Banda de Loriga,que foi a Vilar Maior pela 1ª vez no ano de 1954 - 60 anos.Desta foto são vivos apenas.
De vez em quando, retiro do facebook algumas preciosidades, contando com o benevolente assentimento dos autores. Neste caso, é uma fotografia publicada pelo António Luís de Brito, um amigo de Vilar Maior que vai alimentando os laços que perduram há tantos anos.
Sem pretensões, este blog contém um património que há-de constitur proveitosa memória futura, feita quase dia-à-dia de pequenas coisas.
Assim se faz a festa com parabéns aos que terminam e votos de sucesso aos que começam
foto de Fátima Vaz Valente
São dias muito especiais os dias da Festa. É especial a Procissão de Velas no sábado, qual dança religiosa no andar cadenciado ao som da marcha da banda, iluminado pela luz mortiça das velas e pelo estrelejar dos foguetes de luzes; é a reza do terço com explicação dos mistérios (se é que os mistérios têm explicação); teria sido a missa campal, como se isto de ser campal acrescentasse uma dimensão cósmica de abertura ao transcendente, uma igreja que tem como limite o horizonte celeste; quis Deus que este ano assim não fosse obrigando a abrigar o cerimonial na Igreja da Misericórdia por mor da chuva caída durante a noite; é a procissão onde se cumprem promessas, feitas em horas de aflição, carregando um peso que é mais do que físico e serve de consolo espiritual e que Deus, os seus desígnios são insondáveis, quis atrapalhar com chuva torrencial.
I
Nosso Senhor dos Aflitos
De dois anjos ladeado
Atendei corações contritos
Defendei-nos do pecado.
CORO
Ao deixar-te, ó meu Jesus
Ouvi hoje rogos meus
Derramai as vossas bênçãos
Aceitai o meu adeus
II
Nas desditas desta vida
E nas horas de aflição
Teu coração por nós palpita
Sede nossa consolação
III
Rei de Amor, Rei de Beleza
Sois o Deus, sois o Senhor
Canta a Terra Portuguesa
Canta o povo de Vilar Maio
Meu querido mês de Agosto
Por ti levo o ano inteiro a sonhar
Trago sorrisos no rosto
Meu querido mês de Agosto
Por que sei que vou voltar
(Dino Meira)
Já lá vão masi de 50 anos que se iniciou a diáspora dos vilarmaiorenses para a França. Essa primeira onda migratória levou quase só homens dos 15 aos 50 e tal anos. Quase todos. Depois foram as mulheres. Os mais velhos regressaram 10, 15, 20 anos depois. Pensou-se que seria um fenómeno passageiro e há que poupar dinheiro mandá-lo para Portugal e comprar umas territas - hortas, veigas, lameiros, vinhas... quase sempre por preços exorbitantes. «Quando a França acabar» era uma expressão que às vezes soava da boca dos que, sem mão de obra, viam as terras por tratar e as iam vendendo.
Mas a França não acabou, vinham os mais velhos ficavam os mais novos que casavam e tinham filhos que continuavam por lá. Que continuam por lá já mais franceses, (ou apenas franceses) que portugueses.
Os primeiros emigrantes pela primeira vez na vida têm vacanças. Vacanças e dinheiro, muito dinheiro em francos velhos contados aos milhões. E começam a usar coisas e palavras que nunca haviam usado: Ele é o Comment ça va?, o Comme ci comme ça, o rapicé, os Batiments, as usinas, a pá e a pioche, o sen ferrien, o vasY e o allez, a voiture com a boite das vitesses e as bougias, o fogo rouge,a marche arriére, a viande, e claro as biéres. E a pouvela por que com o novo estilo de vida começou a haver lixo. E aquilo que os portugueses fazem melhor do que ninguém - desenrascar - passou a ser désenmerder.
Esta era a primeira geração que pouco letrada se desenrascou na aprendizagem de novos ofícios e da nova língua.
Os netos e bisnetos dessa primeira geração, sobretudo os bisnetos que animam a vila neste mês de Agosto falam francês como os franceses e quem não souber francês chega-se a sentir estrangeiro na sua própria terra.
E pronto a vila regressou ao silêncio cortado pelo ladrar dos cães, pelo chilrear dos pássaros, pelo padeiro que vem vender o pão. Lá mais para diante virá o murmúrio das águas da ribeira, há-de cantar a pôpa e o cuco, Agosto chegará e com ele os franceses. A França não acabará ... e a vila também não!
