A tradiçao não é o que está morto mas o que do passado ainda resta corpo e alma ganham reconforto lembrando tempos idos numa festa
Á minha sugestão para que, em Vilar Maior, se venham a disputar renhidos campeonatos de sueca e bisca de nove - dois jogos nobres que requerem dos seus executantes, apreciáveis dotes de memória, raciocínio e até geito de mãos, o ilustre detentor do blogue alvitrou que, face ao quase ermamento das aldeias da região, o torneio, realizando-se embora na Vila, se alargasse às povoações limítrofes, designadamene às que, durante séculos, integraram o concelho de Vila Maior.
Como os nossos leitores, certamente não ignoram, Vilar Maior foi, com Alfaiates, Sortelha, Vila do Touro, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Mendo...um doscentenas de municípios extintos por Passos José e seus asseclas, estadista que, por isso, mereceu da Historia o ápodo de DEGOLA-CONCELHOS
Á guisa do que sucedeu a outros seus contemporâneos, vg Joaquim António de Aguiar, O MATA-FRADES e Bento Pereira do Carmo, O RASGA-BANDEIRAS...
Mas isso não retira a Vilar Maior a glória de ter sido, ao longo de séculos, cabeça de município, a Vila, por excelência, para os que dela dependiam e a tinham por capital.
É aos actuais residentes ou naturais desses povoados que eu agora me dirijo, concitando-os a virem participar dos campeonatos que congeminei.
Eu, como natural da Bismula, paróquia que esteve religada ao concelho de Vilar Maior, desde já me ofereço para participar.
E se me não quiserem para adversário, por temerem a minha qualidade de suequista ou tutista, reconhecida URBE ET ORBE, aceitem-me como árbitro, desde já jurando exercitar o carrego - pesado e não honorífico - com toda a isenção.
Os meus patrícios bismulos só serão campeões se forem efectivamente os melhores
Mas disputem-se os torneios, pois quem disputa, disputa.
E far-se-á um ciclo de homenagem à História que é mestra da vida e profetiza do futuro
As suas lições não se apagam e se pretendermos amesquinhá-las, ou simplesmente ignorá-las, sofreremos nefastas consequências.
Só podemos caminhar na direcção em que os nossos antepassados traçaram as ruas.
A não ser que sobrevenha um terramoto natural ou de pás, picaretas e buldózeres.
Homenageando Vilar Maior, para nós a Vila, porque capital histórica, praticamos um acto de culto.
Ensina-nos a sabedoria popular que «o que custa é a primeira» ou «que quem faz um cesto faz um cento». Pois, então, vamos à segunda. O nosso problema e o nosso desafio é que não vamos fazer um cesto igual: vai ser muito maior e muito mais diversificado. Para isso precisamos de todos os vilarmaiorenses e de todos os amigos de Vilar Maior. E ousem dar sugestões e ideias que é por aí que as coisas nascem. Depois se verá que pernas têm para andar. Já todos nos demos conta desse fato extraordinário que, hoje, estejamos em Orleães, Londres, no Escabralhado, em Nova Yorque, em Calcutá, ou no cu de Judas (se ainda existe) não há problema de nos comunicarmos. Através deste blog ou do Facebook, com toda a liberdade, avancem com ideias. A primeira excelente ideia veio do nosso amigo e amigo de Vilar Maior Dr Manuel Leal Freire.
Morreu o ti Arnaldo, disse-me a Teresa que o pai lhe dissera. O ti Arnaldo da Bismula com quem conversava sempre que ia ao lar visitar a minha mãe. Sempre atencioso e generoso na oferta de um copo na adega. Já no lar queria que fosse com ele à sua adega beber um copo. Não fomos. Quem sabe se um dia não convidamos o S. Pedro!?
Aos familiares, sentidas condolências.
