A ‘Alegria’ do Evangelho de Mateus
O Evangelho deve ter uma centralidade especial na vida da Igreja e na vida de qualquer cristão. Isso mesmo nos lembra o Papa Francisco na sua primeira exortação apostólica. Ele recorda-nos que “a Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Evangelii Gaudium 1). É esta alegria que brota do Evangelho que queremos viver e transmitir a tantos outros cristãos; uns que vivem com empenho o serviço nas suas paróquias; outros talvez mais afastados da vivência comunitária da fé cristã, mais adormecidos na tarefa constante de amadurecimento cristão. O que nos move nesta tarefa é dar glória a Deus; é conhecer melhor a Sua Palavra, Jesus Cristo encarnado; é fazer verdadeira evangelização. Com muita simplicidade, dentro das nossas capacidades humanas e técnicas, fiéis ao espírito do Evangelho de Mateus, queremos recriar, uma vez mais, os espaços e as circunstâncias da vida de Jesus. Procurámos não cair no facilitismo de repetir o que já foi feito em anos anteriores. Por isso o texto e o percurso que agora são apresentados são diferentes do ano passado. Tenho a certeza de que este é um novo e muito frutuoso caminho de ‘Nova Evangelização’. Respondemos assim ao desafio do Santo João Paulo II e do Papa Francisco que nos advertem: “«Não pode haver verdadeira evangelização sem anúncio explícito de Jesus como Senhor» e sem existir uma «primazia do anúncio de Jesus Cristo em qualquer trabalho de evangelização». (…) Se a Igreja «deve realizar o seu destino providencial, então uma evangelização entendida como o jubiloso, paciente e progressivo anúncio da Morte salvífica e Ressurreição de Jesus Cristo há-de ser a nossa prioridade absoluta»” (EG 110).
Vilar Maior, Quaresma de 2014
Pe. Hélder José Tomás Lopes
Sexta-Feira Santa, dia 18 de Abril, pelas 21h30, Vilar Maior voltará a recriar o ambiente da cidade de Jerusalém do tempo de Jesus. A Paixão de Jesus volta às ruas desta povoação do concelho do Sabugal, desta vez segundo o olhar de São Mateus.
A Unidade Pastoral do Planalto do Côa (UPPC) vai organizar pelo quarto ano consecutivo a encenação da Paixão de Jesus. O Conselho Pastoral de Leigos das sete paróquias da UPPC avaliou a encenação realizada em 2013 e considerou-a uma actividade pastoral inter-paroquial abrangente, útil e estratégica, seguindo os parâmetros da nova evangelização. Avaliadas as condições físicas, históricas e patrimoniais que Vilar Maior proporciona, decidiu-se repetir esta actividade na mesma localidade.
A coordenação geral da encenação está a cargo do pároco, Padre Hélder Lopes e de João Reis, que volta a desempenhar o principal papel. A encenação envolve quase duas centenas de colaboradores, divididos pelas equipas técnicas, equipa de actores e equipa de guarda-roupa. Salienta-se que todos os intervenientes são amadores, sem formação profissional na área da representação teatral, mas todos têm uma enorme coragem e vontade de ajudar a representar cenas evangélicas da vida de Cristo.
Houve a preocupação de não cair no facilitismo de repetir o que já foi feito em anos anteriores. Por isso o texto e o percurso que agora são apresentados são diferentes do ano passado. Os textos foram seleccionados da versão de Mateus, evangelista que se lê ao longo deste ano litúrgico, e no processo de adaptação dos textos foram escolhidas algumas passagens do Evangelho que antecedem a Paixão de Jesus, e que ajudam a ter uma perspectiva mais abrangente da vida e missão do Messias: a pregação do João Baptista, o baptismo de Jesus, o discurso das Bem-aventuranças, a travessia do mar da Galileia, a confissão messiânica de Pedro e a transfiguração no monte Tabor, entre outras. Os intervenientes na encenação são todos voluntários e naturais de localidades dos concelhos do Sabugal e de Almeida, nomeadamente Vilar Maior, Arrifana, Badamalos, Carvalhal, Bismula, Ruivós, Ruvina, Vale das Éguas, Rapoula do Côa, Baraçal, Sabugal, Aldeia de Santo António, Quarta Feira, Rebolosa, Soito, Nave, Alfaiates, Valongo, Seixo do Côa, Peroficós, Miuzela, Malhada Sorda e Vilar Formoso.
A organização está a cabo da Unidade Pastoral do Planalto do Côa e da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior. A peça conta com o apoio da Câmara Municipal do Sabugal e da União de Freguesias de Vilar Maior, Aldeia da Ribeira e Badamalos. Até ao momento foram estabelecidas parcerias com o jornal ‘A Guarda’, o jornal ‘Amigo da Verdade’; o jornal ‘Cinco Quinas’; o blog ‘Capeia Arraiana’; o Colégio de Cristo Rei da Ruvina; as Confecções ‘Torre’; o grupo de bombos ‘Couros de Cabra’; o grupo de teatro ‘Guardiões da Lua’; o estúdio ‘Foto Arte’; a tipografia das ‘Oficinas de S. Miguel’; a empresa de designer ‘Wok Design’, a GNR do Soito e os Bombeiros Voluntários do Soito.
