Quinta-feira, 25 de Julho de 2013

Da Feira que foi à Feira que há-de vir

João Nunes
Nesta feira de talentos toda a gente é importante, muito importante. Mas, perdoem todos, a juventude é importantíssima. Por isso, jovens, sigam o exemplo do João que nas coisas simples, por vezes, reside a maior das artes.
publicado por julmar às 12:44
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Saladas, Ensaladas, Gaspacho e Peixinhos da Horta - Dr Leal Freire

                                                                                  

           

  

Quando o calor aperta um pouco mais, a nossa  propensão  para  o vegetarianismo   vem  sempre  ao  de  cima.

As hortas do Cesarão que os íncolas desde tempos imemoriais  tratam   com  esmerado  carinho  propiciam  os  elemenos essenciais.

A alface, enriquecida  com  uma  boa dose  de  azeite, uns  fios  de  vinagre   e  granulos   de   sal, dá  o mote.

Tomates, pimentos  e   pepinos podem  servir  de   complementos.

Mas  todos  juntos  dão  o refrescante  caldo  a  que  nós  chamamos  gaspacho.

Vegetais  crus, atenrados  a  azeite  e  picativos  a vinagre.

É  uma  mescla  para  as  tardes  mais  calmosas.

Que  se  pede  ansiadamente.

Ó senhora nossa  ama

Veja  se  nos pode  dar

Uma  malga  de  gaspacho

Para o peito  refrescar

Trata-se  de  uma  miga  de  orígem  castelhana, do   lado  de  cá   da   Raia, divulgado  pelos nossos  gadanheiros   que  iam  cortar o feno  para  as  imensas  pradarias  do campo  charro, onde  passavam    Julho  e  Agosto

Teve  grande  voga  em  toda   a  orla fronteiriça.

Hoje, raramente  se  come  e  é pena.

Os  peixinhos  da  horta  são de origem  citadina

Mas   hoje   têm, entre nós, grande  difusão - vagens  verdes  emolduradas  a  massa   de  ovos  com  farinha   e depois  levadas  a  fritar.

Repare-se que, na linguagem popular, o termo  usado  não  é vagens, mas  vaginas.

Que também fornecem uma boa  merenda, simplesmente  cozidas  e  temperadas a  sal, azeite,vinagre  e  alho.

Os castelhanos  chamam  ás  vagens   judias.

publicado por julmar às 12:32
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Quarta-feira, 24 de Julho de 2013

A Horta do Tonho Rasteiro

Horta do senhor professor Gonçalves lhe chamavam, antes de ser propriedade do ti António Rasteiro que a passou a cultivar com o carinho que a terra merece. Com a morte dele a horta morreu e a vinha ainda verdejante morrerá aos poucos. Aos poucos a parede cairá, a presa da água será tomada por silvas e juncos e ali ficarão enterrados os sonhos do António Rasteiro na indiferenciação da paisagem.
publicado por julmar às 11:31
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Terça-feira, 23 de Julho de 2013

Diário de um cantoneiro

Bernardino Almeida
Há muitos anos... há vinte, há trinta? que o sr Bernardino trata das bermas da estrada que vão para a Bismula e Aldeia da Ribeira. Agora de uma maneira mais eficiente e menos ecológica,dado ter trocado a enxada pela roçadoira mecânica. Se a Vila está desertificada não é por culpa dele que nunca a abandonou que fez filhos que por aqui arranjaram forma de ganhar a vida. Trabalho certo e copo certo que o resto é paixão entregue à sorte do jogo da sueca e dos jogos do Benfica. 
publicado por julmar às 22:31
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Uma merenda a preceito - Dr Leal Freire

Será grande falha se nas bancas de comes e bebes, que se antolha preenchida por numerosas unidades não aparecerem as que mais perfeitamente representam a tradição, até por serem especificamente nossas. Vilar Maior beneficia de dois cursos de água de abundantes pescarias. Ouçamos o poeta Robalos, enguias, trutas,

Peixes que a barbas enxutas

Não pesca o próprio Nereu

Fizeram ninho das grutas

Tersas de rochas hirsutas

Do Cesarão Cesareu...