Reverendo Pároco Helder Lopes
Hoje, 31 de Agosto de 2014, com esta despedida ao Pe. Helder comemora-se o fim do 1º. Ciclo, na Unidade Pastoral do Planalto do Côa que agrega as paróquias; da Rapoula do Côa, Vale das Éguas, Ruvina, Ruivós, Bismula, Badamalos e Vilar Maior onde estão ainda incluídas as localidades do Carvalhal e Arrifana do Côa às quais o Pe. Helder também se deslocava, com alguma frequência. Em Setembro de 2008, quando o Pe. Helder foi nomeado para Paroquiar esta vasta área geográfica (com mais de 85 Quilómetros quadrados e com menos de 800 paroquianos) neste fim do mundo, onde falham, com tanta frequência as novas tecnologias, certamente que ficou apreensivo. Também alguns de nós ficamos apreensivos. Mas esta nossa apreensão rapidamente se desvaneceu, e tudo, graças ao seu enorme talento e dinamismo. Passado este tempo podemos afirmar que o Pe. Helder marcou cada um de nós, pelo exemplo, pela proximidade e sobretudo pela humildade para enfrentar a missão a que estava designado . . Ensinou-nos, que é possível criar dinamismo se tivermos boa vontade e alegria de viver em comunidade, e isso foi bem presente nos eventos que desenvolveu, e que envolvia todas as faixas etárias onde não existiam ricos nem pobres. Motivou a comunidade, jovens e menos jovens, á participação e á partilha. Durante cerca de seis anos tivemos a presença da sua graça no nosso caminho e somos profundamente agradecidos por isso. O senhor liderou-nos e participou connosco em varias realizações das nossas paróquias, que foram grandes conquistas e motivo de alegria e de júbilo para todos nós e que ficarão para sempre registados na nossa memória. Não só pela obra física, que são exemplo a recuperação da Igreja de Badamalos e o restauro dos frescos da capela de São Marcos no Carvalhal, mas também, pela obra espiritual através das atividades inter-Paroquiais junto destas comunidades cristãs, das quais destaco apenas algumas: Festa das comunidades, Santa Unção comunitária, Cantos Quaresmais, Celebração da Paixão de Cristo, Passeios Culturais dia da juventude e peregrinações a Israel, Turquia, Polónia e Croácia. Devemos realçar ainda, e também, os seus dotes de professor nas atividades que semana a semana desenvolveu no Centro de Espiritualidade de Cristo Rei na Ruvina. Curso de Teologia, Escola da Fé, Retiros e as palestras que nos proporcionava através de ilustres convidados desde Feitor Pinto, Áurea Miguel e tantos outros. Motivou a comunidade a dedicar um pouco do seu tempo a favor das atividades das sete Paróquias do Planalto do Côa que como já foi dito agrega as paróquias; da Rapoula do Côa, Vale das Éguas, Ruvina, Ruivós, Bismula, Badamalos e Vilar Maior, incluindo Arrifana e Carvalhal. Incentivou-nos ao convívio e à partilha em comunidade . . Por estas, e por tantas outras razões deixa saudades e sementes que perdurarão no tempo. A despedida hoje é emocionante. Este é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver tudo o que passamos. É hora de valorizar a amizade e os laços de afetividade que foram criados. E por isso pedimos a Deus que lhe dê muita saúde e que o nosso testemunho possa ser o conforto e incentivo para continuar o seu percurso. Já está chegando a hora de ir… Esta frase é bonita para se cantar, mas muito triste para se viver. O Senhor Padre vai e nós ficamos, que bom seria se não houvesse despedida, não houvesse "adeus" e que continuasse como um bom pastor à frente dos destinos desta comunidade cristã. . Seria bem melhor se nas nossas vidas pudéssemos optar e pedir para ficar. Mas não é assim. Não podemos ser egoístas, uma pessoa com as suas qualidades deve ter também a oportunidade de partilhar com outras realidades e outras comunidades e queremos e acreditamos que se vai sentir bem. . Sentiremos a sua falta, mas sabemos que a sua ida é a continuidade da missão que abraçou aquando da sua ordenação. Por isso, temos a certeza que tudo correrá bem, nesse novo caminho, nas novas funções que já amanhã vai iniciar. . Os seus novos colaboradores ou as futuras paróquias podem considerar-se privilegiados por acolher o Sr. Pe. Helder Lopes, pois, o testemunho do seu dinamismo nos movimentos e nas obras já realizadas na Igreja, não será esperado desempenho inferior nas ações futuras. Sr. Pe. Helder!.. Seja sempre essa pessoa amiga e alegre que tem sido. Uma pessoa, que faz um grande trabalho, mas que passa discreto. Por onde andar, lembre-se que deixou aqui pessoas que lhe querem bem e torcem pelo seu sucesso. Distribua a todos esse sorriso constante que sempre alegra o seu rosto de felicidade e que conforta quem o rodeia. Por estas razões e muitas mais é difícil dizer adeus, é triste ver ir embora uma pessoa, por quem temos muita consideração. Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. Sr. Padre Helder!