A organização está a preparar tudo com entusiasmo e, apesar de não possuir os todos recursos técnicos que gostaria, promete não deixar indiferente aqueles que visitarem Vilar Maior no dia 18 de Abril às 21h30.
Não sei qual a versão que será cantada na Ruvina. Em Vilar Maior a versão era a que se segue, talvez incompleta.
Encomendação das almas
Ó vós outros caminhantes
parai e ouvi , olhai cá
Em ver vossa piedade
Em ver-vos bastará
Aqui es estou no purgatório
De fogo e leite estendido
Sofrendo os maiores tormentos
E a ausência do Deus querido
Ó almas que estais na cama
A dormir e a descansar
Nem somente vos lembrais
Das almas que estão a penar
Das almas que estão a penar
E é bem que nos lembremos
Que todos emos de morrer
Quem sabe para onde iremos
Passageiros que passais
Vós passais e eu cá fico
Rezai-me um padre nosso
Que é o mais que eu necessito
Cristão reza o teu rosário
Não o tragas pelo chão
Quem reza à virgem Maria
Certa tem a salvação
Não caias na atentação
Como a calma na geada
Que andam para nos tentar
Os três inimigos da alma
O primeiro é o mundo
Cá havemos de o deixar
O segundo é nossas carnes
Que em vícios há-de acabar
Este canto lúgubre e lamurioso, que recordo ainda da minha infância, era entoado na quaresma. Depois de uma badalada no sino da torre começa o grupo a cantar no Arco, no Sr dos Aflitos ou na Ladeira. Entre as estrofes soa nova badalada no sino seguindo-se o tempo de silêncio para que os que se encontram na cama a possam rezar. Participam na encomendação das almas casados e solteiros, homens e mulheres que, geralmente, combinam em segredo. Acontece, por isso, que , por vezes se encontra mais do que um grupo para o mesmo. As mulheres com o xaile que habitualmente trazem, colocam-no sobre a cabeça em arco para soar melhor (per-sonare, personagem -Conduzindo-nos assim aos mesmos gestos e significados do teatro grego).Tratava-se de uma singularíssima representação plena de significação.
In, Memórias de Vilar Maior- Minha Terra, minha gente - Pgs 159, 160. Júlio Marques
Espero que estas iniciativas contribuam para fortalecer a união de freguesias. Seria por isso interessante a participação, para além de Badamalos, dos povos de Batocas, Aldeia da Ribeira, Escabralhado, Arrifana, Carvalhal e Vilar Maior
Muitas são as coisas maravilhosas,
Mas nada é mais maravilhoso do que a mão direita do meu pai.
Embaínha a espada por amor à paz
Poda a árvore para que cresça e frutifique
Desembaraça as plantas boas das daninhas
Dá uma mão de ensino para indicar o recto caminho
Pega na rabiça do arado e revolve a terra
Onde, mão cheia, lança, em gesto largo, a semente
Que seara loira o tempo fará
Mão que guia a vaca, o burro e afaga o cão
Dura, calejada, segura e forte,
Poisa-me na cabeça e é uma benção
Tão forte que pegavas no braço
Dos meus poucos quilos de gente
P'ra cima do dócil jumento
Mão que à mesa, com toalha de linho posta,
Fazia chegar o vinho e o pão
Alimentos do corpo, força da tua mão
Só da agressão da morte te não pôde defender
Mas, nas linhas da tua mão direita, pai,
Ficou escrita a civilização.
Não havia telefone, não havia rádio, não havia televisão, não havia cinema, nem água em casa, nem luz elétrica, nem estrada de macadame. Luzes da civilização viam-se depois do aparecimento da primeira estrela, quarenta quilómetros a oeste na cidade da Guarda. A cultura e o divertimento tinham de ser criadas in loco com os atores e os recursos existentes. E a tradição dizia como tinha que ser, e tinha que ser atualizada todos os anos, geração após geração.
Chegado o entrudo, para além de tirar a barriga de misérias, com a mesa farta com o bucho fumado e uma travessa de carne e enchido cozidos, havia que fazer reinação.
