Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012
Tombo da Comarca da Beira
Título Vilar Maior
As Inquirições feitas no Reino, a partir de 1220, pelo rei Afonso II, e continuadas por todo o século XIII constituem preciosos documentos que, para além de informarem sobre as propriedades e direitos reais e das populações nos permitem conhecer actividades, profissões, conflitos e valores das comunidades locais. No ensejo de centralizar a administração e fortalecer o poder real, mandava o rei os inquiridores que junto de juizes, vereadores e homens bons, após juramento sobre os Santos Evangelhos, procediam , in loco, à tarefa de dar o seu a seu dono, isto é, de " dar a César o que é de César".
Numa época em que não estava instituído um sistema de cobrança de impostos, precisava orei de encontrar formas de conseguir dinheiro para despesas suas e de sua corte bem como para defesa e segurança do reino. Sobretudo para defesa do Reino: Ontem como hoje, constituía o grande sorvedouro dos cofres públicos, patentes na arquitectura militar. Como aqui em Vilar Maior: a par das Igrejas e capelas, o castelo e as muralhas.
Vejamos então a inquirição a esta vila de Vilar Maior.
(Transcrição para Português actual)
Igualmente o citado Rui Peres e eu escrivão do sobredito chegámos a Vilar Maior para saber e inquirir que herdades e direitos tinha o reina dita vila e seus termos e para isto saber melhor e mais detalhadamente fez vir perante si Mateus Martins e Álvaro Gil juizes da dita vila e os vereadores Vasco Lourenço e João Encenço e o procurador da mesma Afonso Esteves e outros homens bons e sob juramento dos Santos Evangelhos pediu que lhe dissessem que herdades e direitos tinha aí o Rei ou se tinham algum foral que lho mostrassem.
Eles disseram que o foral que tinham o haviam perdido na guerra. Disseram ainda que o Rei tinha na vila portagem que se tira do modo que adiante se segue e igualmente tinha moeda foreira que se paga de sete em sete anos.
Estes são os direitos que o Rei tem na citada vila de Vilar Maior:
-Primeiramente portagem que se tira desta maneira:
(Da carega maior de socorda), a saber, panos de cor e mercearia, pez, cera, coelho, azeite e pescado-
5 soldos e da menor 2 soldos e meio.
Do pão e do vinho e das outras coisas de carga maior 1 soldo e da menor 6 dinheiros
Do coleiro(?) de homem -3 dinheiros
Da caça miúda - 15 soldos
Tem o rei na dita vila tabelião que rende 12 libras que o tabelião paga ao Rei cada ano pelo dia de S. João.
Tem o Rei na dita vila e termo moeda foreira que pagam de sete em sete anos, a saber, aqueles que tiverem valor de 20 maravedis pagam 16 soldos.
1. Disseram que o rei tinha na dita vila 3 paradeiros que já foram casas que na guerra foram queimadas:
Um paradeiro confronta com as ruas do concelho e com João Anes filho de João domingues, Tabelião.
Outro paradeiro confronta com as ruas do concelho e da outra parte com Geraldes Peres.
Outro paradeiro confronta com Martins Dias e com Cereigo e ruas do concelho
2. Uma vinha que foi de Domingos Lourenço, a qual se situa onde chamam a cabeça da porca e parte com a vinha de Vasco Gonçalves por uma fonte indo acima direito ao muro do tapume da dita vinha/ e entre as referidas vinhas partem por três marcos/ E daí parte indo por cima onde está murada a dita vinha e vai até ao fundo ao redor e vem-se juntar à dita fonte/E sob a dita fonte está uma horta e um chão que não tem vinha e disseram os sobreditos que a dita vinha levaria em cavadura- cinco homens.
3. Tem uma courela que foi de Antão Peres que fica onde chamam o sesmo a qual pega com Afonso Domingos Cigarro e com João Martins e encabeça com a herdade de Martins Dias a qual é em gancho(?)
4 passos e em longo 237 passos e disseram que levaria em sementeira - 16 alqueires de pão e que poderia dar uns anos por outros dando Deus pão na terra - 134 alqueires
4. Tem outra herdade onde chamam o vale da Azinheira e pega ao fundo com terra de Lourenço Esteves e com Marinha Afonso e com seus filhos como parte por um alicerce pega com terra de João Acenço e de seus irmãos e daí vai entestar no caminho do concelho e pega com a terra de Fernão Nunes e com terra do carvalhal.
