Sábado, 16 de Maio de 2015

Ainda a família Araújo

IMG_0360.JPG

Dos Araújos que por aqui passaram, a família principal derivou do casamento de Alexandre Gonçalves Araújo ( 1861- 1944) com Mariana Fonseca Gouveia (1875.- 1954) que de uma extensa prole, referimos dois dos filhos que fizeram a sua vida na Vila. A Celeste, que casada com José Franco, dizem ter sido das moças mais bonitas da Vila. O trabalho na renda era o seu trabalho de todos os dias. O Raúl que exerceu o cargo de regedor, homem de vários ofícios, casado com Maria José Oliveira - a D. Zézinha - que pelo seu bem saber, ler, escrever e contar e deter boas informações para o efeito, exerceu o cargo de Regente Escolar. Como quase todos emigrou para França, onde vive o único filho, o Carlos Alexandre. Pela vila temos a Bé e a Lena. 

publicado por julmar às 12:02
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 14 de Maio de 2015

Os nomes dos homens da Vila

Tendo em conta a base de dados sobre os registos de batismo da freguesia de Vilar Maior no período que vai de 1911 a 2000, procurámos saber qual a frequência de uso de nomes próprios para indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino.

Procurámos saber como ao longo deste tempo que nomes próprios foram usados e qual a frequência do uso. De salientar o fato que após o movimento migratório iniciado no início da década de sessenta a natalidade diminui constantemente até aproximar-se de zero. Aparecem nomes estrangeiros que se referem a indivíduos cujos pais trabalhavam fora do país, em França sobretudo, e que nas férias os batizavam na aldeia.

Seguindo a mesma metodologia quisemos saber quais os nomes próprios usados no batismo dos indivíduos do sexo masculino.

Assim, foram usados 60 nomes para batizar 560 indivíduos. No quadro seguinte constam os nomes mais usados, destacando- se o José.

CARLOS

10

 

FERNANDO

11

 

JÚLIO

18

 

FRANCISCO

31

 

JOÃO

33

 

JOAQUIM

45

 

MANUEL

62

 
JOÃO  108  
JOSÉ 121  
     

De nomes menos comuns salientamos: Germano (5), Florêncio (5), Pascoal (1), Olivério (1), Élio(1), Diamantino (1), Hermenegildo (1). Este último de pronúncia difícil foi popularizado com Mergildo.

publicado por julmar às 15:51
link | comentar | favorito

Quinta feira da Ascenção - Dia da espiga

Os conterrâneos que contem os mesmos anos que eu, hão-de se lembrar da quinta feira da Ascenção (subida de Cristo ao Céu). Lembro, vagamente, os rapazes e raparigas que iam pelos campos e colhiam um ramo de espigas - cevada, trigo, centeio) e o caráter excepcionalmente religioso desta festa. Penso que era este o dia em que todo o leite da aldeia era entregue ao senhor reitor. Tratava-se de um dia de guarda em que era absolutamente poibido fazer qualquer trabalho que não fosse "os serviços mínimos". 

«O "dia da espiga" ou "Quinta-feira da espiga" é uma celebração portuguesa que ocorre no dia da quinta-feira da ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. É considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o "dia da hora" porque havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da "espiga" e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios16 17

In Wikipédia

publicado por julmar às 14:40
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 13 de Maio de 2015

Os nomes das mulheres da Vila

Tendo em conta a base de dados sobre os registos de batismo da freguesia de Vilar Maior no período que vai de 1911 a 2000, procurámos saber qual a frequência de uso de nomes próprios para indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino.

Procurámos saber como ao longo deste tempo que nomes próprios foram usados e qual a frequência do uso. De salientar o fato que a após o movimento migratório iniciado no início da década de sessenta a natalidade diminui constantemente até aproximar-se de zero. Aparecem nomes estrangeiros que se referem a indivíduos cujos pais trabalhavam fora do país, em França sobretudo, e que nas férias os batizavam na aldeia.

No que se refere aos nomes dos indivíduos do sexo feminino contabilizámos 98 nomes diferentes usados para batizar 465 indivíduos. Desses nomes, 45 foram usados uma só vez e vão desde nomes hoje vulgares como Sónia, Susana, Tânia, Sandra a nomes mais invulgares como Norberta e Utelinda.

No polo oposto, temos, obviamente, MARIA. Com ele foram batizados 164 indivíduos. Seguem-se, por ordem decrescente:

ISABEL

38

ANA

29

FILOMENA

28

HERMÍNIA

9

BEATRIZ

9

ELVIRA

8

ALEXANDRINA

8

VIRGÍNIA

6

PRUDENCIA

6

OLÍVIA

6

publicado por julmar às 17:43
link | comentar | favorito
Terça-feira, 12 de Maio de 2015

Família Araújo

familia araujo.jfif

 

              (Da esquerda para a direita- A Bé, a Teresa, Artur, Raúl, João Seixas, a Lena, José Franco e professor Pinheiro)

Vilar Maior, 5 de Abril de 1955, no quintal da casa so sr Alexandre Araújo, que, dizia-se ser o homem com mais telha na vila, tal era a quantidade de área coberta. O conjunto de casas  ligadas à do senhor José Franco  tinham ligação interna e era propriedade sua; O lugar da Correia era todo seu. A família numerosa e de caraterísticas urbanas tinha exigências de consumo que os rendimentos não acompanhavam. Por isso foi vendendo, quase tudo. Uma das suas netas a Tininha (filha do coronel Franco), visitava a vila com alguma frequência e quebrava o silêncio das noites de verão com melodias que artisticamente arrancava do acordeão. Vivia na Figueira da Foz , essa praia dos portugueses da Beira e dos espanhóis de Castela e que serve de final de cenário a uma novela de autor anónimo  - Mar Azul. O palco em que se desenrola, com personagens reais é a Vila. Além da música, a Tininha dedicava-se à pintura, alguma dela tendo como temas  paisagens e monumentos da vila

O senhor Alexandre, de nome completo Alexandre Gonçalves Araújo, filho de António Gonçalves Araújo e de Maria Gouveia, faleceu em 1944 com 83 anos.