O Zé Cruz há quinze dias que subia aos carvalhos e enchia os bolsos de bogalhas e fazia tulha delas. Disse-o à rapaziada que logo combinaram quem haveriam de ser so contemplados. Chegado o anoitecer, munidos com latas cheias de bogalhas vieram do cimo da vila para baixo. A coisa era simples: Pé ante pé, sem barulho, abriam o trinco da porta e lançavam a bogalhada. Fugiam até à esquina mais próxima para ouvir e ver a reação dos atingidos que era de simples aceitação ou de um «raios parta na canalha»ou «ai, os almas de cevado». Porém desta vez, sabe-se lá de que humor estaria o dono da casa, vai buscar a espingarda, tempo suficiente para a canalhada se pôr ao fresco, praguejava e ameaçava. Um despropósito. A rapaziada, no dia seguinte, na mesma lata, meteu bosta de vaca fesca, colocou as bogalhas e envolveu tudo muito bem. À mesma hora, esperaram que a família começasse a ceia e num instante enfiaram a bogalhada embolada casa dentro. Pés para que vos quero! Espreitaram de sítio seguro. Tudo em silêncio.
O nosso agradecimento ao senhor Professor Doutor José António Rebocho Esperança Pina pela permissão de publicar este estudo que teve publicação na Revista Praça Velha, nº 28, numa altura em que os vilarmaiorenses tanto se empenham na defesa do património da Vila.
A PONTE ROMANA SOBRE A RIBEIRA DE CESARÃO EM
VILAR MAIOR
por
José António Rebocho Esperança Pina [*]
São os monumentos em pedra aqueles que oferecem as fontes mais puras e vivas para se escrever a história de um povo.
A história de um monumento em pedra, define o passado da terra onde assenta, desde a fundação até haver perdido a sua utilidade.
A presente publicação baseia-se na consulta bibliográfica, mas foi sobretudo resultado da observação pessoal "in loco", onde foram colhidas muitas informações.
Começamos por investigar, o que resta das vias de comunicação, especialmente aquelas com passagens em pontes e calçadas próximo destas, e terminámos por tentar definir, na sua generalidade a rede de vias romanas do Concelho do Sabugal.
É de crer que, já no Paleolítico, de que se encontram ainda vestígios, o homem, dispondo de certos utensílios, embora muito rudimentares, utilizou blocos de pedra toscamente aparelhados.
Milhares de anos depois, com o Neolítico, a natureza e a perfeição das ferramentas permitiram já ao homem trabalhar a pedra em grandes blocos e aperfeiçoá-los, embora de um modo grosseiro.
É desta época que datam as primeiras fortalezas com características definidas e que na Lusitânia chegaram até nós, com a designação de castros lusitanos.
Eram já utilizados os grandes blocos de pedra, em forma de paralelepípedos regulares, tendo ficado conhecidos por muralhas ciclópicas.
No Império Romano e no início da conquista, em toda a Lusitânia não havia povoação que não estivesse protegida por uma fortificação, desde o simples centro neolítico ou de povoamento, até à grande citânia, podendo dizer-se que toda a população vivia confinada dentro das fortalezas.
Os Lusitanos foram também aperfeiçoando os meios de comunicação entre as suas povoações. Inicialmente faziam-se por simples pistas ou carreiros, muito dissimulados. Depois essas pistas transformaram-se em caminhos e seguidamente em verdadeiras estradas.
As estradas lusitanas tinham a largura máxima de 3 metros, caracterizadas pelo emprego de calçadas ciclópicas, e por pequenas pontes de pedra, sem arcos, com o tabuleiro formado por compridas lajes, como se observam em grande número por toda a Beira Interior.
A forma mais frequente de atravessar os cursos de água era através de pontes e jangadas de madeira ou de odres e barcos de couro.
As estradas lusitanas foram utilizadas pelos romanos nas campanhas da conquista da Lusitânia.
Com a chegada dos Romanos estabeleceu-se uma maior perfeição na utilização das cantarias, das cales e dos materiais da cerâmica de construção.
Os Romanos, à medida que iam conquistando a Lusitânia, transformavam as fortalezas existentes, modificando-as e ampliando-as, e edificavam novas. Guardavam e vigiavam, as estradas romanas, denominadas pelos romanos de vias militares.
Também à medida que as legiões romanas conquistavam e ocupavam o território, procediam à construção de estradas que asseguravam as suas comunicações com a retaguarda, de modo que, quando estivesse terminada a ocupação, o território fosse dotado de uma completa rede viária, ligando todas as bases militares e os centros políticos, entre si e com Roma.
As vias romanas cruzavam o Império em todas as direcções com o objectivo de se alcançar a máxima velocidade de comunicação. Para isso, transpunham em linha recta todos os obstáculos, sem se deterem, perante a necessidade de perfurar túneis ou de levantar pontes.
A rede viária do Portugal Romano está ainda mal definida.
O Itinerário de Antonino menciona apenas algumas vias de comunicação: muitas mais havia, e nem todas as que o Itinerário não cita se poderão classificar como secundárias.
Todos os traçados referidos por outros autores terão de ser reexaminados e não poderão aceitar-se como conclusões definitivas, de modo a não transformar um traçado indiscutível aquilo que muitas vezes é uma mera hipótese.
Alguns miliários deslocados, algumas pontes ou calçadas que tomámos como romanas e que poderão ser afinal medievais, ou até contemporâneas, mas também os próprios traçados tidos como seguros, necessitam de um estudo mais aprofundado.
