António Robalo, candidato a Presidente da Câmara do Sabugal
As respostas do candidato à Presidência Da Câmara do Sabugal a algumas das questões que me pareceram interessar aos vilarmaiorenses. O agradecimento pelas respostas que pretendemos esclarecedoras.
QUESTÕES
1.
Além de Presidente, que outros laços o ligam a Vilar Maior?
Laços familiares e de amizade…é uma das aldeias que marcaram a minha infância! Recordo as festas do Sr. dos Aflitos e as peripécias com os meus primos, bem como mais tarde o espirito de convivialidade e encontros nas boas adegas!
2.
Dado o património histórico, monumental e arqueológico, como enquadra Vilar Maior na sua estratégia de desenvolvimento do concelho?
Penso que Vilar Maior, após a requalificação que sei inacabada e com necessidade de alguns ajustes, inclusive alguns conflitos técnicos…terminado as ações físicas de promoção do Castelo, com circuito de visitação…penso que devemos deitar mão a um elemento patrimonial que pode vir dinamizar imenso a aldeia, falo do casario envolvente, que devemos lutar para conseguir uma operação integrada de recuperação, sempre em harmonia com os proprietários e trabalhar a refuncionalização dessas casas, nomeadamente com ateliers de ofícios tradicionais. Claro que tudo isto é muito fácil de pensar…mais difícil é por no terreno, pois exige, muito planeamento, concertação, etc. e dinheiro, ou pelo menos um plano de incentivos!
3.
O que é que durante o mandato que agora termina foi feito de relevante em Vilar Maior?
Refiro apenas a obra em que mais me empenhei…a promoção do monumento que é o castelo, e a instalação do circuito de visitação, bem como o trabalho de recuperação dignificação do museu levantamento de espólio museológico.
4.
As obras de acesso ao Castelo levantaram grande polémica. O que pensa da obra efetuada e em que fase se encontra?
Houve paragem obrigatória pelo facto de aparecimento de situações imprevistas…que levou a ponderação de soluções/respostas com o aval da Direção Geral de Cultura…mas já veio parecer favorável que permite o avanço dos trabalhos. Quanto ás soluções técnicas são sempre discutíveis, nomeadamente o acesso! Mas têm uma vantagem: não interferem com o existente e em qualquer momento pode ser reposta a situação inicial.
5.
As habitações da cidadela antiga (cimo da vila) estão na maioria em grande estado de degradação apesar de todas as infraestruturas construídas. Há algum plano de intervenção?
Já respondi…não propriamente plano, mas ideia exata daquilo que penso ser o melhor para vilar maior e para o concelho, aumentando de certeza atratividade e interesse pelo local!
6.
O arco da Igreja da Senhora do Castelo (provavelmente o monumento mais antigo) está em eminente estado de queda. Poderá tomar alguma medida para a evitar?
Nunca me colocaram essa questão, neste momento não tenho opinião!
7.
Há alguma questão que gostaria que lhe tivesse feito?
Penso que não…quero no entanto reforçar a ideia inicial de um muito especial por Vilar Maior e a imagem permanente do meu saudoso tio “Ti Zé da Ruvina”.
Obrigado amigo Júlio!
Júlio Marques
Morreu o ti João, filho de Francisco Cerdeira e Matilde Monteiro. Com uma vida longa que deu para ser pastor e lavrador antes de ser emigrante em terras de França e voltar a ser lavrador e pastor depois do regresso. Poucos homens conseguem chegar como ele à idade de 96 anos. Nasceu aquando da Revolução Russa de 1917 , passou a 2ª guerra mundial, viveu o período da Guerra Fria, construíram o muro de Berlim, derrubaram o muro de Berlim e o mundo do ti João foi sempre o mesmo, aquele que é, em grande parte, o nosso:o sol a nascer em Espanha e a sumir-se para os lados do Carvalhal, a ponte, a ribeira, as casas, os campos, os amimais, as pessoas, tudo sempre igual no rodar de noventa e seis primaveras.
Irmanado com a natureza, bichos e gente havia de fazer inveja a S. Francisco de Assis.
Aos familiares as nossas sentidas condolências.