 

publicado por julmar às 18:35
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 8 de Maio de 2015

Dia do burro

DSC_0004.JPG

A cabra, o marrano e o burro, cada um a seu jeito, foram a trindade que susteve as gentes da vila nos tempos mais antigos. E histórias de burros é o que não falta. A vida não era fácil nem para pessoas, nem para animais. Mas para o burro era ainda mais difícil: Carregava o dono, os filhos e a mulher; carregava para lá e para cá toda a tralha transportável; se era preciso lavrar, lavrava; chegava o tempo das regas e tapavam-lhe os olhos que serviço de tocar a roda é pior que o suplício de Sísifo. Por isso, se na vila alguém merece uma estátua é o burro. Mas inteligentes como somos, jamais seremos capazes de lhe expressar o nosso reconhecimento.

  O BURRO

Quem diz que o burro é burro

É porque de burros não sabe

Pois se de burros soubesse

Via que o atributo lhe não cabe

 

Mais depressa que ninguém

Aprende os caminhos vários

Mas escolhe o que lhe convém

De acordo com os herbanários

 

Ao contrário da vaca lenta

Que desvendada à nora anda

Só de olhos tapados

O aceita  fazer a jumenta

 

Tratar mal o jumento

Só por forte ingratidão

Sendo de pouco sustento

Pra o homem ganha o pão

 

E quanto ao sentimento

Devem ter muito cuidado

Se não "convidam" o jumento

Ele pode ficar o gado

 

Não podendo ter cavalo

Que é animal pr'a nobre

Não ter sequer um burro

É estar abaixo de pobre

 

Tem tão forte natureza

Quando parada anda

Que nenhuma força maior

Nem voz em ti manda

 

Da tua natureza resistente

Se conta a história no povo

Do "José Mama na Burra"

Como o homem mais potente

 

Quando ides para a feira

Vede como o albardais

Que seja à boa maneira 

Com cabresto, cilha e atafais

(IN, Memórias de Vilar Maior, minha terra, minha gente - Júlio Silva Marques)

 

publicado por julmar às 18:55
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 7 de Maio de 2015

Crónica da vila no mês de Abril do ano de 2015

DSC_0016.JPG

Dizia-me uma conterrânea que dá conta da frequência do meu ir e vir da vila de Gaia à nossa vila de Vilar Maior

- Ó senhor Júlio, consigo o caminho não ganha erva.

 E, por esta saudação, sentimo-nos imediatamente num mundo onde o que muitas vezes resta já não é senão o mundo das palavras. Vale-me a vizinha de frente cuidadora de meia dúzia de cabras, do macho e do cão para me ligar à ruralidade perdida. Vale-me o Nuno com o burro atrelado à carroça para conservar a última inovação dos transportes na vila, extintos que estavam os carros de vacas. Vale-me o ti Zé da Cruz que, montado em noventa anos feitos, dia sim, dia sim palmilha o caminho dos Galhardos a cuidar das batatas e do feijão, se, com a seca que vai, a presa o não deixar ficar mal. Vale-me o Zé Jerónimo, octogenário de pedra e cal, para dar uso exclusivo ao açude dos Regatos onde abundância da água, do estrume do gado e o seu saber cuidar da terra produz copiosamente tudo como lhe é dado. Vale-me o ti Fernando, o mais velho de todos, que anda que se farta, indo, ágil, dos Picotes ao Areal e às Retortas e que, ouvindo cada vez menos do mundo em volta, me lembra histórias dos tempos idos. Vale-me o António Lavajo  que ronda a Praça com o seu cão e que, em passeios mais longos, se aventura até à Ponte ou à Misericórdia e vai palpitando sobre o estado do tempo e sobre o drama de não chover e a ribeira secar. Vale-me o ti António que, certamente jurou à sua Sara, que Deus tenha em eterno descanso, que continuaria manhã bem cedo a correr os caminhos que os dois faziam de mão dada. O número de hortas tratadas vai encolhendo. Creio não estar enganado que em toda a margem esquerda do Cesarão, desde Aldeia da Ribeira até lá para os Pisões o único prédio tratado é uma pequena Horta da Ribeira tratada por João Marques.

Claro que não é o fim do mundo. Mas é um certo mundo que acaba.

publicado por julmar às 16:57
link | comentar | favorito

.Memórias de Vilar Maior, minha terra minha gente

.pesquisar

 

.Novembro 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
12
13
15
16

17
18
19
20
21
22
23

25
26
27
28
29
30


.posts recentes

. Requiescat in pace, Júlio...

. Requiescat in pace, Quinh...

. Famílias da Vila - Osório...

. Rua Direita, quem te troc...

. Requiescat in Pace, José ...

. Os Rios da Minha Infância

. Liber mortuorum

. Centenário da capela do s...

. Requiescat in pace, Manue...

. Paisagem humana - A Vila ...

.arquivos

. Novembro 2024

. Outubro 2024

. Setembro 2024

. Agosto 2024

. Julho 2024

. Junho 2024

. Abril 2024

. Março 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Setembro 2023

. Junho 2023

. Maio 2023

. Abril 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Julho 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

.O encanto da filosofia, o badameco

. Liber mortuorum

.links

.participar

. participe, leia, divulgue, opine

blogs SAPO

.subscrever feeds