Está na altura de preencher o IRS. Lembramos a todos os vilarmaiorenses residentes em Vilar Maior ou fora que não esqueçam a oportunidade de consignar 0,5% da colecta a favor da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior Irmandade e Instituição Particular de Solidariedade Social, com o Nº de Identificação Fiscal - NIF - 504 300 130
A consignação de IRS é uma possibilidade que todos os contribuintes têm ao seu dispor e consiste na decisão de “desviar” 0,5% da colecta de imposto para outra entidade.
A opção não representa um encargo adicional a quem a faz, uma vez que se trata de uma simples reafectação do dinheiro que, em vez de dar entrada nos cofres do Estado, vai para a conta de uma instituição à escolha do contribuinte.
Recorde-se ainda que os prazos para a entrega de IRS foram este ano alterados. Assim, quem tiver apenas rendimentos do trabalho dependente e/ou pensões poderá apresentar a sua declaração de IRS em dois períodos, consoante o suporte que decida utilizar: em papel entre 1 e 31 de Março e, via internet, entre 1 e 30 de Abril.
Já agora num espírito de unidade que havemos de construir em torno da União de freguesias de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos apelamos
aos contribuintes deste novo território administrativo que inclui as anexas de Batocas, Escabralhado, Carvalhal e Arrifana, para que façam esta consignação.
Não nos custa nada e é dinheiro que será entregue a uma instituição cujo serviço de apoio social é indiscutível, sobretudo no apoio à população idosa. Façam campanha junto dos vossos amigos.
Havemos de dar notícia de quanto conseguimos.
«Entre vós, não deve ser assim. Pelo contrário, o maior entre vós seja como o mais novo, e o que manda, como quem está servindo. Afinal, quem é o maior: o que está à mesa ou o que está servindo?» S. Lucas, cap. 22, vers. 26 e 27
( D. Olívia, Sr. Tenente e filha)
A trindade humana - O Povo, o Tenente Palos e o Padre José Baptista
As maiores nascentes de água são nas altitudes de serras ou montes. A parte mais alta do termo de Vilar Maior encontra-se no planalto das Moitas onde, no sítio do Seixal, os antigos construíram uma atalaia (altitude 854m), cujos restos são um enorme montão de pedras. Duzentos metros a poente, pastores e lavradores sabiam da existência de uma nascente de água com caudal que se aguentava pelo Verão adentro. Quando, com frequência, se discutia em privado ou em público a penúria de água com que se debatiam, vinha sempre ao caso a fartura da nascente do Seixal ( altitude 834m) não fosse a longa distância, a interposição de barroqueiras que só a ferro e fogo cederiam caminho, a travessia da ribeira, o custo de tanto metro de cano e haver quem se meta à frente de uma obra tão gigantesca. Para tão ingente obra era preciso um chefe, uma cabeça ou capitão. Os lavradores mais abastados andavam demasiado ocupados com as suas vidas e, se bem que o problema lhes não passasse ao lado, tinham poços seus e tinham criados e criadas que lhes serviam de almofadas nas esquinas da vida.
E, ainda que não se tratasse de obra tão complexa como a do Aqueduto de Águas Livres de Lisboa, algum rascunho era necessário desde a forma de captação, ao estudo das alternativas do percurso das canalizações, até à distribuição que, não sendo ao domicílio, havia de contentar as várias partes do povo, não contando com problemas que requeriam rudimentos de conhecimento científico e cálculo matemático. Ora, para esta parte ninguém estava mais qualificado do que António Palos que, reformado na patente de tenente do exército, com um currículo que o tirava da mediania do posto, e que se impunha com tal autoridade no povo que, muitos ignorando o nome de baptismo, por toda a parte, respeitosamente, o tratavam por Senhor Tenente.
A obra, tão ingente e prometedora, ocupava as conversas do dia à dia dos homens, na taberna onde a inspiração crescia na razão directa da ingerência alcoólica, e das mulheres na presa de Vale de Castanheiros onde, lavando a roupa misturavam, em dose ao gosto próprio, a verdade e a mentira que havia de chegar ao povoado no disse que disse das alcoviteiras que alimentam a comunicação na escassez de novidades. Era, assim, uma espécie de Agência Noticiosa.
Das muitas coisas que se dizem, poucas são as que geram decisões que alteram o curso da realidade e como diz o povo quem muito fala pouco acerta pelo que neste seguimento as mulheres, na sua proverbial loquacidade, ficam em grande desvantagem. Porém, é de crer que no caso da obra ingente tenha sido o conselho sensato da esposa ao marido que a tornaram possível.
- Penso que deves falar com o senhor Reitor, disse D. Olívia ao sr. Tenente.
Na sua longa carreira no exército aprendera como motivar e liderar homens para a guerra mas esta era uma guerra diferente e esta gente não eram soldados. A sua mulher tinha razão, só o padre José Baptista, assim se chamava o lovem Reitor, os conseguia reunir a todos, quase todos. O tenente foi batizado, aprendeu a catequese, casou pela Igreja e cumpria todos os rituais de um cristão, ainda que os ideais republicanos, a insurgência contra a ditadura do 28 de Maio que lhe valeu a deportação para África, o positivismo da ciência e outras leituras lhe tenham dado uma compreensão da vida e do mundo que só um grau de sabedoria elevado o levava à cooperação com o Reitor. A questão era prática e qualquer homem, mesmo não cristão, tem humanidade suficiente para colaborar na obra de misericórdia que ordena dar de beber a quem tem sede. E esse havia de ser também o argumento decisivo que demoveu o padre José Batista que achava que a sua incumbência era tratar das almas, deixando para outros o tratar do corpo. Aliás, tratava-se de dois homens de grande coragem, que o tenente já provara e que o Reitor viria a demonstrar mais tarde, já reitor da freguesia de Aldeia Velha.
Fosse como fosse, o povo sonhava e, se tivesse um líder credível que lhes dissesse que o sonho era realizável e que eles podiam ser os seus obreiros, faria o que fosse preciso.
Estava tudo pronto para dar corpo à ideia, no dealbar da década de quarenta.
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