No passado fim de semana a GNR estacionou no largo da Praça onde decorria um evento de ciclistas que aqui terão feito etapa. Pensaram os habitantes que a presença desta força de segurança tivesse a ver com o caso. Mas não. Tratou-se de apanhar condutores em infração e, embora, os casos não fossem muitos, as coimas aplicadas terão sido elevadas, chegando aos quinhentos euros. Coimas por condução sem cinto de segurança, por excesso de álcool, por questões de seguro. Tudo dentro da povoação. E também tudo dentro da legalidade que ninguém contesta. Porém, a aplicação da lei exige bom senso. E não nos parece que um padeiro que anda vender o pão de rua em rua, pára aqui para atender um cliente cem metros à frente para atender outro, numa velocidade tão baixa, haja necessidade de o multar por falta de cinto. Não haverá necessidade de mandar soprar alguém no balão que acaba de almoçar na casa de familiares. Queremos por cá a GNR para nos proteger, não para nos castigar. Certamente, estes homens têm um comando que os deverá instruir nas boas práticas da aplicação da lei.
Em 1953 a Vila passou a ter um telefone público para o qual foi instalado uma cabine - parlatório onde era possível alguma privacidade. Há bastantes anos deixou de existir telefone público. Recentemente foi colocado o telefone público que pode ver na imagem.
http://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/tou-tou-ta-la-ta-la-382990
Todos os dias de semana pelas oito da manhã, cá está o autocarro da Viúva e Monteiro na recolha de passageiros. Passageiros certos, quatro ou cinco estudantes. Um taxi traz um estudante da Arrifana. À tarde será o regresso. Quem diz que os tempos estão dífíceis nunca trilhou o caminho do Noémi, de noite até amanhecer. Alegra-me que assim seja.
Após paragem para mudança de turno para pegar no andor, com arrematação
Um mar de gente. Gente do tempo dos nossos pais. Fatos pretos, camisas brancas. As ruas enfeitadas com bandeirinhas de papel multicolor e pinhos postados a ladear a procissão. A varanda com alpendre onde brincávamos nos dias invernosos. Todos os homens à frente. Todas as mulheres lá atrás. Nunca aparecem nas fotografias. Se aparecessem, vê-las-íamos de preto todas as viúvas e outras a quem a idade engelhou o rosto, com lenços a cobrir a cabeça; algumas de xaile. As mais novas de vestidos polícromos, véus brancos cobrindo a cabeça. As mais aperaltadas exercitando o equilíbrio em sapatos altos na calçada irregular. Tempo de purgar o mal, de pacificar a alma, de pôr-se de bem com a vida.
O nome Afonso é, certamente, um dos nomes mais antigos da Vila quer como nome próprio, quer como apelido. Com efeito, Portugal começa com a dinstia afonsina e nas Inquirições feitas no Reino em Vilar Maior, pelo ano de 1220, lá constam como residentes os Afonsos. É como nome de família que aqui nos interessa. Conheço e conheci gente desta família, sendo que a mais próxima de nós era a ti Zabel Afonsa. Já sabemos que por cá quando as mulheres têm autonomia – ou porque não casaram ou porque enviuvaram ou por outra razão – passam a ter o apelido no género feminino. Sempre que a mãe precisava de cozer o pão, lá ia eu a casa da ti Zabel Afonsa pedir a tigela do fermento, numa useira retribuição de favores. A Zabel Afonsa casou, menina ainda, com um homem bastante mais velho, o ti Zé da Cruz de quem era filho o ti Mergildo (Hermenegildo), e para confirmação do ditado popular, Homem velho e mulher nova, filhos até à cova, porque, verdade, também, que mulheres há que quanto mais declinam mais gostam de conjugar, tal se veio a traduzir numa imensa prole iniciada com o Zé (o ti Zé da Cruz), se foi alargando com o Joaquim, com o Adriano, com a Maria, com o Júlio e termina com o Manel.
Sobretudo em meios fechados, são frequentes os casamentos com parentes, nomeadamente primos. É assim que o Joaquim casa com a Filomena Proença Afonso, filha de Bernardo Afonso (1876-!948) e Isabel Maria Proença (1787-1942). O pai de Bernardo Afonso é Francisco Afonso (1845-1918), sendo que o avô é Bernardo Afonso, casado com Maria Vicência. E com este andar por aí, estamos no tempo das Invasões Francesas. Por isso, sei desses tempos coisas que a minha avó me contava que, certamente, a avó dela lhe contou.
À mesma família Afonso pertencia Maria Cândida Afonso casada com Joaquim Augusto Serrano, de cujo casamento resultaram três filhas e José Proença Afonso, moleiro de profissão, casado com Virgínia Clotilde Urbano que deixaram quatro filhos.
Outros Afonsos houve mas destes tivemos conhecimento ou registo. Recordo-os moradores, pela Ponte, nas margens do rio Cesarão. Além dos Cruzes com que se cruzaram, misturaram sangues com Proenças, Serranos, Bárbaras, Fernandes, Costas, Valentes, Pratas, Sacaduras, Urbanos, Simões, Poios, Calamotes, Valérios, Cerdeiras.
Foi há vinte, foi há trinta, talvez 40 anos. Estávamos no auge da emigração e os processionário no auge de suas vidas. Ruas apinhadas de tanta gente que se fosse em duas fillas, como agora, já estraim uns a chegar ao Largo do Sr dos Aflitos quando outros ainda não teriam saído do mesmo. Todas as imagens dos santos saíam à rua. As mulheres já não têm a cabeça coberta com véu ou com lenço como, antes, lhe era dado, mas todos os homens, senão de fato, pelo menos de casaco e muitos de gravata. Chapéu na mão, os mais velhos. Tudo com regra. Homens à frente, depois o pálio, depois a banda de música e mulheres atrás. Festa é festa. Rostos bem conhecidos: António Badana, Zé da Glória, Filipe Badana, Francisco Cunha, José Pedro, Álvaro Simões, Carlos Freire, José Simões e todos lá estão. Preocupações, problemas, medos, promessas ... olhar na imagem do senhor dos Aflitos e esperança que tudo acabaria bem.
