AVISO
INFORMAM-SE TODOS OS INTERESSADOS QUE SE ENCONTRAM À VENDA AS PROPRIEDADES DOS HERDEIROS DE JOÃO ANTÓNIO MARQUES E MARIA DA GRAÇA SILVA LEONARDO, AS QUAIS SÃO:
- CASA NO SÍTIO DA PRAÇA
- PORTO SABUGAL – CULTURA DE REGADIO, LAMEIRO, PASTAGEM, MATO
- PONTE DA GUARDA – CULTURA DE REGADIO, PASTAGEM, MATO
-ENTREVINHAS – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
-GAITEIRAS – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
- CHÃO DO CASTELO – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
- QUINTAL DA COSTA – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
-HORTA DO CHORREÃO – CULTURA DE REGADIO
- TAPADA DOS PICOTES (de baixo) – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
- TAPADA DOS PICOTES (de cima) - CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
- CHÃO DAS EIRAS – CULTURA DE SEQUEIRO, PASTAGEM
- HORTA DA RIBEIRA – CULTURA DE REGADIO
-CHÃO DAS CASAS DOS MOIROS – LAMEIRO
- RASA DAS MOITAS ( ATALAIA) – MATO, PASTAGEM, MATA DE CARVALHOS
- RASA DAS MOITAS (VALE DE BÔLOS) – MATO, PASTAGEM, MATA DE CARVALHOS
- RETORTAS (de baixo) – CULTURA DE REGADIO, SEQUEIRO, MATO E MATA DE CARVALHOS
-RETORTAS DE CIMA – CULTURA DE REGADIO, MATO, PASTAGEM
- CORREIA (CHÃO DO POMBAL) – MATO E PASTAGEM
- ENTREVINHAS - LAMEIRO
OS INTERESSADOS PODERÃO ENTREGAR PROPOSTAS OU PEDIR INFORMAÇÕES:
CARLOS ALBERTO LEONARDO MARQUES – 964687518 – leomarques@sapo.pt
JOÃO SILVA MARQUES – 914015174 – joao_smarques@hotmail.com
JÚLIO SILVA MARQUES – 934561269 – julmarjsm2@gmail.com
VILAR MAIOR, 29 de Dezembro de 2012
Até ao grande surto das fibras têxteis, a lã de ovelha era uma grande riqueza. Quem tivesse meio cento de merinas, podia considerar-se um homem remediado e bem remediado. O rifoneiro atestava-o: Quem tem ovelhas , abelhas e pedras no rio entra com el-rei ao desafio. Na vizinha Espanha, os grandes terratenentes distinguiam-se pela numerosidade dos seus rebanhos. Só os grandes senhores, à sua conta, tinham, rezam os cronicões, quarenta milhões de merinas. E não eram apenas os Alba e MEdina Sidonia, os Veraguas e Romanones, os Paio e Santillanas que criavam gado merino, mas todo o povo espanhol. Do cantabro ao mediterrânico, estabelecera-se um enorme emaranhado de pastagens, tudo dirigido pelo honrado Concepto de la Mesta, com Canadas CAminos Y Veredas Pastoriles, extenso e prolixo mapa que a tudo tem resistido . De modo que ainda agora, todos os dias de Páscoa, as principais artérias de Madrid se engalanam para ver passar os gados da transumância. Do nosso lado e à nossa dimensão, partilhávamos daquele entusiasmo. Aqui na Raia Sabugalense não havia praticamente merinas. Mas abundavam as churras. Ricos, remediados, pobres, quase todos os chefes de família tinham a sua peara. E valia a pena. Tudo naquele gado, fácil de manter, porque tosava sobre quaisquer rebentosl, rapando como quem barbeia, era aproveitado. A comecar pelo estrume. O chão, assim fertilizado, dava o cem por um, anunciado pelos santos evangelhos. Vale mais rabo de ovelha que benção de bispo, lembra velho adágio. E o humus onde o cancelame se apusera não só rendia mais como os produtos eram mais saborosos. Boa batata é a dos tres itas...terra granita, onde se semeou. Água granita com que se regou. Caganita que deu outro vigor aos renovos, melhor textura e mais aprimorado sabor aos tubérculos. Com o leite fabricava-se o queijo, diferente do clássico Serra da Estrela pela qualidade do gado, levando aí vantagem as mondegueiras, e pelo modo de fazer, chamado à cabreira, por menos exigente. Os borregos rendiam bom dinheiro, indo parar ao estômago dos janotas das capitais de concelho, distrito ou mesmo da Nação. Já velhas, não parindo nem obviamente dando leite, achanfanadas eram o consolo de festas e casamentos. E até mesmo quando perigavam iam parar ao barranhão dos enchidos. Por vezes,o tempo vinha demasiado áspero. O ditado apresentava queixas. Quando o Março dá ao rabo, não escapa o gado gordo nem magro, nem o pastor mesmo encapotado. Pois as rezes assim desaparecidas iam dar chouriças. Eu próprio, nos meus verdes anos, ajudei a comer muitas nos serões do Escabralhado e Carvalalzinho e que não morri nem me ressenti do facto atestam-no os meus quase noventa, ainda com alguma rijura e bom apetite… Eram, pois, os rebanhos uma benção. Mas, quanto a dinheiro corrente e