Os Romanos dotaram a Hispânia de uma extensa rede viária, que para além de atender a imperativos políticos e militares, favoreciam o desenvolvimento económico do território.
Uma das mais notáveis Vias Romanas era a Via Júlia Augusta, de César em direcção aos Alpes Marítimos, à Hispânia e à Gália. A Via Júlia Augusta originava, na Hispânia, a Via Tarraconense que se bifurcava em Saragoça, dirigindo-se um ramo para o Norte da Europa e outro para o Atlântico, galgando o Rio Tejo na fronteira de Segura, numa ponte construída por Trajano, no século II.
Daqui seguia para Castelo Branco, serpenteava pela Beira Interior, até chegar à Vela, nas portas da Guarda: dominava o Rio Mondego, chegava a Manteigas, Seia e finalmente alcançava Viseu.
Em Viseu, bifurcava-se de novo dando um ramal que alcançava Albergaria-a-Velha- onde se fundia com a via Lisboa - Braga e o outro ramal continuava para o norte.
A fonte clássica que mais elementos tem dado sobre as redes viárias romanas é o Itenerário de Antonino Pio, fazendo parte de uma série de roteiros indicativos de vias terrestres e marítimas.
A dinastia dos Antoninos, reinou entre 96 e 192, sendo constituída pelos Imperadores Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cómodo. O nome de Antonino foi aplicado aos seis imperadores da dinastia, para símbolo das suas qualidades fundamentais.
Das trinta e quatro vias referidas no Itinerário de Antonino para a Hispânia, construidas nos século I e II, onze correspondem ao actual território português: quatro de Bracara Augusta (Braga) e Asturia Augusta (Astorga); uma de Olisipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga); três de Olissipo (Lisboa) a Emerita Augusta (Mérida); uma de Salácia (Alacer) a Ossonoba (Faro); e duas de Balsuris (Castro Marim) e Pax Julia (Beja).
O Itinerário de Antonino é referido em várias fontes, como por exemplo a Geografia de Estrabão, a Corografia de Pompónio, a História Natural de Plínio, a História de Roma de Apiano, a Geografia de Claudio Ptolomeu e a Crónica de Idácio.
As estradas romanas eram denominadas pelos Romanos, por vias militares. Eram marginadas por feitorias romanas, vilas, templos, instalações militares que se podiam transformar em povoações.
As vias militares romanas eram classificadas consoante a largura, forma e cuidado de construção e qualidade dos materiais utilizados, em cinco categorias: estradas imperiais ou viae stratae; estradas provinciais; estradas secundárias; estradas vicinais ou actos e caminhos ou iter.
As estradas imperiais ou “viae stratae”, com 14 pés de largura, destinadas a uma intensa circulação, ligavam a capital da província aos centros principais e a Roma através de outras províncias. Tinham a calçada bombeada a meio e as bermas laterais.
As estradas provinciais com 10 pés irradiavam da capital da província, assegurando as comunicações com as bases militares de ocupação e os centros políticos e administrativos.
As estradas secundárias com 6 a 8 pés ligavam os centros principais com os secundários e com fortalezas, acampamentos de tropas, centros comerciais e industriais.
As estradas vicinais ou actos com 4 pés, eram destinadas a servir os pequenos centros agrários e urbanos.
Os caminhos ou “iter” com 2 pés, para circulação de peões e de cavaleiros, através de zonas montanhosas, eram destinados a servir pontos com menor importância, onde era difícil a construção de estradas.
As estradas imperiais ou stratae eram normalmente formadas por três camadas sobrepostas: o stratumen; o ruderatis e a summa crusta.
O stratumen, a camada mais profunda, era constituída por pedras grossas e informes de diversos tamanhos, postas a granel umas sobre as outras, muitas vezes assentes em argila ou argamassa.
O ruderatis era formado por pedra miúda, britada e misturada com areia e terra argilosa e bem batida.
A summa crusta constituía o leito de rodagem e era formada por grossas lajes rectangulares bem trabalhadas nas faces de rodagem e de junção, tendo nas bermas, lajes mais pequenas ou de cascalho duro e saibro.
Conforme a natureza do terreno em que as vias assentavam, uma ou duas camadas, eram suprimidas, assim como a própria camada superficial, sempre que o piso assentava em rocha.
As estradas das outras categorias tinham os mesmos princípios de construção, embora mais aligeirados e raras vezes, muitas vezes continham as três camadas, ficando reduzidas ao stratumen e à summa crusta.
A rede viária romana no Concelho do Sabugal encontra-se muito longe de estar reconstituída, podendo ser descrita uma estrada imperial e duas estradas secundárias.
As redes viárias romanas estão descritas nos trabalhos de João de Almeida (1945), C. J. Moreira de Figueiredo (1953) e Pedro Soutinho (2007).