…, “Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro”. E a nossa comunidade recebeu durante estes 6 anos, um valioso tesouro: o senhor e sua amizade. Podemos afirmar, com toda a certeza, se hoje, formamos uma grande comunidade, é porque tivemos a liderança de um grande pároco. Agora permitam-me que cite Charles Chaplin. Segundo Charles Chaplin, “cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha. Porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha, e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso”. Hoje, é o seu último dia como nosso pároco. Apesar da separação física, estaremos ligados espiritualmente. Porque as pessoas que passam pelas nossas vidas, sempre deixam as suas marcas… Aprendemos muito com o senhor e os seus ensinamentos vão com toda a certeza ajudar-nos na nossa caminhada de hoje em diante. Pedimos desculpas pelas dificuldades que por aqui o tenham entristecido e que não tivéssemos tido a capacidade suficiente para que as ultrapassasse da melhor forma. Que Deus o abençoe na sua nova missão Apenas mais um que nos deixa dirão alguns… Nas coisas pequenas, mais que nas grandes, muitas vezes reconhecemos o valor dos homens. Talvez o Pe. Helder represente apenas mais um que parte. Na partida levará saudades. Também nós ficamos com saudades da sua presença. Senhor Padre! Tenha a certeza que ficará sempre nas nossas mentes, pela grandeza da sua humildade, pelo seu coração, pelos seus gestos e pelos seus ensinamentos. O Conselho Pastoral do Planalto do Côa, em nome de todos os seus paroquianos, querem prestar a V. Ex.ª, um afetuoso agradecimento por termos o privilégio de ter partilhado e usufruído da sua entrega e do seu trabalho a Deus e a estas simples comunidades. Um Bem-Haja ao Senhor Padre Helder Lopes P` O Conselho Pastoral do Planalto do Côa, António Cunha – Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vilar Maior
Teve lugar no dia 31 de agosto, domingo, pelas 14.30 no salão paroquial de Ruivós a missa, a última como pároco das freguesias que constituem o Planalto do Côa: Bismula, Rapoula do Côa, Vale das Éguas, Ruivós, Ruvina, Badamalos e Carvalhal, Vilar Maior e Arrifana.
Despedida do padre Helder Resumo da homilia Que me perdoe o padre Heldér o atrevimento de resumir a sua homilia. Exercício difícil de fidelidade ao seu pensar e sentir. «Andei muitos dias a pensar o que vos haveria de dizer nesta ocasião. Tenho o coração transbordante de sentimentos que gostaria ainda de poder partilhar convosco, mas jé é tão pouco o tempo … Se hoje falar muito, tereis de me perdoar …» 1. Diz-nos o Evangelho que ‘Jesus começou a ensinar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito… ‘ e Pedro, acabado de ser nomeado Pedra angular da Igreja, responde-lhe: ‘Deus te livre de tal, Senhor!’ , significando com isso a reação dos que não entendem a paixão e morte de Jesus e, por aí, não entenderem a dor e sofrimento no mundo. Deus não gosta do sofrimento mas Deus tem um plano em que ele se enquadra e Jesus apresenta as condições básicas para quem O deseja seguir: ‘Se alguém quiser seguir-me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me’ ‘Tu me seduziste, Senhor, e eu deixei-me seduzir’ 2. Passaram seis anos. Os balanços estão feitos. Não nos vangloriamos porque sabemos que ‘Vaidade das vaidades tudo é vaidade’. Deus, justo juiz, nos julgará. Um convite a olhar para o trabalho a descobrir novos caminhos para as comunidades cristãs. 1) O trabalho realizado não começou do zero, e deveis continuar o trabalho do ponto em que está. 2) Cada comunidade tem o seu próprio ritmo e dentro dela cada um tem o seu ritmo também. É muito importante que os que estão mais avançados deem as mãos aos que , porventura, tenham ficado mais para trás. 3) Convite a ultrapassar os rótulos colocados em pessoas , à interajuda. 4) Chamada de atenção especial para ajudar: os doentes e idosos- não os deixem sós; as crianças e os jovens – precisam de modelos de virtude e de fé; as famílias mais jovens – a partilha da fé fortalece a união familiar e o aprofundamento da fé dará as razões necessárias para superar dificuldades e dúvidas. 5) Merece realce o trabalho de equipa e a comunhão inter-paroquial que ultrapassa ‘as capelinhas’ para a vivência de igrejas comunhão de igrejas, Igreja comunhão de comunidades. Há mais pequena aragem pode destruir-se o trabalho de tantos anos. 6) Incentivo à formação da fé e da espiritualidade, à participação na Escola da fé, nos Retiros Mensais, as atividades diocesanas. 7) Apostar na formação das pessoas que essa é a primeira ‘obra’ que Deus nos pede. 8) Apelo à preservação de todo o património e, dentro desse esforço, um esforço maior para salvaguardar aquela que é a mais bela herança dos nossos antepassados: o património religioso e cultural. 9) Lembrar que mais importante que o património material é o património espiritual, mais importante que os edifícios são as pessoas. E a cultura destas comunidades está impregnada de religiosidade que deveis preservar. 10) Um último apelo: Acolhei de braços abertos e de coração sincero os padres que a Igreja vos mandar. Acolhei bem o Padre Daniel. Aprendei dele a jovialidade do evangelho, a alegria da fé e o encanto da música. 3. E, finalmente, um convite a dar graças e louvar o Senhor. Dar graças pelo mais importante: VÓS:’ familiares, paroquianos, pessoas com quem partilhei os últimos anos, e que agora se juntam ao rol dos meus amigos … vós foste o tesouro que o Senhor me deu por herança ao longo destes anos ‘ «Peço-vos que rezeis por mim»
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