transacções de ocasião, nada era como a lã. Levada ao pisão, dava mantarronas e surrobeco. Vendida aos laneiros, tapava buracos em orçamentos quase sempre mais furados do que capa de pedinte. E aos lavradores mais do que meões até lhe permitia custear os estudos dos morgados e pagar um empréstimo bancário contraído para adquirir mais um lameiro. Daí a azáfama dos dias de tosquia e o pleno emprego, é certo que por períodos curtos, duma classe de profissionais, que, por aqueles dias, sentem as moedas, tilintando-lhe nos bolsilhos, deixando-os possuídos duma certa ufania. Ao tempo ,havia em Vilar Maior, dois estabelecimentos de tem-tudo – de panos de cheviote, a quartilhos de tinto, passando por artigos de mercearia e materiais de construcão, drogas e quinquilharia . Logistas eram os senhores Albino Monteiro Freire, aliás meu tio carnal e Aníbal Gata, progenitor de ilustre prole. Durante o ano, os tosquiadores, à espera da sazão, tratavam-nos com reverência Mas em plena tosquia desinibiam-se. Batiam à porta da venda e requeriam atendimento breve. - Ó Albino, vem cá baixo, se náo vou já ao Gata Antes do ciclo, a terminologia e o tom eram outros. - Ó senhor Albino, fie-me aí um garrafão até às tosquias ...
Através da lei nº11A/2013 de 28 de Janeiro cessam as freguesias de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos que passam a constituir uma única freguesia cuja designação é.
UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ALDEIA DA RIBEIRA, VILAR MAIOR E BADAMALOS, com sede em Vilar Maior, de acordo com o artº 5 da lei.
1 — No prazo de 90 dias após a instalação dos órgãos que resultem das eleições gerais das autarquias locais, a
realizar em 2013, a assembleia de freguesia delibera a localização da sede.
2 — A assembleia de freguesia deve comunicar a localização da sede da freguesia à Direção -Geral das
Autarquias Locais, para todos os efeitos administrativos relevantes.
3 — Na ausência da deliberação ou comunicação referidas nos números anteriores e enquanto estas não se realizarem, a localização das sedes das freguesias é a constante.
Artigo 6.º
Transmissão global de direitos e deveres
1 — A freguesia criada por agregação integra o património mobiliário e imobiliário, os ativos e passivos, legais e contabilísticos, e assume todos os direitos e deveres, bem como as responsabilidades legais, judiciais e contratuais das freguesias agregadas.
2 — O disposto no número anterior inclui os contratos de trabalho e demais vínculos laborais nos quais sejam parte as freguesias agregadas.
3 — A presente lei constitui título bastante para todos os efeitos legais decorrentes do disposto nos números anteriores, incluindo os efeitos matriciais e registrais.
4 — Sem prejuízo de outras formas de cessação da validade, consideram -se válidos os registos anteriores à data de entrada em vigor da presente lei que mencionem as freguesias objeto de agregação.
5 — O Governo regula a possibilidade de os interessados nascidos antes da data de entrada em vigor da presente
lei solicitarem a manutenção no registo civil da denominação da freguesia onde nasceram.
Artigo 8.º
Recursos financeiros
1 — As transferências financeiras do Estado para as freguesias criadas por agregação são de montante igual à soma dos montantes a que cada uma das freguesias agregadas tinha direito no Fundo de Financiamento das Freguesias (FFF).
2 — É aumentada em 15 %, até ao final do mandato iniciado com a realização das eleições gerais para os órgãos das autarquias locais, em 2013, a participação no FFF da freguesia criada por agregação através de pronúncia da assembleia municipal, nos termos do disposto na Lei
n.º 22/2012, de 30 de maio.
Para a leitura completa da lei consulte em:
http://dre.pt/pdf1sdip/2013/01/01901/0000200147.pdf
A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
S. Martinho de Anta, 30 de Abril de 1937
Contrariamente ao que sucedia na vizinha Espanha,onde pequenos pueblos como, por exemplo, Alamedilha, que uns dizem DEL CHOZO, outros DE AZABA, ou até fincas de pouca importãncia como Los Campanarios se encontram já dotados de luz eléctrica desde os princípios do século passado, portanto há mais de cem anos, a RAIA SABUGALENSE só muito tarde veio a gozar daquele benefício.
De maneira que no pré e post crepúsculo só a lua valia aos noctivagos de índole ou necessidade.