Com base na leitura destes autores e depois dos quilómetros percorridos a pé, na zona do concelho do Sabugal e limítrofes, fundamentei “a minha teoria” baseada nos caminhos que percorri, seguindo a orientação dada pela cartografia militar e na iconografia que juntei durante estes percursos em toda a área possível, onde encontrei vestígios de calçada romana.
A Via Romana Imperial de Conímbriga, Guardae Salamanca passava pela Guarda e daqui saía pelas calçadas do Senhor-do-Bonfim e da Senhora-dos-Remédios. Seguia depois pelo Casal de Cinza (?), Pousada (?), Rochoso e Cerdeira (ponte romana) onde atravessava a ribeira de Noemi, continuando pela Miuzela, Porto de Ovelha, Malhada Sorda, e Verdugal (Oppidania), que tinha grande importância militar e política durante o domínio romano. Transpunha a fronteira em Aldeia da Ponte (Fonte da Tigela com inscrição rupestre romana e ponte romana), até alcançar Cidade Rodrigo e Salamanca (vias romanas em Espanha 1).
A Via Romana Secundária da Guarda a Aldeia do Bispo (?), com origem na Guarda, passava por Panoias (castro luso-romano), Adão (?), Vila do Touro (castro luso-romano com vestígios e ponte de São Gens), Sabugal (ponte), Cardeal (?), Pouca Farinha (?), Vila Boa (?), Nave (?), Alfaiates (vestígios romanos, marco miliário e pedra com indicações de ter sido presídio romano e ponte romana destruída pela J.A.E.), Sabugal Velho (a 2 km a sudoeste de Aldeia Velha) (castro luso-romano), Aldeia do Bispo, transpunha a fronteira, passava por Coria e alcançava Mérida Antiga, Emerita Augusta (vias romanas em Espanha 2).
Esta via apresentava à entrada de Alfaiares, para o lado dos Pradinhos, uma ponte romana. Citando Francisco Vaz (1989): “Sobre a ponte da vila, assassinada à vista da J.A.E.pelo arremassante da nova ponte, apenas uma lágrima bem chorada: Quem for a Alfaiates verificar “in loco” o acto repugnante, vai encontrar desta ponte somente os caboucos remanescentes dos dois maravilhosos arcos erguidos aqui nos tempos de Cristo. Aqui estão para acusar os novos vândalos do século XX. Era de facto uma bela ponte !”
A Via Romana Secundária da Cerdeira a Vilar Maior e daqui para Aldeia da Ponte e Aldeia do Bispo ligava a Via Imperial da Guarda a Salamanca, através de uma derivação com origem na Cerdeira, e alcançava a Ponte de Sequeiros. Passava por Badamalos (castro lusitano-romano), e Vilar Maior (castro romano-lusitano, troços de calçada romana, ponte romana).
Vilar Maior estava ligada a Aldeia da Ribeira (?), atingia Aldeia da Ponte e prosseguia com a Via Romana Imperial da Guarda a Salamanca.
Vilar Maior estava ligada ao Escrabalhado (troços de calçada romana), Rebolosa (troços de calçada romana), Alfaiates, e prosseguia com a Via Romana Secundária da Guarda a Aldeia do Bispo.
Vilar Maior estava ligada ao Verdugal (Oppidami), e depois daqui à Via Romana Imperial da Guarda a Salamanca.
As Vias Romanas em Espanha (1) passavam a sul de Albergaria de Argaňán (?), Fuentaguinaldo (restos romanos), La Encina (ponte Gatos, pontes velha junto a uma ponte nova e base de coluna romana), Ciudad Rodrigo (ponte romana atravessando o rio Águeda e colunas de monumento romano) chegava a Salamanca (ponte romana atravessando o rio Tormes).
As Vias Romanas em Espanha (2) passavam por Navasfrias (?), El Payo (ponte de Villar e ponte El Gás), Hoyos (ponte velha e troços de estrada romana), Perales del Puerto, Guijo de Coria (ponte romana destruída sobre o rio Alragon), Coria, Garrovillas del Alconétar (ponte de Alconétar e depósito de miliários), Monroy (vila romana e fonte romana), Cáceres (muralha romana, ponte Zafra e ponte romana de la plata) e alcançava Mérida, antiga Emérita Augusta (templo de Diana, teatro romano e ponte romana).
Os povos que se seguiram aos romanos após a queda do seu Império, continuaram a utilizar as suas estradas no domínio da Lusitânia até sofrerem numerosas modificações. Ao longo dos séculos de uso, as características iniciais foram alteradas, especialmente com a construção de estradas de macdame. Ainda hoje muitos troços de calçada são utilizados, sendo difícil na grande maioria dos casos distinguir as que foram construídas durante a dominação romana ou em épocas posteriores.
Os cursos de água eram normalmente atravessados por pontes flutuantes, constituídas por barcos amarrados entre si e ancorados em ambas as margens do rio. As pontes fixas em madeira eram suportadas por estacas onde assentava o tabuleiro igualmente de madeira. As pontes em pedra eram um luxo só digno de estradas principais e a sua construção era feita em locais estreitos e rochosos.