5. Tem outra herdade onde chamam o porto dos linhos e pega por cima com Pedro Anes e seus irmãos e parte pela cabeça do lagar e com terra de Fernão Nunes e daí parte por cima pela ribeira de (?) e fica a maior parte dela em monte e por isso não foi medida, nem estimada.
6. Tem outra herdade onde chamam Aldeia de Johanete que fica a sobredita aldeia a qual partye pelo Ribeiro da fonte do Salgueiro vem pelo ribeiro da dita fonte entesta na herdade de santa Maria e pega por cima com os filhos de Martins Lourenço e daí pela cabeça da Abelha e da outra parte com Pedro Anes e com Marinha Afonso e com seus filhos e por cima pelo ribeiro longo.
7. Tem outra herdade junto com a dita aldeia onde chamam os paradeiros que foram de Estevão Peres do Cano a qual pega com o caminho do concelho e pega com terra de João Açenço e daí parte por cima pelo barrocal e daí se vem juntar no sobredito paradeiro como parte por aquém dele por uma parede como herdade de Domingos
Os quais paradeiros e vinha e horta e herdades sobreditas estão aprazadas a Vasco Lourenço e a Maria Peres sua mulher moradores em Vilar Maior em dias de suas vidas por V libras e em cada ano de moda antiga há-de pagar a el-Rei em paz e em saúde na cidade da Guarda no primeiro dia de junho ao Almoxarife da mesma.
Tinha, pois, o rei rendimento fixo proveniente do Tabelião (espécie de Notário dos nossos dias) e das rendas das terras que aqui possuía num total de 17 libras que deveriam ser pagas pelo S. João. Quanto às receitas variáveis torna-se difícil o cálculo, pois embora sabendo o tributo a que estavam sujeitas produtos e rendimentos de pessoas não sabemos a quantidade. Mas seria sem dúvida superior à receita fixa.
A quem conheça bem a geografia e a toponímia local fica o desafio interessante de identificar e delimitar as terras que foram pertença D'El-Rei. A vinha, por exemplo, será facilmente identificável dadas as referências à horta, e à fonte cujas águas tão fresquíssimas, ao Cabeço da Porca que ainda hoje assim se chama e é limite com terras do Carvalhal; a superfície é calculável pois refere o documento que são necessários cinco homens para a cavar. Interessante os dados sobre uma terra centeeira (uma courela): Leva 16 alqueires de semente produzindo 140 alqueires que traduzido para a medida específica local de cereais e feijão equivale a 35 fanegas ( Uma fanega = a quatro alqueires) o que nos anos 50/60 representa à produção de um lavrador em ano menos bom e que haveria de ser suficiente para governo de casa. Também o índice de produtividade parece ser razoável.
A toponímia referida no documento é a seguinte: Aldeia de Joanete, Cabeça da Abelha, Cabeça do Lagar (que parece não condizer com o sítio hoje assim designado), Cabeça da Porca, Carvalhal, Paradeiros, Porto dos Linhos, Ribeira dazaraes, Ribeiro da Fonte de Salgueiros, Ribeiro Longo, Vale da Azinheira.
A toponímia informa-nos acerca da paisagem, nomeadamente do acidentado do solo: Cabeças (trata-se concerteza do que hoje designamos por cabeços) e ribeiros. Da flora: Do linho cuja cultura era importante e que acabou como muitas outras nos anos 60; dos carvalhos e salgueiros que continua como flora dominante nos seus meios específicos; e a azinheira que por estar no singular devia ser única servindo como identificadora daquele local, não sendo conhecida hoje nenhuma nos limites da vila.
Quanto á antroponímia ela não tem, naturalmente, nada a ver com a actual .Se em setecentos anos a paisagem física continua reconhecível o mesmo não acontece com a paisagem humana. Os nomes soam-nos iguais aos que nos documentos dessa época aparecem por todo o país: Os Peres, os Martins, os Lourenços, os Esteves, os Anes, os Domingos, os Vascos, os Gonçalves, os Afonsos. De qualquer modo nomes consonantes com a vila no tempo em que a defesa do reino passava por aqui, ou começava aqui. como se dá conta no documento quando se demanda pelo foral:
"Que o foral que tinham o haviam perdido na guerra"; e noutra parte: " o rei tinha na dita vila 3 paradeiros que já foram casas que na guerra foram queimadas".