Setembro é o mês dos gatchos, na pronúncia do tempo dos tempos idos; era o mês, em que, por postura do regedor, os cães não podiam andar à solta por mor de não dizimarem as vinhas; era o mês em que os pobres, à socapa, tiravam gatchos para matar a fome e experimentar a doçura do moscatel. Setembro é a memória do cheiro do mosto dos lagares dos ricos e das dornas dos lavradores enfileiradas no cais da Praça e do Pelourinho.
Setembro é o mês da festa do Senhor dos Aflitos que, por sua graça, e por trabalho suor e lágrimas dos homens as arcas do pão se encheram, as tulhas das batatas cresceram e os tonéis aguardam o mosto que, fermentado, há-de, mais do que matar a sede, alegrar o coração dos homens.
Este é o milagre todos os anos repetidos
Durante séculos, deu-se cumprimento na Vila à ordem divina, no tempo em que em vez de um Deus de amor, havia um Deus de vingança:
«Ganharás o pão com o suor do teu rosto». E, a menos que se fosse afortunado, não havia alternativa. Por isso, era da terra que o homem extraía o alimento. Hoje com «retraites» de França ou reformas portuguesas ou por outros meios quase todos fogem à condenação. Por isso, a natureza vai dando o que lhe dá na gana, à parte pequenas hortas de gente mais idosa que, como oásis, cortam a aridez do deserto.
As silvas que bordejam os caminhos encheram-se de amoras que na falta de água se apertram; as videiras, mesmo as mal tratadas criaram copiosas uvas; as figueiras, com algm atraso oferecem agora generosamente os seus figos; todos se queixam da fraca produção de batata e os feijoais prometedores acabaram por se alampar. Quanto a nozes e azeitonas é um ano de excecional produção. Já os marmeleiros esqueceram-se que sem marmelos não há marmelada.
António Bárbara Cunha, presidente da junta de Vilar Maior e candidato à Junta de freguesia da União de Freguesias de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos
Dada a aproximação de mais um ato eleitoral pensámos ser importante colocar algumas questões ao Presidente da Junta que é também candidato a um novo mandato.
1 Quantos mandatos exerceu como Presidente da Junta?
A.C.- Estou a concluir o terceiro mandato.
2. Será possível fazer-nos um balanço das obras realizadas no último mandato por parte da Câmara e por parte da Junta?
A.C. Por parte da Câmara foram as seguintes: Obras de requalificação do edifício do museu e as de eletrificação do castelo bem como as que ainda se encontram por concluir no interior e exterior da muralha. Por parte da Freguesia/Junta:
1. Conclusão das calçadas, nomeadamente:
• Rua do Castelo e respetivo parqueamento;
• Travessa da Av. Das Escolas;
• Rua das Eiras e até ao pontão das Eiras;
• Ruas secundárias no Bairro de São Sebastião e envolvente da capela de São Sebastião até ao pontão das Eiras;
• Rua dos Craveiros;
• Rua do Espirito Santo contornando o Chão de São Pedro passando pela fonte Nova até á fonte Velha;
2. Reparação do açude das Eiras com a construção do paredão lateral e reforço do pontão.
3. Na sede da Freguesia foram Substituídas todas as portas e janelas de ferro por alumínio com colocação de vidros duplos e colocação de peitoris em granito.
4. Instalação de uma cabina na paragem do autocarro junto às escolas.
5. No mês passado foi possível proceder à regularização da compra da Horta junto à ponte ao Sr. José Pedro Cardoso que se encontrava pendente desde antes do início do meu primeiro mandato. Note-se que com esta situação da compra da horta se regularizou também, por encontro de contas, a ocupação do espaço pelo jazigo da família Cardoso no cemitério de Vilar Maior.
6. Na área do ambiente efetuámos duas candidaturas que foram aprovadas:
• Uma às Redes Primárias (Contra incêndios) que abrangeu os caminhos com limite desde o alto dos Galhardos até á fonte velha, contornando a sede da freguesia passando pela Filipa, vinha grande, canal ao lado do Chão da Forca até ao caminho das Moitas e seguiu até á antiga fábrica da cerâmica tendo envolvido a limpeza de cerca de 50 metros para cada lado dos caminhos, Para esta obra obtivemos um financiamento do Estado de cerca de 55 mil euros sendo o IVA suportado pela Freguesia. Esta obra está concluída e encerrada.