A partir do registo de óbitos do século XX (desde 1910), fizemos a ocorrência do apelido (último nome) do pai. Num total de 1189 óbitos apurámos 137 apelidos, uma média aproximada de 8,7 para cada apelido. Porém esses apelidos, podem aparecer uma única vez o que ocorre em 41 casos, ou pode aparecer 121 vezes com um apelido, o que acontece com FERNANDES, para mim, surpreendentemente, e que ultrapassa largamente todos os outros.
Filhos sem nome do pai – de pai incógnito- aparecem 49.
Frequên cia |
Apelidos |
||||||
1 |
Alexandre |
Alípio |
Andrade |
Bailão |
Cardador |
Castelo |
|
Clemente |
Esperança |
Fona |
Guimarães |
Gusmão |
Heleno |
||
Joaquim |
Jorge |
José |
Junior |
Lages |
Louro |
||
Lucrécio |
Magalhães |
Mendonça |
Mineiro |
Morais |
Neves |
||
Oliveira |
Patrício |
Pereira |
Pinto |
Pisão |
Quinaz |
||
Rodrigues |
Sacadura |
Teixeira |
Tomás |
Tomé |
Urbano |
||
Videira |
Aniceto |
Augusto |
Borregana |
Caramela |
|||
2 |
Bexiga, |
Bizarro |
Borges |
Chamusca |
Faria |
Felix |
|
Gouveia |
Janela |
Morgado |
Neto |
Pedro |
Pires |
||
Rafael |
Reis |
Ribeiro |
Saraiva |
Simplício |
Tavares |
|
|
3 |
Adão |
Calamote |
Capelo |
Castelo Branco |
Guerra |
Leal |
|
Osório |
Passareira |
Pinheiro |
|
||||
4 |
Branco |
Cardoso |
Francisco |
Ildefonso |
Jorge |
Leitão |
|
Robalo |
Vaz |
António |
|||||
5 |
Bernardo |
Brigas |
Luís |
Marcos |
Miguel |
Nobre |
|
Rego |
|||||||
6 |
Nifo |
|
|||||
7 |
Alberto |
Araújo |
Leonardo |
Poio |
|
||
8 |
Almeida |
Duarte |
Duro |
|
|||
9 |
Jarmela |
Lourenço |
Palos |
Seixas |
|
||
10 |
Gonçalves |
Lopes |
Serrano |
Soares |
|
||
11 |
Esteves |
Marques |
Quelhas |
|
|||
12 |
Barreira |
Franco |
Garcia |
Gata |
Margarido |
|
|
15 |
Lavajo |
Rasteiro |
|
||||
16 |
Nunes |
|
|||||
17 |
Gomes |
Simões |
|
||||
18 |
Monteiro |
Jacinto |
|
||||
19 |
Gil |
Fonseca |
|
||||
20 |
Afonso |
Ferreira |
|
||||
21 |
Cruz |
|
|||||
22 |
Cunha |
Valente |
|
||||
23 |
Martins |
Prata |
|
||||
24 |
Santos |
|
|||||
26 |
Alves |
Costa |
|
||||
27 |
Cerdeira |
|
|||||
31 |
André |
|
|||||
35 |
Dias |
Proença |
|
||||
36 |
Badana |
|
|||||
38 |
Silva |
|
|||||
43 |
Valério |
|
|||||
49 |
sem pai |
|
|||||
112 |
Fernandes |
|
|||||
(In Facebok de Florinda Monteiro)
É para os vilarmaiorenses verem reconhecido o mérito de um conterrâneo seu. Associamo-nos, aleggremente, a esse reconhecimento.
Ninguém diz o que se passa? Que fazer?
Recebemos notícia deste falecimento por Bruno Futre
Faleceu no passado dia 7 de Maio em Lisboa com 91 anos Anunciação Ferreira Gil. Filha de José Júlio Gil e Isabel Maria Ferreira. Nascida e criada em Vilar Maior, vivia já há muitos anos em Lisboa. Mãe de uma filha, Júlia Gil, também nascida em Vilar Maior. Avó de uma neta e Bisavó de dois bisnetos. Apesar da sua idade já avançada e dos seus problemas notórios de mobilidade não deixava a oportunidade sempre que podia de visitar a sua terra (especialmente durante as festas do Sr. dos Aflitos) que falava com carinho e saudade. Anunciação Gil deixa saudades em todos os seus amigos, filha, neta e bisnetos. Infelizmente não poderá comparecer este ano na festa do Sr. dos Aflitos, mas a sua família estará lá por ela e ela em espirito connosco e com os moradores e visitantes de Vilar Maior.
Aos seus familiares as nossas condolências.
. A Vila é um Presépio o te...
. Requiescat in pace, Júlio...
. Requiescat in pace, Quinh...
. Famílias da Vila - Osório...
. Rua Direita, quem te troc...
. Requiescat in Pace, José ...
. Centenário da capela do s...
. badameco
. badameco
. o encanto da filosofia
. Blogs da raia
. Tinkaboutdoit
. Navalha
. Navalha
. Badamalos - http://badamalos.blogs.sapo.pt/
. participe, leia, divulgue, opine