Apesar de vulgarmente se atribuir origem romana a qualquer ponte arcaica, escassas são hoje em Portugal aquelas em que tal antiguidade se pode comprovar, e muito raras as que se conservam completas quase intactas.
Parece não haver dúvidas da existência de três pontes romanas originais, em Portugal.
A ponte Trajano em Chaves ("Aquae Flaviae") que atravessa o Rio Tâmega, onde passava a via XVII do Itinerário de Antonino, é a mais importante ponte romana em Portugal. É uma construção em cantaria de granito, perfurada de olhais com volta plena, sendo visíveis dezasseis dos seus dezoito arcos, de grande e excelente cantaria.
A ponte de Vila Formosa, a 11 Km de Alter do Chão, atravessa a Ribeira de Sedas na estrada de Ponte de Sôr, onde passava a via XIV do Itinerário de Antonino, que ligava Olissipo a Emerita Augusta. É constituída por seis arcos de volta redonda e cinco olhais em forma de pórtico.
A ponte de Segura, na fronteira entre Portugal e Espanha, a cerca de 2,5 Km de Segura, sobre o Rio Erges, onde passa a Estrada Nacional 355, é uma ponte de grandes dimensões, tendo sido danificada pelas cheias e posteriormente reconstruída.
Contudo, não há hoje dúvidas de que no actual Concelho do Sabugal, algumas das suas povoações foram atravessadas por estradas Romanas, imperiais ou secundárias e numerosos caminhos. Entre algumas dessas povoações, com pontes atravessando cursos de água, referiremos Sabugal, Alfaiates (destruída com a construção da actual estrada que liga Sabugal a Vilar Formoso), Vilar Maior, Badamalos, Miuzela, Cerdeira e Rochoso, entre outras.
Diversos autores têm defendido ser a ponte em Vilar Maior sobre a Ribeira de Cesarão uma ponte romana.
O General João de Almeida, nos seus “Roteiros dos Monumentos Militares” Portugueses, em 1945, refere:
"Conquistada Vilar Maior pelos romanos, no ano 60 a.C., teriam estes reconstruído a fortaleza lusitana, e por ali estanciaram durante o seu domínio, como se depreende dos vestígios das construções, troços de calçadas, ponte sobre o Cesarão, e de muitos achados, pois deles se encontram com frequência pedaços de talhões, tijolos, mosaicos, moedas, etc.”.
Virgílio Afonso, no seu livro "Sabugal. Terras e Gentes", em 1985 refere:
"Em Vilar Maior há muitos testemunhos ou vestígios da romanização, como sejam a ponte sobre a Ribeira de Cesarão, o aparecimento de moedas, sepulturas cavadas na rocha e outros".
Carlos Gil e João Rodrigues, no seu livro "Pelos caminhos de Santiago". Itinerários portugueses para Compostela", em 1990, refere:
“No roteiro de monumentos a visitar em Vilar Maior a Ponte Velha, Romana".
Paulo Mendes Pinto, na publicação “Pontes Romanas de Portugal”, da Associação Juventude e Património, em 1998 refere:
“Na aldeia de Vilar Maior, encontra-se esta ponte, que talvez se integrasse na mesma via servida pela ponte romana de Aldeia da Ponte, ou na que dela partia seguindo para Norte, pela região de Riba-Côa. Deste percurso pouco se sabe. A ponte está assinalada na aldeia como Ponte Românica e situa-se no fim do aglomerado, na Rua da Ponte, sobre o rio Cesarão. É uma ponte classificada (IIP, Desp. Dezembro 1975).
Apresenta aparelhos diversos, reveladores das várias reconstruções – talvez totais – de que foi alvo, nomeadamente nos séculos XIII – XIV, por iniciativa de D. Leonor ou de D. Diniz, e já neste século após as cheias de 1909.
É uma ponte com tabuleiro de dorso arqueado, ao contrário do que é normal, não tem o seu vértice no topo de um arco. O piso é em calçada portuguesa, sendo o seu plano claramente definido por uma linha de silhares, logo após o topo dos arcos. Podendo ter sido adaptada na construção original, esta característica parece, contudo, constituir mais um indício de reconstruções que alteram, assim, a cota máxima da ponte.
Os arcos, em alçado, exemplificam bem um método construtivo que possibilitava abdicar da parte da estrutura provisória de sustento do arco: consistia este em travar, a meia altura da construção do arco, as aduelas já colocadas no respectivo local, mediante a aposição de um silhar exterior ao arco que as impossibilitava de cair. Assim, a metade inferior da estrutura do arco auto-suportava-se não carecendo de qualquer grande construção em madeira até esta fase da obra.