• Outra às Linhas Ripícolas que abrange os limites do Rio Cesarão e da Ribeira do Pereiro em toda a extensão da freguesia de Vilar Maior podendo nalguns casos abranger terrenos das freguesias vizinhas. Note-se que esta obra está financiada a cerca de 50% e o custo total atinge cerca de 165 mil euros incluindo o IVA sendo este também suportado pela freguesia.
3 Além das obras materiais que outras obras realizadas considera importantes?
A.C. Nesta matéria estamos sempre dispostos a colaborar, sempre que possível, em todos os eventos que a sociedade pretenda realizar. Destaco apenas, o evento da Paixão de Cristo realizado em Março do corrente ano com a excelente colaboração e organização do Padre Helder Lopes e apoio da Câmara e a forte participação das freguesias vizinha, principalmente a das paróquias do Padre Helder e dos seus amigos convidados. A todos deixo o meu reconhecido agradecimento porque sem a colaboração de todos eles assim como dos conterrâneos de Vilar Maior este evento não era possível onde colaboraram cerca de 150 figurantes e cerca de 1 500 assistentes.
4. Como avalia o trabalho realizado desde o primeiro mandato?
A.C. Positivo.
5. Quem são os elementos da sua equipa para o novo mandato?
A,C.
1 - António Bárbara Cunha – Vilar Maior;
2 – Joaquim José Gomes Nobre – Badamalos;
3 – João Lopes Martins – Aldeia da Ribeira;
4 – João Lavajo Cunha; - Batocas
5 – António César Marcos Gata; - Vilar Maior;
6 – Manuel Vaz Lavajo - Badamalos;
7 – Manuel Gomes Monteiro - Arrifana
8 – Manuel Pinheiro Dias - Escabralhado
9 – Davide Fernando Fernandes Martins - Carvalhal
10 – Lurdes Conceição André Quelha Fernandes - Arrifana
11 – Maria da Luz Fernandes Dias Cunha - Batocas
12 - Adérito Brigas Fernandes – Badamalos;
13 – Rita Cunha Miranda Almeida – Vilar Maior;
14 – Cátia Sofia Brigas Valente – Badamalos;
15 – Filipe Gonçalves Monteiro – Batocas
A toda a equipa deixo aqui o meu profundo agradecimento pela confiança que me concedem e por se disponibilizarem a colaborar nesta difícil tarefa.
6. Como encara o desafio de presidir uma nova unidade administrativa resultante da fusão das freguesias de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos?
A.AC. - Com otimismo. Reconheço que não vai ser fácil gerir uma área com cerca de 70 quilómetros quadrados onde residem pouco mais de 300 pessoas com um nível de envelhecimento muito acentuado.
7. Ainda que não haja disputa eleitoral, por ausência de outras listas, tem, certamente, propostas para Vilar Maior para os próximos anos. Quer falar delas aos nossos conterrâneos?
A.C. - Há alguma disputa eleitoral porque existe uma lista da CDU. Pena é que não exista mais interesse e participação dos conterrâneos para trabalhar por uma causa que é comum a todos. No que respeita à lista concorrente da C D U sei apenas que dois membros têm residência em Badamalos um no Sabugal e os restantes fora do distrito. Quanto a propostas para Vilar Maior elas terão sempre que ser coordenadas com as propostas para o conjunto da União de Freguesias. Prometo trabalhar no sentido de coordenar o melhor possível os recursos disponíveis que tenho a certeza de que vão ser escassos para tantas necessidades.
8. Há alguma questão não colocada e a que gostaria de responder?
A.C.Quero apenas dizer que sinto algum desconforto ao ver que as pessoas estão tão pouco interessadas em colaborar e participar nesta causa que é de todos.
Vilar Maior, 13 de Setembro de 2013 António Cunha
(Enquanto não me chega a ispiração ou o tempo para a escrita de um texto sobre as mulheres da praça, deixo este escrito em 24 de Dezembro de 2011.)