Sobre dictas Som emprazadas A vaasco lourenço e A Maria perez sa molher moradores em vilar Mayor ~e dias de Suas vidas por .v. libras ~e cada hu ãno de ? da antiga q. ha de pagar A ElRey em paz e em saluo na Cidade da guarda por primeiro dia de junho Ao Almuxarife desa mesma.”
Aproveitariam os citados arrendatários a feira instituída por el- rei na Guarda para pagar ao almuxarife as rendas devidas.
In, Memórias de Vilar Maior, minha terra, minha gente (pg 28-31)
Domingo, 25 de Novembro de 2012
Mau grado a força dum famoso rifão segundo o qual nós temos só duas estações - nove meses de inverno e três de inferno - a verdade é que, fora do calendário oficial, que nos assegura um verão cronológico, nós temos mais três verões.
É verdade
Temos o verão dos Marmelos,
O dos Santos,
E o do São Martinho
Para o do calendário, assinalam- se três meses.
Os outro três são curtos, durando cada um metade do anterior - o dos Marmelos - quinze dias.
O dos Santos - uma semana.
O de São Martinho - três dias e um poucochinho.
Não estando delimitados oficialmente, é a mãe-natureza que todos os anos lhes traça o quadro.
O verão dos Marmelos centra-se por meados de Outubro.
O dos Santos pelos princípios de Novembro.
O de São Martinho,pelos seus meados...
Podem atrasar-se ou adiantar-se.
Mas, mais dia, menos dia, lá vêm eles, pregar loas à benignidade do clima mediterrânico.
Sexta-feira, 23 de Novembro de 2012
Está amplamente provado, dizem os historiadores, que os judeus muitos séculos antes do nascimento de Cristo, já praticavam a fermentação do pão, conhecendo bem a levedura e dominando-lhe as técnicas.
Com efeito, Moisés, pelo menos catorze gerações antes, lembrando a fuga do Egito proibiu o seu povo de comer na época da Páscoa pão fermentado, exactamente como recordação dolorosa daquela precipitada saída da terra dos faraós, que não lhes permitiu fermentar ou temperar a massa previamente à cozedura.
Daí a imposição do pão ázimo, sem fermento nem sal
Amassado normalmente com àgua, recebendo a mistura o nome de MAZAH, a nossa massa, por vezes, os hebreus usavam vinho, em vez de água.
E quando o produto se destinava a pessoas de débil saúde ou estomago fraco, usava-se leite, ovos e mel, chamando-se-lhes então, informam os historiadores MAZAH HASCHIRA .
Milenarmente, que não apenas durante séculos, tudo isto se fazia empiricamente.
Os grandes químicos só muito mais tarde se debruçaram sobre o fenómeno.
Efetivamente, só em 1680 um sábio holandês, de nome LENWENHO, que também foi o inventor do microscópio isolou a bactéria
Mas foi só o genial Pasteur, com as suas revelações sobre o mundo dos infinitesimamente pequenos, que conseguiu provar que a levedura é um organismo vivo, capaz de crescer e se reproduzir, sendo o agente direto de todas as fermentações, pois não há fermentação sem leveduras.
Empiricamente, Sara a legítima esposa do nosso pai Abraão já fabricava pão destinado a Deus e aos anjos dois mil duzentos e oitenta nove anos antes do Natal de Cristo.
De resto, dois milénios antes de Sara já se fabricava pão na Babilónia
E antes dos cereais panificáveis - o recente milho, que, na Europa, leva apenas meio milénio, os tradicionais trigo e centeio, a praganosa cevada e a enxundiosa aveia, utilizou-se a bolota do carvalho, carrasco e chaparro
Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012
Desde os bancos da escola primária que a figura de D. Dinis (1261-1325),sexto rei de Portugal me fascinou. Coroado rei aos 17 anos, haveria de reinar activamente durante 46 anos. Aos seus êxitos políticos e culturais não há-de ter sido estranha a educação de seu pai,Afonso III, o Bolonhês, e a cultura de seu avô Afonso X, o Sábio.
Se tivesse de escolher o melhor rei de Portugal, não hesitaria na escolha, por razões nacionais e por razões locais, integradas estas naquelas.