Aliás, mesmo dentro de casa ou nas palheiras do gado, o negrume era rei.
O problema foi particularmente sentido na década quarenta do século passado, quando, face ás contingencias da Segunda Grande Guerra, o petróleo, o principal dos gases de iluminação, quase desapareceu do Mercado e o azeite e outras gorduras usadas como sucedâneo foram objecto de apertado racionamento.
O petromax era um luxo caro e inacessível a novecentos e noventa e nove por cento dos íncolas, que também desconheciam as outras pedras iluminantes.
As velas de cera, por serem de preço muito alto, restringiam-se aos actos de rito,
E as de sebo, não se vendiam por aqui.
De sorte que, posto o sol e não sobrevinda a lua, era ainda à mae-natura que se recorria.
A lumeeira de palha, o galho de pinho—do bravo—porque o manso mal debuta—,
a rama da giesta, a pinha constituíam o material iluminante—dentro e fora de portas.
Até na casa do correio, ou seja do influente local onde se ia pôr e levantar a correspondência, se adregava de chegar já depois do crepúsculo nocturno, o solicito distribuidor armava-se de lunetas e acendia uma pinha, não com um fósforo, mas chegando-a ao braseal que rechinava.
Assim o mandavam elementares preceitos de economia centrados no rifão: Quem não poupa um palito, nunca chegará a rico.
Por vezes, muitas vezes até, não era a sovinice mas a rareza da moeda cunhada que levava a pedir uma brasinha de lume á vizinha que mais cedo acendera a lareira.
É que, antes do grande exôdo, dois tostões, preco da caixinha dos amorfos, eram dois tostões... que nem sempre tilintavam no bolsilho de qualquer.
Em 30 de Março de 2005 no meu extinto blog "O Pitagórico, a pergunta era:
Mais uma vez rumei caminho de Vilar Maior onde quase sempre passei a Páscoa. Tomei o IP5 que há-de ficar na história viária portuguesa como um progresso enorme dos que como eu, antes de existir, precisávamos de um dia de Inverno para chegar do Porto à aldeia: O Mini, primeiro, o Carocha, a seguir fizeram a velha estrada vezes sem conta com família e bagagens por curvas e contracurvas de olho nos buracos grandes que se abriam na estrada – quem não se lembra do que era atravessar S. João da Madeira, no tempo em que as estradas nacionais percorriam longitudinalmente aldeias, vilas e cidades? Os últimos dez quilómetros para chegar à aldeia eram feitos em terra batida, com o credo na boca não fosse aparecer algum sítio de difícil transposição. Mas a alegria antecipada de chegar ao lar quente da família ajudava a vencer toda a adversidade. A viagem de regresso complicava-se mais ainda porque era impensável para os pais que se partisse sem levar uma saca de batatas, uns litros de feijão, um resto de cebolas, um garrafão de vinho, mais o enchido, mais o queijo, mais isto, mais aquilo ... em bagageiras modestas para tanta generosidade que obrigava à colocação de grade no tejadilho. O Mini e o Carocha tradicionais concorriam na estrada com os recém chegados japoneses Toyotas e Datsuns, os Kadets da Opel, os 128 da Fiat, a Dyane da Citoen, a 4L da Renault, o Simca 1100, o Peugeot 2004 que de fracas cavalagens e de cilindradas a rondar os 1000 e 1200 constituíam o grosso dos veículos circulantes. Não havia cintos de segurança, não havia ABS, não havia Air-Bags, não havia Ar Condicionado, não havia limites de velocidade senão os que derivavam das máquinas circulantes e do estados das vias, não havia operações Páscoa da GNR e os acidentes eram raros. A bordo ouvia-se rádio quase sempre acompanhado de um fundo ruidoso ou, então, se provido da mais recente tecnologia de leitor de cartuchos, o Roberto Carlos, o Júlio Iglésias, o Carlos do Carmo, os Beatles, o Tom Jones ou outros consoante os gostos. Era no tempo em que a aldeia estava cheia de gente, de gente que conhecíamos e por quem nos interessávamos tanto quanto elas se interessavam por nós. Cumprimentávamo-nos todos de maneira pessoal e demorada. Já sabia que o ti Chico, positivo e bom como era, diria: - O sr. Dr está bom, está gordo! – no tempo em que ser gordo era uma boa notícia.
Depois veio o IP5 e com ele outros carros, outras músicas, outras vidas e mais mortes, e mais morte. Com o IP5, pelo IP5 (não por causa do IP5) mais gente veio para as metrópoles do litoral, menos gente ficou nas nossas aldeias.
O IP5 por onde vim já não é o mesmo. Está em extinção. Dentro em pouco teremos a sua duplicação, transformação em autoestrada. Com que efeitos para a minha aldeia, com que efeitos para as nossas aldeias?
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