O Dr Leal Freire lança aqui um repto para um campeontato de Sueca e de Bisca dos Nove, jogos que como explica, revelam talentos que exigem elevadas e diversificadas capacidades. Na Vila já não haverá assim tantos jogadores, mas poderia ser o centro organizador e onde acorreriam jogadores das terras vizinhas. Não havendo jogadores para futebol até se poderia pensar num campeonato entre as povoações que se inscrevessem. A actividade poderia ser integrada na II Feira de Talentos, dia em que se poderiam jogar as finais.
Alguém quer tomar em mãos a organização desta competição?
Um Campeonato de sueca
E umas partidas de bisca de nove, a que raia e por influxos do Charro, há quem chame Tuti
O jogo - de fortuna ou azar, conforme se lhe queira chamar ou a designação que se lhe prefira - tem má fama...
Desde os primórdios da Humanidade, talvez por se atribuir a despiques de jogo a fúria que levou Caím a pegar das queixadas de um burro e com elas ter ferido até a morte um irmão - o pacífico e pacifista Abel
Depois, enquanto guardavam o Santo Sepulcro, de onde Jesus ainda não ressucitara os soldados de Pilatos jogavam-Lhe a roupa aos dados.
Repetindo a metáfora, os poetas associam muitas vezes as trevas quaresmais a candeias sopradas por jogadores em desespero a furtarem-se aos arrebanhos e arreganhos dos montes de moeda.
Mau grado estes laivos de funestos insucessos, eu creio que a maldição não cobre os jogos de sueca e bisca de nove, que mais do que de azar, são testes à memória, raciocínio e até habilidade de mãos dos jogadores.
Até porque o sabias, diz o povo, acaba sempre por ganhar ao virelas, porque à meia-noite as sortes cambeiam, o que não evitará que às onze horas se tenha esgotado o fundo em disputa.
E a verdade é que um bom jogador de sueca ou bisca de nove não se improvisa e não é qualquer um que tem as condições naturais de memória, inteligência e habilidade de mãos para o chegar a ser.
Memória para fixar os naipes e figuras que vão saindo e o posto que vão tomando nos respectivos montículos, primeiro, e, depois, no acto de embaralhar.
Inteligência e sentido de risco em jogadas quase de advinhação
Geito de mãos que permita opções vantajosas, quando se embaralha, parte e dá...
Vilar Maior sempre se tem revelado uma terra de suequistas e tutistas de elevado nível.
Recordo quando nos meus verdes anos por ali ter estanciado presenciar renhidas partidas
Havia jogadores de elevado nível, casos dos senhores Tenente Paulos e Professor Gata.
Ao longo dos anos, frequentando com assiduidade e alguma demora o CAFÉ GATAS, tenho-me dado conta de sucessivaa gerações de exímios jogadores, letrados uns, semiletrados a maior parte, iletrados mesmo assim ainda muitos.
É pena que este capital humano possa estiolar pelo abandono
Por isso, daqui se faz um apelo a que, em Vilar Maior se organize um campeonato, onde através de sucessivas etapas se apure o par vencedor do torneio de sueca e cidadão triunfante no duelo BISCA DE NOVE.
Outorgando-lhes os respectivos diplomas.
Muitas são as coisas maravilhosas,
Mas nada é mais maravilhoso do que a mão direita do meu pai.
Embaínha a espada por amor à paz
Poda a árvore para que cresça e frutifique
Desembaraça as plantas boas das daninhas
Dá uma mão de ensino para indicar o recto caminho
Pega na rabiça do arado e revolve a terra
Onde, mão cheia, lança, em gesto largo, a semente
Que seara loira o tempo fará ano após ano
Mão que guia a vaca, o burro e afaga o cão
Dura, calejada, segura e forte,
Poisa-me na cabeça e é uma benção
Tão forte que pegavas no braço
Dos meus poucos quilos de gente
P'ra cima do dócil jumento
Mão que à mesa, com toalha de linho posta,
Fazia chegar o vinho e o pão
Alimentos do corpo, força da tua mão
Só da agressão da morte te não pôde defender
Mas, nas linhas da tua mão direita, pai,
Ficou escrita a civilização.
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