E se é assim com a ribeira da Vila, que, desde Aldeia da Ponte, vem ganhando o nome, mais popular, mas também mais expressivo de Cesarão Peixeiro, nem por isso, a Ribeirinha do Pereiro deixa de lhe pedir meças em riqueza piscícola. Nao admira, em consequência, que os aborígenes se tenham especializado em pratos de peixe. Referiremos quatro, começando pelo mais simples - A Fritada, que não precisa senão duma sertã, algum azeite e umas pedrinhas de sal. Mais exigente, mas não muito, é a escabechada, que já implica algum domínio da difícil arte das molhangas. Vem depois a miga de peixe e a sopa de peixes, ambas a requererem para a perfeição, trigo espanhol de Alamedilha ou Albergaria Tanto uma como a outra podem ser enriquecidas com poejos e diferentes ervas aromáticas, que crescem nas lameiras das margens do Cesarão.

publicado por julmar às 16:36
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Talentos da Vila na arte da moda - Dr Leal Freire

 

 

D. Marquinha Bárbara ladeada de marido e irmão

Levemos á feira a  propensão para  as  artes  ligadas  à moda, sempre  manifestada   pelas  senhoras  e  pelos  cavalheiros   de  Vilar Maior.

Nao sei se pela sua multissecular condição de cabeça de concelho ou se por qualquer atávica vocação dos seus íncolas, Vilar Maior, a VILA, a vila por excelência, como ainda hoje se diz por uma roda de sete léguas, sempre ditou a moda para toda uma vasta região. Ainda nos segundo e terceiro quartéis do século passado, todas as meninas e senhoras das Batocas a Vila Boa ou da Malhada Sorda a Badamalos, que se preocupassem minimamente com o seu aspecto exterior, recorriam a modistas na VILA sediadas. E, por estranho que pareça, até algumas elegantes do Sabugal, ou mesmo da Guarda, recorriam ao serviço e conselhos de costureiras do burgo. Famosa, entre todas, foi a Dona Marquinhas Bárbara, mãe do professor Mário. Minha mulher, filha dum abastado proprietário rural, que acumulava, pelo lado patrimonial, aquela condição com a de armazenista de produtos da lavoura e para a lavoura, comprando todos os excedentes dela - batatas, feijões, cereais, linhaça, castanha e matas - e vendendo tudo o que ela necessitava - adubos, sal, enxofre, químicos - desde a idade prépubere que não quis outra modista. Aquela foi-lhe indigitada pelo senhor António Lucrécio, respeitável personalidade na VILA daqueles anos e muito próximo de meu sogro por ser seu comissário, nome dado aos agentes de compras e vendas para a zona. Na Guarda, ou mesmo já cidade do Porto, onde eu estava muito familiarizado com o meio, por ser consultor jurídico do respectivo Grémio Nacional, minha mulher foi vestida pela Dona Marquinhas Bárbara, até que esta, suponho que por velhice, cessou a actividade. E não era o daquela mestra o único atelier de modas da povoação. Embora sem a finesse daquele, havia outros, também de fama. Recordo-me de um, para as bandas do Castelo, onde foram aprendizes várias raparigas da Bismula, que também singraram naquela difícil e concorrencial arte. Também pelo lado masculino, a VILA ditava a moda, embora a nível menos exigente dado que os homens se contentavam com pouco, bastando-lhes que o casaco não tenha três mangas, o colarinho não esbandorre no peito e as calças não bamboleiem. E de três peças apenas se compõe tanto o facto de cotio, como o de ver a Deus, este tão raramente vestido que por vezes o do casamento servia de mortalha, embora o utente passasse a casa dos setenta... Desta vez, para a feira eu venho encomendar roupas de fantasia - trajes para fantasmas, duendes, bruxas e lobisomens…

publicado por julmar às 12:14
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A arte da renda