Durante muitos anos, assim como uma espécie de eternidade, a vida não mudou. Só muito tarde, quando o meu padrinho e depois a minha avó materna morreram, é que para mim se tornou inquestionável a conclusão do argumento da lógica aristotélica: " Todo o homem é mortal". Até então, morriam crianças, logo promovidas a anjinhos da corte celestial, morria alguém no Cimo da Vila ou no Canto, ou tocavam os sinos a sinal, ou da Irmandade da Misericórdia saíam bandeiras com imagens do outro mundo, mas a morte era uma coisa dos outros, não da família, não dos vizinhos. Na praça durante muitos anos ninguém morreu. Eu nasci lá, cresci sem dar por isso e tudo era sempre igual mesmo as pessoas que por lá passavam eram sempre as mesmas, a menos que ( o que acontecia com alguma frequência) triteiros, caldeireiros, capadores, compradores de peles e outros, por aqui passassem a tratar das suas vidas,tratando da vida dos outros. As casas, sempre iguais, ladeavam a praça onde desaguavam as pessoas e os gados que eu do nosso balcão ( nosso era a palavra da nossa identidade familiar que incluía os familiares e toda a propriedade quer se tratasse da burra, do carro das vacas, ou da Horta da Ribeira) conhecia na perfeição: o tilintar dos chocalhos das ovelhas e das guisas das cabras, a identidade de quase todos os burros e vacas nas suas feições e jeitos. Era um mundo que se repetia todos os dias, todos os meses, todos os anos. E nas casas habitavam as pessoas como se desde o princípio do mundo assim fosse. E assim era porque o mundo tinha começado quando comecei a vê-lo. Ao Cimo da Praça vivia o ti Xico Henriques e a Ti Júlia e, mais tarde o Zé da Ruvina e a Amélia; no correr das casas térreas ( que as casa que ladeavam a Praça eram de escada e balcão como convinha à nobreza do lugar) do Forno onde o povo cozia o pão, vivia uma família que tomou o nome do ofício - Forneiro - e que mais tarde demandariam Lisboa; a seguir confinando as Portas vivia a ti Isabel Periquito ( que me perdoem as alcunhas mas também fazem a nossa identidade ao ponto de como é o caso serem a forma de sabermos de quem falamos - e é caso para dizer que quem nunca as usou atire a primeira pedra. E alcunha, quem a não tem? Como verão também não lhe escapo.) Em frente a este correr de casas temos o senhor Aníbal e a senhora Aninha que tinham o comércio e a taberna acessados pelo Cimento - esse altar profano ou palco, ou tribuna, ou plataforma onde os acontecimentos se tornavam notícia e passavam a ser verdadeiramente reais. Seguia-se a Ti Isabel do Alípio e filha a Maria Pelada - a mãe padeira e a filha uma autêntica amazona Se em vez de mula montasse uma égua; depois, quiçá, na mais antiga casa da Praça a Ti Zabel Afonso ( onde minha mãe me mandava pedir a malga do fermento para fintar o pão) vestida de preto, lenço na cabeça e olhar de humildade pregado ao chão como se a cruz não fosse do seu homem, o ti Zé da Cruz. Na mesma construção, em casa geminada o ti Mergilgo ( simplificações antroponómicas) lavrador e a tia Anunciação Polónia. A Botica das poçôes de outrora passara a local de guarda de instrumentos e produtos agrícolas; confinavam no correr a Dona ( e um título fazia toda a diferença na vida) Vangelina e sua filha D. Maria( a quem devo favores de enfermagem); seguia-se o Senhor João da Cruz - polícia de profissão na cidade da Guarda mas que conheci apenas como reformado - e a senhora Patrocínia Magalhães. Seguia-se uma casa - com uma varanda tradicional - desabitada e onde em dias de chuva, a garotada se abrigava a jogar o " ó ladrão marcha cão " - propriedade do sr Manuel Esperança que seguindo a tradição familiar se estabeleceu comercialmente em Lisboa; já fora da praça e ladeando o largo do Pelourinho, mas bem visível do nosso balção vivia o inconfundível senhor António Lucrécio e sua mulher Mercês ; bem ao lado com escadaria de serventia comum