Quinta-feira, 29 de Outubro de 2015

Mudar a paisagem a ferro e fogo

DSC_0060.JPG

 

O livro de assentos de António Gata é um manancial de informação a partir da qual, com paciência e trabalho, seria possível reconstruir o quadro físico e social da Vila dos anos 30. A terra é, quase, a fonte exclusiva donde vem o sustento para as gentes que tem que sustentar. Por isso, é preciso aproveitá-la ao máximo. Cada chanca de terra é preciosa. É preciso torná-la o mais produtiva possível abarbeitando-a, estrumando-a, regando-a. Por isso, se constroem muros para suster as terras, para as proteger da voracidade das cabras e outro gado; por isso se estoiram lages e barrocos para tornar veiga a tapada ou o cabeço; por isso se fazem poços, minas, presas, se doma o rio em margens confinadas por muros, se erguem os passeios para os burros passeando em círculo arruparem água para as regadeiras talhadas em granito; A pedra omnipresente desafiando a capacidade dos homens. Pedra dura que gasta e desgasta o homem que só com ferro e fogo a consegue vencer. Por isso, estamos numa terra de ferreiros que calçam os animais, ferram os rodados dos carros, protegem os tamacos da frági madeira de amieiro, aguçam as relhas dos lavradores, afiam os ponteiros e picos dos pedreiros. Nada se faria sem a forja do ferreiro. É ali que o homem se afirma sobre a natureza, é ali que no malhar do ferro quente se fazem as armas e as ferramentas.

Das vendas feitas no comércio de António Gata, o ferro, em diferentes modalidades (ferro sueco, aço, arame, vargalhão, verguinha ...) o cupa um lugar de destaque. 

Nada disso poderia ser feito sem a esperança de um mundo melhor que poderá ser a fé no mundo que há-de vir. Mas enquanto não chega há que suportar este vale de lágrimas e o vinho era o único produto do homem que estava à altura. Por isso, aquele que pode trata de arranjar uma latada no quintal, uma ramada à porta de casa, ou transformar um monte em vinha, se para tal tiver o poder. 

E olhando para uma das páginas que vimos a seguir surprende-nos a venda de dois produtos: rastilho e vinho. Trata-se de Clemência Cardozo (1881-1967), na data dos factos que mencionamos, isto é, 1930, uma senhora com 51 anos, provavelmente viúva. O seu pai não consta do registo de baptismo por se tratar de um conhecido adre de uma terra vizinha. Era uma adorável senhora na sua velhice a casa de quem ia, no tempo das milagradas (romãs), trocar batatas, que discretamente tirava da tulha dos meus pais, por aquela deliciosa fruta.

Estamos, então, em Outubro de 1930 e a senhora Clemência, resolveu transformar em realidade o sonho que seu marido Bernardo Simões não tivera tempo de realizar: plantar uma vinha ou, talvez, mais uma vinha. E, então, de Outubro a Dezembro, gasta a senhora a quantia de 63$60 em rastilho. Continua o gasto do mesmo produto em Janeiro e Fevereiro de 1931 com a importância de 26$40. Claro que se comprava rastilho também comprava pólvora. Ora, aí está um produto que nunca aparece registado no livro, ou porque efetivamente o não tivesse, ou por questões legais não fosse registado. E a ferro e fogo, surribando, arroteando o terreno ficou preparado para o plantio. É assim que no último de Fevereiro aparece o registo da compra de bacelos no valor de 150$00. No mesmo dia e pela primeira vez o registo de uma compra de meio cântaro de vinho, no valor de 7$50. Certamente, tinha produção de vinho que com os muitos trabalhadores que trazia terá terminado. Assim aparece um mês de Maio em que apeanas háa registos de compra de vinho, cerca de 75 litros num valor de 81$20.

Havia boas razões para investir no plantio da vinha: Era a cultura que mais salários dava a ganhar (em épocas do ano em que a oferta de trabalho era mais escassa), nunca era suficiente, dava lucro a quem o cultivava e a quem o vendia e consolava quem o consumia.

Veio a CEE com as uas políticas agrárias e mudou a paisagem. Premiou-se o arranque das vinhas. O ferro emigrou para Champigny mudado em pá e pioche. O fogo domesticado da forja do ferreiro desaparecu e ficou à solta o fogo selvagem que reduziu tudo a cinzas.

DSC_0062.JPG

 

publicado por julmar às 09:39
link | comentar | favorito
Quarta-feira, 28 de Outubro de 2015

O Custo de vida em 1930

HPIM3144.JPG

 Ano de 1930, Vilar Maior, Estabelecimento Comercial de António Gata (1876- 1938), O Comércio, como aqui era designado.