É de notar que os talhamares não são perpendiculares à ponte dada a sua implantação, apresentando uma ligeira torção. O mesmo acontece com a ponte romana de Aldeia da Ponte. No caso de Vilar Maior, tal deve-se ao facto estar junto a uma curva acentuada do leito do rio, o que provoca correntes, contrariadas com maior eficácia havendo essa torção.
Na margem sul da ponte, encontra-se uma estrutura fontenária de bastante interesse que, segundo as populações, será “dos tempos da ponte”, sendo actualmente para rega e para dar de beber ao gado. Esta fonte não tem nada que a permita datar com alguma precisão, mas não deixa de ter interesse a sua vivência enquanto estrutura acoplada à ponte, recebendo alguma da valoração que a população local atribui a esta.”
Ángel L. Blanco Hernández, no seu livro "Por la Raya de Portugal”, de Lumbrales a Sortelha", em 2007, refere:
“Antes de entrar en las calles que ascienden al castillo nos encontramos la “Ponte Romana”. Es un puente sencillo, de cantería, com três arcos desiguales, tajamares y pretil. Sobre él, en la colina, se disponían paredes de piedra, casas com sus trjados bien peinados, se diria que se han preparado todas para la foto como en la orla del colégio.”
A ponte de Vilar Maior (Fig.1) apresenta um tabuleiro de piso em calçada portuguesa, com uma inclinação simétrica mais alto na porção média, com 45 metros de comprimento e 4,5 metros de largura (Fig.2).
Tem três arcos abobados estando o mais pequeno do lado norte da ponte. São arcos de volta perfeitos, semicirculares e assentes em pilares.
Os arcos são constituídos por dois pilares formados por pedras com a forma de paralelepípedos rectangulares, que continuam com a zona curva formada por aduelas, em forma de blocos em cunha colocados em sentido radial, com a face côncava olhando medialmente e a face convexa olhando lateralmente. A chave, ou seja a aduela superior e mediana, bem evidente, trava a estrutura do arco.
O extradorso constituindo a face lateral ou convexa do arco relaciona-se com os silhares, que revestem as paredes da ponte, em pedra lavrada com formato quadrangular, encaixando-se entre si, e assim a pressão exercida sobre o arco, serve para suster com firmeza a abóbada do arco.
A luz representando a largura do arco, é mais comprida em largura do que em profundidade. (Fig.3)
Para evitar o desgaste dos pilares, elementos estruturais verticais separando os arcos, encontram-se dois talhamares, situados a montante da ponte. Os talhamares evitam a acção directa da água sobre os pilares, tendo uma forma de prisma triangular, não se dispondo perpendicularmente aos pilares, mas com uma ligeira obliquidade, devido ao facto da ponte se encontrar próximo de uma curva do leito da ribeira, o que provoca forte redemoinho da água (Figs.4 e 5).
Na margem sul da ponte encontra-se uma fonte, talvez da época romana, não se encontrando nada que a possa datar (Fig.6).
A ponte sobre a Ribeira de Cesarão, em Vilar Maior está situada sobre um afluente do Rio Côa, com o nome de Cesarão (ou Cesarião), nascido a 47 e filho de Júlio Cesar, uma das figuras impares da História Universal, e de Cleópatra, sua amante, o último monarca da dinastia dos Ptolomeus, do Egipto Antigo.
A ponte sobre a Ribeira de Cesarão, em Vilar Maior é provavelmente romana e isso por duas razões:
Em primeiro lugar, porque tem as características arquitectónicas de uma ponte romana, muito bem conservadas, com três arcos abobados, dois pilares, a zona curva dos arcos com as aduelas e a chave, bem como os silhares e os dois talhamares situados a montante da ponte (Fig.7).
Em segundo lugar, porque faz parte de uma estrada romana secundária, que passava por Vilar Maior. Encontram-se troços de calçada romana, numa pequena rua situada imediatamente do lado norte da ponte (Figs.8, 9 e 10). No mesmo lado da ponte, e antes de se alcançar a denominada Casa Branca, observa-se um grande troço de calçada romana (Figs.11, 12, 13 e 14), integrante da estrada romana secundária, em direcção a Alfaiates, com passagem provável por Aldeia da Ponte, onde se encontra outra ponte romana. Também se encontra o mesmo tipo de troços de calçadas nas ruas de Vilar Maior, a sul da ponte. Estes desapareceram (Fig.15), quando inexplicavelmente foram destruídos, em 2008, com a construção da recente calçada, em vez de ter sido feito o calcetamento sobre a calçada, ou parte dela, como ocorreu na estrada que liga Vilar Maior a Badamalos.
As pontes romanas estão relacionadas com a rede viária, devendo esta rede ser devidamente estudada no Concelho do Sabugal, com técnicas de análise, como a foto-interpretação e a prospecção aérea, para depois se voltar ao terreno e à sondagem estratigráficas.
A foto-interpretação estuda as fotografias verticais, obtidas por captação aérea sobre grandes regiões do terreno, o que permite depois a elaboração de cartogramas, e na actualidade as fotografias captadas via satélite.