Contribui decisivamente para a criação da identidade nacional ao instituir a Língua Portuguesa como língua oficial da corte; ao criar a Universidade Portuguesa; ao ter consciência da importância do Mar lançando as bases para a aventura dos descobrimentos (plantação do Pinhal de Leiria, contratação do Almirante Genovês Manuel Pessanha). Desenvolvimento da agricultura. Arados em terra, barcos no mar, assim era traçada a estratégia. Com D. Dinis tornámo-nos o país com as mais velhas fronteiras lavradas em Tratado: o Tratado de Alcanizes celebrado com o rei de Leão e Castela, Fernando IV em 12-09-1297, pelo qual passa para Portugal a região de Riba-Côa que compreendia as seguintes povoações e Castelos: Almeida, Alfaiates, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Monforte, Sabugal e Vilar Maior.
E, claro, D. Dinis porque concedeu o foral pelo qual Vilar Maior acedia ao estatuto de Concelho.
Num tempo que não havia automóveis, nem combóios, em que os caminhos eram veredas, vinha o rei a estas terras cuidar das terras e das gentes, ouvir dos abusos e injustiças dos grandes; cuidar da defesa do país que era por aqui que começava. Fazia-o porque era rei e um bom rei cuida bem do reino em troca de nada; e porque sabia que um reino é feito de todas as partes; fazia-o porque tinha um projecto, um desígnio e tinha autoridade que lhe vinha por linhagem mas que cultivava os dias todos.
De cognome, o Lavrador. Mas poderia ser, Sábio como o avô. Ou Poeta.
Imaginem só o nosso Presidente como Poeta a fazer uma Cantiga de Amigo! ou o nosso Primeiro-Ministro a fazer uma Cantiga de Amor! Ou o nosso ministro Relvas a criar uma Universidade! Ou a Merkel a fazer um " Milagre da Rosas"!
E, ainda, memória dos bancos da escola, extrato do pema de Afoso Lopes Vieira:
Pinhal do Rei
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.
(...)
Afonso Lopes Vieira
Domingo, 11 de Novembro de 2012
Diz a lenda que Martinho, nascido na Hungria em 316, era soldado, filho de um soldado romano. O seu nome foi-lhe dado em homenagem a Marte, o Deus da Guerra e protector dos soldados. Aos 15 anos vai para Pavia (Itália). Em França abraçou a vida sacerdotal, sendo famoso como pregador. Foi bispo de Tous. Certo dia de Novembro, muito frio e chuvoso, estando em França ao serviço do Imperador, ia Martinho no seu cavalo a caminho da cidade de Amiens quando, de repente, começou uma terrível tempestade. A certa altura surgiu à beira da estrada um pobre homem a pedir esmola. Como nada tivesse, Martinho, sem hesitar, pegou na espada e cortou a sua capa de soldado ao meio, dando uma das metades ao pobre para que este se protegesse do frio. Nessa altura a chuva parou e o Sol começou a brilhar, ficando, inexplicavelmente, um tempo quase de Verão. Daí que esperemos, todos os anos, o Verão de S. Martinho. E a verdade é que S. Martinho raramente nos decepciona. Em sua homenagem, comemoramos o dia 11 Novembro com as primeiras castanhas do ano, acompanhadas de vinho novo. É o Magusto, que faz parte das tradições do nosso país. Mais tarde terá tido uma visão de Jesus e decidiu dedicar-se à religião cristã. Faleceu a 8 de Novembro de 397 em Tours. Em homenagem a S. Martinho, no local onde teve lugar o ato caritativo, levantou-se um lugar de culto em honra do Santo, a que se deu o nome de capela ( capa pequena) de onde se originou o nome capela.
Sábado, 10 de Novembro de 2012
Eis o dia, irmãos, da festa
Do nosso bom são Martinho
É chegado o dia alegre
Do padroeiro do vinho
Dia votado às moafas
Aos pifões e cabeleiras.
Carraspanas, bicos, turcas
Samatras e bebedeiras
Reúna-se a irmandade
Nomeemos um juiz
Celebremos este dia
Bebendo pelos funis
Façamos de nossas panças
Grandes armazéns de vinho
Só assim celebraremos
O nosso bom São Martinho
Venha Porto e Caravelos
E também Madeira Sêco
Que a emborcar as garrafas
Nenhum de nós seja peco.