A partir de 24 de Maio de 1886, os habitantes da vila começaram a ouvir, se o vento vinha de oeste, um novo som na paisagem sonora, um silvo que se anunciava com a mesma regularidade do dia e da noite: tinha sido inaugurada a linha do Caminho-de-ferro que ligava a Pampilhosa a Vilar Formoso. As Estações mais próximas eram o Noémi (apeadeiro), Cerdeira e Freineda, a cerca de 13km, distância que era preciso vencer pelos meios tradicionais: a pé, de burro ou de carro de bois consoante as mercadorias a transportar. Esse caminho, em direção à Cerdeira, era feito diariamente por um estafeta – recordo o Xico Mónica que diariamente palmilhava cerca de 30Km , e o ti Agostinho, de Aldeia da Ribeira, que fazia o trajeto a partir daqui a cavalo numa mula. Fosse como fosse, o combóio e com ele o serviço postal constituíram um progresso extraordinário.

O senhor António Gata podia, por via postal, encomendar, pagar, reclamar, discutir preços de modo a satisfazer as necessidades dos clientes e com isso tornar próspero o seu negócio. Ninguém, por aqui, estava tão bem preparado para o fazer. Olhamos para o Livro das cartas comerciais, para os livros do «Deve e Haver», onde havia uma página para cada freguês, devidamente indexada, onde assentava os bens com os respetivos preços, notas sobre prazos de pagamento e de crédito, em certos casos dos juros a pagar. Ficamos impressionados com a sua organização, com o traço da sua caligrafia, com a delicadeza e educação que transparece nas suas cartas comerciais mesmo quando, duramente, tem de regatear preços ou reclamar de incorreções dos fornecedores.

No comércio de António Gata não encontramos tudo, mas encontramos quase tudo o que os fregueses precisam. Assim haja dinheiro! e aí é que a coisa não bate muito certa. Com efeito, atendendo aos salários, os produtos são extraordinariamente caros mesmo quando se trata de produtos de necessidade básica como o sabão. Laia o post que publicámos há alguns dias e compare com o quadro que a seguir publicamos sobre o preço de serviços prestados. O jornal (de sol a sol) médio é de sete escudos e quatro escudos, respetivamente para homem e para mulher. Se considerarmos que um Kg de sabão custa3$50, um kg de açúcar4$50, um Kg de bacalhau 5$00 podemos ajuizar das dificuldade em aceder a estes e outros bens. Daí a razão de, salvo algumas bolsas mais desafogadas, as vendas, quase sempre a granel, serem muito inferiores ao Kg. Uma mulher que ganha quatro escudos comprará 200 gr de sabão, 100gr de açúcar e, se for Natal e as coisas correrem bem talvez possa comprar 300gr de bacalhau.

O preço do jornal podia ser de graça, a sêco ou a comer. Só não podia ser de graça e a sêco, não fazia sentido. Havia trabalhos, normalmente envolvendo maior número de trabalhadores que eram sempre a comer: As ceifas, as malhas, as vindimas. Se o patrão era generoso, comprava uns borregos ou uma ovelha para confecionar as refeições e, enfim, podia tirar-se a barriga de misérias. Colocava-se a barranha do caldo de gravanços e depois o prato grande com a carne e as batatas, na mesa e todos lapareavam dali. Os pratos individuais ainda haviam de esperar umas boas dezenas de anos. Um copo, um apenas, rodava por todos para beberem. Com sorte, havia um garfo e colher para cada um, que o vizinho ou familiar fazia o favor de emprestar nessas ocasiões.

Ouço-os dizer, cada vez menos, que todos se vão, uns que naquele tempo é que era bom e outros queixarem-se de tempos tão ruins.

O combóio primeiro deixou de fazer fumo, depois deixou de silvar. Já ninguém quer saber do combóio.

Quantidade

Produto

Preço

Escudos

1

Aguçar uma relha

1$50

1

Aguçar uma relha da charrua

1$00

1

Apontar uma relha

4$00

1

Dia a agadanhar

11$00

1

Dia a comer

3$50

1

Dia a seco

7$00

1

Dia a serrar

8$00

1

Dia de ceifa

7$00

1

Dia de ceifa de mulher

4$00

1

Dia de malha

4$00

1

Dia de vindima

4$00

1

Dia no Terreiro

6$00

3

Dias às giestas e partir lenha

18$00

15

Dias trabalho de artista

176$50

1

Feitio de uma batina

45$00

1

Feitio de uma Gabardina

3$50

1

Ferragem da égua

10$00

1

Ferragem da égua e do burro

13$50

1

Ferragem das vacas

20$00

1

Ferragem do burro

3$50

1

Feitio de 1 roupa e 2 pares Calças

120$10

                1                   

Ida à Miuzela

3$00

1

Ida ao Sabugal

7$00

1

Jeira à Cerdeira

30$00

5

Por conta serviço da mulher 5 dias e um terço

15$40

1

Transporte de 2 bidons de petróleo da Cerdeira

15$00

1

Transporte de 5 arrobas de cal da Cerdeira

4$80

1

Transporte de uma mala do seminário

1$60

 

publicado por julmar às 19:37
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 23 de Outubro de 2015

Artigos de Mercearia-1930

No Comércio do senhor Antonio Gata vendia-se quase tudo o que a comunidade não produzia. O dinheiro era escasso e, por isso, os bens importados eram caríssimos. Alguns dos bens eram indispensáveis - o sal (que não era vendido aqui), os fósforos, o petróleo, o sabão. O azeite era substituído pelo unto. Alguns artigos eram luxos para bolsas mais desafogadas ou para dias de festa. O tabaco é o mais democrático dos vícios: fumam os ricos e os pobres em grande quantidade; o vinho que era energético, que era estimulante, que era calmante, juntamente com o tabaco, era o que tinha maior saída. E vendia-se muito bacalhau, claro para quem podia pagá-lo!