vivia a ti Filomena Rasteira , a ti Mouca tal era o considerável grau de surdez. Ao fundo da Praça era a nossa casa, o nosso balcão de onde eu aprendi a ver o mundo. No ano em que eu nasci - o ano em que começou o mundo como o estou a ver - o senhor Tenente inaugurou o Chafariz que foi construído no quintal da nossa casa. Ora, do nosso balcão eu via todas as mulheres e todas as raparigas que vinham buscar a água para todos os fins a que se destina. E, claro, muitas coisas vinham agarradas ao "ir ao chafariz" como, por exemplo, a namoradeira que gasta mais àgua do que precisa para ter um pretexto. Mas o chafariz merece uma história completa. Aqui na nossa casa viviam os meus pais , o ti João Marques - lavrador, cujo assobio resultava tanto na comunicação com os animais como o fiat do Criador - e a ti Graça, por linhagem de quem nos alcunhavam de Carrachos ( eu sei, mãe, que também não ias gostar de ler esta parte mas é só por causa dos outros não levarem a mal). Ao nosso lado, viviam o ti Zé Badana que aliviava o peso da profissão de pedreiro com o seu quê de zombeteiro e cuja alta estatura contrastava com a da ti Filomena. Do outro lado, no início da Quelha, em casa térrea, vivia o ti Augusto Balão orientando os rituais da cozedura do pão que trabalhar mesmo a sério era com a mulher, a ti Beatriz. Mais uma vez a profissão gera o apelido - ou alcunha - à descendência - Tonho do Forno, Ana do Forno, Zé do Forno. Segue-se a Senhora Glória, viúva de Guarda Fiscal a caminho do Vale da Lapa onde a cultura do linho a obrigava; o senhor Raúl - um pouco agricultor, um pouco sapateiro, um pouco habilidoso, um pouco emigrante - e a D. Zézinha, sua esposa, que exercia o cargo de Regente (professora primária sem curso, para o que era necessário boas informações, influências, jeitos ou favores) na Vila e na Arrifana do Coa. Depois era a casa do meu padrinho João Seixas, polícia e da minha madrinha Assunção que levavam a sério a função de padrinhos. Do nosso balcão não via, mas nas costas da casa do meu padrinho vivia o senhor Zé Franco - a quem meu pai pagava em alqueires de centeio os cortes de cabelo dos filhos - e a senhora Celestinha que passava o tempo todo a fazer renda. Ladeando a praça a Norte estava a propriedade de senhor professor Pinheiro com a casa, o mirante sobre a Praça e coberto de glicínias e um alto muro resguardando o quintal, para onde, apesar do medo e respeito pelo proprietário, a rapaziada não conseguia evitar, que um pontapé mais forte e mal direccionado, lá enfiasse a bola. Não contei. Talvez me tenha escapado alguém. Depois que conheci a morte não pararam de partir. Agora as casas estão fechadas. Quase todas. E o mundo que começou comigo só existe porque o lembro
Faleceu ontem, dia 10 de Setembro, Ana de Jesus Limão Gata que nos últimos anos se encontrava no lar da Bismula. Segundo informação, o funeral realizar-se-á hoje pelas 16,30h.
Todas as pessoas de Vilar Maior são especiais porque comungam connosco o mesmo espaço, o mesmo tempo e a mesma cultura. A senhora Aninhas era, para mim, uma pessoa ainda mais especial. Depois da morte do senhor Aníbal, durante anos geria o comércio que era muito mais do que o sítio onde se comprava a mercearia. Era, no seu átrio, O Cimento que a vida social se tecia de muitas formas e era o sítio onde o mundo chegava, todos os dias, na saca do carteiro. A praça era o centro da Vila e o Cimento era o seu altar profano. Foi assim enquanto a senhora Aninhas teve força. Não esquecerei a atenção com que me brindava, o seu interesse genuíno em saber como estava a família e o tempo que me dispensava quando ia ao Lar visitar minha mãe. Com a morte da senhora Aninhas todos morremos um pouco. Paz à sua alma. Para a família, de um modo especial para o Toninho, o Carlos, o Abel e o Nuno um abraço de sentido pesar.
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