O burro, mau grado o nome actual que, de resto, tinha originariamente um outro significado, é um animal superiormente inteligente
O jumento, gerico ou junó - esta última designação reflecte o asco popular pelo general de Napoleão que iniciou as chamadas invasões francesas - era conhecido, quando domesticado por asno - do latim asinus - e no estado selvagem por onagro
Para os que não saibam, informo que se tratava duma peça de caça muito apreciada.
Numa célebre lenda de Alexandre Herculano que já foi de leitura obrigatória no ensino liceal, o enredo começa à volta de uma aventura venatória do barão a perseguir um belo exemplar da raça, quando se formaram as línguas novilatinas, o animal, por virtude da cor da pelagem, que era avermelhada, passou a chamar-se asinus burrus
Esta ultima palavra – burrus - significava vermelho.
Nos seminários, os alunos que começavam a estuda o latim eram confrontados com a frase « mater mea mala burra est» que traduzida dá a seguinte constatação « minha mãe come as cerejas vermelhas»
Est pertence ao verbo edere - comer
Mala quer dizer cerejas
E burra vermelhas
Essa pelagem desapareceu, mas o nome mantém-se.
O mesmo fenómeno linguístico se dá com o borrego
Que era agnus burrus, por ser vermelho
Hoje, só esporadicamente aparece um cordeiro vermelho.
Meu pai tinha rebanhos de meias, ao meio ganho e ao fintão.
Eu vai para meio século que sou criador de ovinos e presidente da maior associação da
Espécie
Pois ainda não vi meia dúzia de borregos vermelhos.
A palavra burro não tem – efectivamente - nada a ver com graus de inteligência ou estupidez.
Mas decorre unicamente da semântica que é a evolução das palavras, na escrita e no sentido.
Conta-se que um homem aí da raia, vendo que o burro carrregado de odres titubeava ao chegar a um pontão pegou nele as costas dizendo:
Mais inteligência do que eu terás tu, mas mais força não.
Eu próprio já constatei ser muito menos inteligente que um buro emprestado a meu pai pela tia Carolina, das Batocas.
Passo a explicitar.
Meu pai, ao tempo integrado na Guarnição fiscal daquele povoado mandou-me ir ter com ele à Bismula, onde preparava uma carga de vinho.
Meti-me à derrota, cavalgando o animalejo a que eu, já afecto a literaturices, pus o nome de Sultão, lembrando um famoso conto de Trindade Coelho.
Ali por alturas do Rouxinol, já perto de Aldeia da Ribeira caíu uma terrível carga de água, que, como diria aquilino Ribeiro, parecia que dera soltura ao céu.
O caminho era marginado por uma lapa, a que o burro se queria acostar.
A minha formação lógico-matemática achava a solução errada.
E às boas e más, forcei o animal a mudar de posição.
Encharcamo-nos os dois e o aparelho.
Eu apanhei uma tremenda carga de gripe e uma infecção que deu em furunculose por não ter seguido a sugestão do burro.
Esta notícia foi colhida na Capeia Raiana.
Finalmente, Vilar Maior mereceu a exlusividade de uma tese académica. Já fiz o download da mesma e curioso por poderaprender mais sobre a Vila.
«Sexta-feira, 4 Maio, 2012 in Riba-Côa, Vilar Maior |
Maria Virgínia Antão Pêga Magro elaborou e apresentou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a tese de mestrado em Arqueologia, intitulada «Vilar Maior – Evolução de um castelo e povoado raiano de Riba-Côa (séc. XI a XV)».
A dissertação apresenta a antiga vila de Riba Côa, enaltecendo os vestígios arqueológicos medievais e a arquitectura castrense que a mesma guarda, focando-se ainda no desenvolvimento urbano do povoado ao longo do período compreendido entre os séculos XI e XV.
A autora estudou os testemunhos materiais e bibliográficos disponíveis, o que lhe permitiu compreender a importância de Vilar Maior no contexto da reconquista cristã, no período que antecedeu a anexação de Riba Côa ao reino de Portugal, conseguida pelo rei D. Dinis através da invasão deste território e a consequente assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297, com o rei de Leão.
