - regressou à normalidade, sem inversões, falemos das Hortas da Ribeira.
Descemos pelos cabeços, tapadas, vinhas, lameiros até às margens da ribeira que as mãos dos homens pedreiros obrigaram a seguir o seu estreito curso. Das aluviões vindas dos altos se foi formando o húmus propício às culturas de regadio. Deixemos as vêgas ou veigas para outra ocasião. As hortas da Ribeira começavam às poldras das Eiras e, de uma margem e de outra vinham até à ponte. A maior parte das famílias tinha aqui a sua horta, às vezes apenas uma leira de três ou quatro passos de largo. Cavadas à enxada que nelas não cabia a junta de vacas. Uma burra para tirar água. Ali se abastecia a dona de casa de leguems e hortaliças com abastança: Os pimentos e as tomatas, as cenouras e as cebolas, as alfácias e as terrábias, as abóbras meninas e as porqueiras, os melões casca de carvalhoe as melancias, mais a leira do feijão de estaca, ervas aromáticas e tudo o a dona de casa precisava para uma mesa farta.
Este ainda era o tempo que o homem comia o que produzia.
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