Do nosso patrono a festa
Deve ser bem festejada
Esqueçamos as tristezas
Que enfim são coisas passadas
Botemos para o bandulho
Quanto lá caiba de vinho
Para honrarmos a memória
Do patrono São Martinho
Mil brindes e mil saudes
Em nome da confraria
Quem riquezas não possua
Possua paz e alegria
Se o fado da má fortuna
Duro fado nos legou
Bebamos na paz de Cristo
O vinho que deus criou
Roguemos ao nosso santo
Em nome do bem geral
Seja mais e melhor sempre
O vinho de Portugal
Que se acabe a bicheza
Ruína dos lavradores
E que aterra e ameaça
Estes fiéis bebedores
Antes morrer afogados
Dentro de um grande tonel
Que morrer de boca seca
Que isso é que é morte cruel
Se milagres faz o santo
Como nós acreditamos
Bebamos á tripa forra
À tripa forra bebamos
Vamos, pois, abrir o pipo
O nosso amado pipinho
E que reine para sempre
O nosso bom São Martinho
Sexta-feira, 9 de Novembro de 2012
A proposta formulada pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT) aponta para várias agregações de freguesias no concelho do Sabugal, passando o mesmo das actuais 40 para apenas 30 freguesias.
(clique na imagem para ampliar.)
O Sabugal junta-se a Aldeia de Santo António, passando a constituir uma única freguesia.
O mesmo acontece-se com Santo Estêvão e Moita.
Outra união é entre as freguesias de Pousafoles, Penalobo e Lomba, que se reúnem numa só.
Também Ruvina, Ruivós e Vale das Éguas passam a uma só freguesia.
Seixo de Côa e Valongo juntam-se igualmente, agregando neste caso as duas margens do rio Côa.
Na raia, Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos também se juntam numa só freguesia.
Lageosa e Forcalhos são as outras duas freguesias da raia que se agregam.
A proposta mexe em todas as 11 freguesias com mesmos de 150 habitantes e ainda na do Sabugal e de Aldeia de Santo António, cuja junção a UTRAT justifica com o facto de serem contíguas, partilharem a albufeira do Sabugal e passarem a, juntas, perfazerem 2741 habitantes, reforçando assim demograficamente a sede do concelho.
Nas restantes agregações a UTRAT justifica-se com a homogeneidade do território, com a existência de legações rodoviárias directas, a pouca distância entre os agregados populacionais e a criação de um maior equilíbrio demográfico.
Recorda-se que a Assembleia Municipal do Sabugal se pronunciou contra a reorganização administrativa do território do concelho.
plb
Uma quadra
O caldo verde tem alma
Quando fumega na mesa
Brota dele a força calma
Que há na alma portuguesa
Uma sextilha
O caldo verde verdinho
Embora pobre é ufano
Pois toda a roda do ano
Com o pão ainda quentinho
E as jarras do nosso vinho
Alegra e nutre o paisano
Um soneto
Eu quero verde, verde, disse o aedo
E o canto não parou de ressoar
Tornando-se a cor um novo credo
Ganhou depois da vista o paladar
Há entre nós dois verdes que de ledo
O povo quase leva até o altar
O vinho de enforcado nunca tredo
E o caldo sobre a mesa a fumegar
Ressoem hinos, laudas, carmes, loas
Misturem-se chouriças, couves, broas
Mas couves do galaico – português
Dará essa mistura o tal sabor
O caldo verde pelo nome e pela cor
Cantado e decantado tanta vez
Terça-feira, 6 de Novembro de 2012
Quando vou à Vila não perco a oportunidade de aperfeiçoar a arte de fazer pão. Modéstia à parte, não encontro pão melhor.
Mais antiga do que o Castelo, é provavelmente a testemunha masi antiga da história da vila. Na década de 20 do século passado, destruíram-lhe o corpo para construir o cemitério. Não se atreveram a destruir o arco. Nós presenciamos a ruína e nada fazemos. Se observar verá que está por um fio, quer dizer por uma pedra. Nem sequer é uma questão de dinheiro que existe para outras obras que não são prioritárias. Prioritário é um telhado para esta igreja que, arranjada, poderia servir de capela mortuária. Antes que seja tarde.