Maria Virgínia Antão Pêga Magro começa por caracterizar geográfica e historicamente o território fronteiriço de Riba Côa, onde a vila de Vilar Maior se insere, falando depois dos antecedentes da ocupação medieval, da própria época medieva, da ocupação leonesa e da invasão dionisina e do consequente tratado que tornou portuguesa aquela língua de terra.
A tese fala ainda da importância do castelo de Vilar Maior do ponto de vista militar, aborda a reforma de D. Dinis consequente à ocupação e à outorga de novo foral, assim como as reformas que se lhe seguiram, já enquanto vila acastelada da fronteira portuguesa.
Para além da caracterização património histórico, o trabalho aborda o poder das instituições sedeadas em Vilar Maior, enquanto cabeça de concelho, analisando ainda a evolução da vila ao longo do tempo.
Interessante é a firme oposição da autora à tese do ermamento (despovoamento), defendida por muitos autores em relação a Riba Côa no que toca ao período que antecedeu a reconquista cristã. Embora sendo território de disputa contínua durante um longo período, tal não significou, na opinião da autora, que tenha sido totalmente abandonada pelos povos que a habitavam.
Ao longo do trabalho a autora apresenta sobretudo um estudo arqueológico acerca da evolução de Vilar Maior e do território envolvente, centrado no período histórico em que houve uma vincada actividade militar, cujos avanços e recuos provocaram uma grande instabilidade no poder administrativo de controlo desta zona fronteiriça em permanente disputa.
O trabalho cita o blogue Capeia Arraiana, nomeadamente o texto publicado pelo nosso colaborador João Valente, acerca da Pia Baptismal de Vilar Maior» plb
Então, estão a ver de quem é o burro?
Afinal o que o burro tinha mesmo era sede. E pelo que dizem ao animal não serve uma água qualquer. Tem de ser cristalina e calma e mesmo assim é conveniente incitá-lo com uma forma de assobio própria. Daí que quando uma pessoa bebia água, por vezes atrombando em rio ou presa, e se lhe queria eufemisticamente chamar burro se lhe assobiava a dita melodia ao que o visado respondia: Nunca a água me amargou quando o diabo me assobiou. E o outro retorquia-lhe:Não fosses tu marrano da pia que já ninguém to dizia.
Era assim mesmo: Para andar: arre e para parar: xó.. O exemplar que vemos na imagem terá acabado a sua jornada. Cabisbaixo tem um ar cansado. Talvez tenha passado a mnhã a tocar a roda, dado trazer a melena. Também pode acontecer que olhe o chão em que se vai espojar. Quem poderá entender a vida profunda de um burro?
Continuam as adesões a bancas de venda/mostra para a Feira de Talentos a realizar no dia 12 de Agosto na Vila. Para além dos anteriormente mencionados:
- Pedro Cardoso - Vai-nos deliciar com moelas
- Leonor Cunha, além do arroz doce à moda da Leonor, acrescentará Papas de Milho à moda Antiga
- Tãnia Seixas promete surpreender-nos com doçarias
- João Marques e Mariana apresentarão sardinhas assadas.
- O Zé Francisco Cruz, diz que não poderá estar, mas acredito que a Celeste vai apresentar uma tábua de queijos
Em termos de alimentos, como vemos a coisa está bem encaminhada.
Como os vilarmaiorenses andam espalhados de norte a sul do país e pelos cinco continentes, a feira é também um tempo e espaço de mostrar outras culturas. Para tanto, poderá cada um apresentar para vender produtos típicos da região em que vive. Eu, por exemplo, hei-de vender umas broas de Avintes que acompanham muito bem as sardinahas assadas. Alguém das Caldas poderá apresentar coisa diferente. Vá lá um pouco de imaginação!
Quanto mais cada um vender e/ou comprar maior será a feira e maior o benefício para a Festa do Senhor dos Aflitos.
Ora, já está acertada a data da feira: 12 de Agosto que será o dia da Festa do Emigrante.
Agora tratem de reservar esse dia para mostrarem os vossos talentos. Já sabemos que 10% das vendas revertem a favor do senhor dos aflitos. Que cada um procure vender o mais possível. Ofereçam ideias, ofereçam-se para participar. Foi feita uma lista que é preciso corrigir e aumentar.
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