A prospecção aérea complementa a foto-interpretação, através de voos em baixa altitude, com a obtenção de “fotografias oblíquas”.
Na região a estudar, após a análise das fotografias verticais, “fotografias oblíquas” e cartogramas, deve voltar-se ao trabalho de campo, que permita identificar, fixar e reconstruir as estradas romanas.
Finalmente o exame de todos os vestígios de calçada, permite eleger os sítios para realizar as sondagens estratigráficas, permitindo estudar a estrutura das estradas romanas e fazer a sua datação.
A classificação de uma ponte ou de um troço de calçada, como sendo romana apresenta muitas dificuldades. As redes viárias romanas continham numerosas pontes. Muitas foram destruídas, sendo apenas conhecidas através de documentos. Outras, ao continuarem a ser utilizadas, sofreram múltiplas transformações na Idade Medieval e até na Idade Contemporânea, desfigurando a sua estrutura romana.
Apesar das dúvidas existentes, somos da opinião, tal como é convicção dos autores referidos, que a ponte de Vilar Maior sobre a Ribeira de Cesarão é uma Ponte Romana, com transformações realizadas na Idade Média e depois de grandes cheias, em 1909 (Fig.16).
Assim sendo, deveria ser substituída em toda a literatura existente e nas placas indicativas no Concelho do Sabugal, em Vilar Maior e noutros locais, a indicação de Ponte Românica por Ponte Romana.
Fig.1
Ponte de Vilar Maior (fotografia feita em 1990).
Fig.2
Ponte de Vilar Maior mostrando o tabuleiro de piso em calçada portuguesa, com uma inclinação simétrica mais alto na porção média (fotografia feita em 1990).
Fig.3
Ponte de Vilar Maior vista do lado jusante com os três arcos abobados, de arco de volta semicirculares, assentes em pilares, com o mais pequeno situado do lado norte da ponte (fotografia feita em 2010).
Fig.4
Ponte de Vilar Maior vista do lado nascente com os dois talhamares, que não se dispõem perpendicularmente aos pilares, mas com uma ligeira obliquidade (fotografia feita em 1990).
Fig.5
Ponte de Vilar Maior mostrando os dois talhamares, em forma de prisma triangular, em perfeito estado de conservação (fotografia feita em 1990).
Fig.6
Fonte situada na margem sul da Ponte de Vilar Maior não se encontrando nada que a possa datar (fotografia feita em 1990).
Fig.7
Ponte de Vilar Maior mostrando os três arcos abobados, os dois pilares, as aduelas e a chave e os numerosos silhares, bem assentes no extradorso, com a luz de comprimento superior à profundidade (fotografia feita em 2010).
Fig.8
Troço de calçada romana, ocupando uma pequena rua situada imediatamente do lado norte da ponte (fotografia feita em 1990).
Fig. 9
Troço de calçada romana, na porção média da pequena rua mostrada na figura 8 (fotografia feita em 2010).
Fig.10
Troço de calçada romana, na porção superior da pequena rua mostrada nas figuras 8 e 9 (fotografia feita em 1990).
Fig.11
Grande troço de calçada romana do lado norte da Ponte de Vilar Maior, antes de alcançar a denominada Casa Branca, provavelmente fazendo parte da estrada romana secundária, em direcção a Alfaiates, calçada provavelmente escondida pelo entulho nela depositado (fotografia feita em 1990).
Fig.12
Continuação do troço de calçada romana, depois da Casa Branca, mostrada na figura 11, calçada provavelmente escondida pelo entulho nele depositado (fotografia feita em 1990).
Fig.13
Mesmo troço de calçada romana mostrado na figura 12, fotografada olhando para a Casa Branca (fotografia feita em 1990).
Fig.14
Continuação do troço de calçada romana, no seguimento do mostrado na figura 12, calçada provavelmente escondida pelo entulho nela depositado (fotografia feita em 1990).
Fig.15
Troço de calçada romana, situada do lado sul da ponte, na Travessa do Arco (próximo do actual museu), continuando-se pela Rua das Moreirinhas, que terminava na ponte, uma das calçadas de Vilar Maior, destruída pela nova pavimentação feita em 2008 (fotografia feita em 1990).
Fig.16
Ponte de Vilar Maior com características arquitectónicas de ponte romana, com prováveis transformações realizadas na Idade Medieval e também na Idade Contemporânea, após as cheias de 1909.
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Agradecimentos
Ao Prof. Doutor Humberto Baquero Moreno, professor catedrático aposentado de História da Faculdade de Letras e Investigador do Centro de História da Universidade do Porto, agradeço a leitura do texto e respectivos comentários: “Li com o maior gosto o excelente estudo que me enviou sobre a ponte romana de Vilar Maior. O texto está muito bem escrito e é claramente demonstrativo de que a ponte é romana e não românica. (…)
[*] Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Professor Catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa. Membro Efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
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