Olimpia, Filomena, Graça em outras feiras
A arte surge quando o homem deixa de estar sujeito à luta do ganho do pão nosso de cada dia em que não há tempo para floreados. Os tempos antigos eram duros para todos e para as mulheres em particular que, para além de terem de ajudar nos campos, tinham de cuidar dos filhos, da lide de casa e, em particular do  trato da roupa de todos. Por isso, elas teciam no tear, tratavam do linho até a toalha alva aparecer sobre a mesa, tricotavam as camisolas e as meias feitas da lã churra das ovelhas, as mais habilidosas talhavam algumas peças de roupa, todas coziam e remendavam enquanto o pano original aguentava, lavavam a roupa na ribeira ou na presa de Vale de Castanheiros todas as semanas e, pela Páscoa da Ressurreição faziam as barrelas. Depois veio o pronto-a-vestir e as mulheres puderam dedicar-se à arte das rendas. Na Vila, os descendentes têm arcas recheadas delas. Bem que podiam montar bancas para as mostrar, honrando a arte de quem as fez.
publicado por julmar às 12:01
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Segunda-feira, 22 de Julho de 2013

Celebrar o passado . O Motim do Aguilhão

A tarde de ontem esteve animada no largo do Castelo do Sabugal onde em barraquinhas de feira se misturavam os comes e bebes com tradicionais chás, doces, compotas, pão, enxidos e queijos. Realce para os bragais de linho, rendas e bordados, brinquedos em madeira e, destacando-se a arte, ao vivo, de um ferreiro.

Aos poucos se foram juntando lavradores, à antiga, com suas aguilhadas e suas mulheres e filhas armadas de varapaus e instrumentos agrícolas, sob observação de Guardas Republicanos mais autênticos do que os verdadeiros. Falavam entre si da opressão caída sobre eles na forma de coimas, de leis, posturas, licenças, de taxas que se tornavam insuportáveis. O alarido aumentou e ao mando de um cabecilha dirigiram-se ao largo da Câmara onde discursos inflamados atiçaram tanto os ânimos do povo que aos gritos forçaram a porta da Câmara onde entraram e pelas janelas lançaram e queimaram as lais iníquas que sore eles pesavam. A impotência dos Guardas levou ao apelo das forças da Cavalaria que chegaram e dispersaram a multidão.

Terá sido assim, mais ou menos o que aconteceu em 10 de Fevereiro de 1926 quando a obrigatoriedade de licenças para cães e para poder ter aguilhão na vara de condução das vacas terá sido a gota de água que acabou com a paciência dos camponeses.

Quase 100 anos! Quanto mudou a vida das vacas e a vida dos homens!


 



publicado por julmar às 07:24
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Domingo, 21 de Julho de 2013

Para a Feira que há-de vir

Tó Duarte - o artista na sua oficina
Olhar, ver sentir, imaginar ... e fazer. O mundo é um pouco o que nós queremos que seja. Na arte, sobretudo. Já todos demos connosco a olhar para as nuvens no céu e a descobrir formas. Este é, em grande parte, o talento do Tó. Os outros, eventualmente, também viram mas não repararam. Talvez, porque não pararam, aflitos que andam com o negócio. Ora, há um mundo que não é dado ver aos apressados, um mundo a que só o vagar e o ócio abrem portas. É para esse mundo que o Tó nos convida, o mundo de formas da natureza vegetal onde a natureza, o tempo indefenido e as circunstâncias ocasionais talham formas que o artista descobre e com um pouco de trabalho realça.
Então, sem pressa, visite a banca do Tó, fale com o artista, dispa-se do espírito utilitarista e contemple os objetos artísticos expostos. E já agora, se algumo o cativou, leve-o consigo. 
publicado por julmar às 16:47
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Quinta-feira, 18 de Julho de 2013

Banca dos Ausentes a crescer

A Banca dos Ausentes começa a crescer: para já terá a poesia do João Valente Martins, os azulejos de Albino Dias - 

publicado por julmar às 17:13
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