Os que mais abriam os cordões à bolsa eram os que tinham ordenado certo ao fim do mês: os professores e os guardas fiscais; os militares - um tenente, um coronel, um tenente coronel; havia os proprietários maiores; havia os jornaleiros. E havia os artistas, os homens do ofício que, diversamente, auferiam melhores rendimentos mas que a quase todos lhe pendia o pé para a taberna, sendo que um deles fundava essa tendência na experiência da vida: Quem o não gasta em tabaco ou em vinho, o diabo lho leva caminho. Olhe-se para o que as pessoas ganhavam, olhe-se para o preço dos produtos; olhe-se para ausência de cuidados médicos, de educação; olhe-se para o desconforto, para o aperto daquelas vidas e olhe-se para a falta de horizontes, de projetos e de sonhos. Para todo este vale de lágrimas restava o consolo da religião e do vinho. Era assim que a Igreja e a taberna se tornavam, canonicamente, a porta da salvação e a porta da perdição. Sem padre e sem taberneiro, a vida seria uma impossibilidade.

 

Mercearia

 Escudos

1Kg

Massa

4,00

1kg

Massa Estrelinha

4,00

1kg

Bacalhau

5,00

1kg

Açúcar

4,40

1kg

Arroz

2,80

1kg

Café

10,00

1 litro

Vinho

1,20

1

caixa de fósforos

0,40 ou 0,20

1

Bolo de trigo

1,10

1 Kg

sabão

4,00

1 litro

Azeite

6,00

1

Sabonete

1,30

 

Canela

0,20

 

Chá

2,20

1

Alqueire de centeio

12,00

1

Maço de cigarros

0,60

1 kg

Tripa

7,80

1 copa

Aguardente

0,20

 

Bolacha

1,80

1kg

Amêndoa

6,00

1kg

Rebuçado

5,50

publicado por julmar às 11:03
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2015

O Comércio no ano de 1930

O Comércio - assim se designava à época - do senhor António Gata era o Centro Comercial na primeira metade do século XX. No quadro referimos apenas o que en tecidos se vendia no ano de 1930 e, certamente, faltarão alguns artigos

 

Quantidade

Produto

Preço - escudos

 

 

Roupas , tecidos e retrosaria

 

1

1

Agulha de máquina

0,50

2

¼

Algodão

0,90

3

1m

Algodão branco

40,00

4

3 onças

Algodão preto

1,35

5

1

Botão de camisa

1,20

6

2

Botões de punho

4,00

7

1 par

Botões de punho

0,50

8

1

Carro de linhas

1,20

9

 

Chita

?

10

 

Colchetes

0,40

11

1m

Cotim

5,50

12

1m

Fita de seda

0,80

13

 

Fita elástica

1,60

14

1 m

Fita galão

0,60

15

1m

Flanela

4,00

16

1m

Forro branco

2,50

17

1m

Forro preto

2,50

18

1

Gabardina

6,00

19

1

Lenço de linho

1,35

20

1

Lenço de merino de algodão

8,00

21

1

 Manta de algodão

9,00

22

1m

Pano cru

4,00

23

1

Par de meias

3,00

24

1

Par de meias

0,50

25

1m

Popeline

9,50

26

1m

Renda

1,20

27

1m

Riscado

3,00/ 2,60

28

1m

riscado celeste

4,00

29

1m

Sarja

2,80

30

 

Lenços

2,00

31

1

Botão de camisa

1,20

publicado por julmar às 11:13
link | comentar | favorito
Terça-feira, 20 de Outubro de 2015

Famílias da Vila de 1845-1860

O quadro que se segue dá-nos uma ideia aproximada ´do nome das famílias no início da segunda metade do século XIX em Vilar Maior. Baseia-se no livro de registo de baptismo do período de 1845 a 1860 onde constam 373 assentos. No quadro seguinte tivemos em conta 302 registos (os restantes alguns eram ilegíveis, outros filhos de pais incógnitos, outros de expostos e outros apenas com o nome próprio) e registámos o último nome do pai. O nome com maior frequência FERNANDES continuou a ser dominante no século XX em que alguns nomes se extinguiram e outros novos apareceram. De todo o modo, o fundo das gentes da vila anda por aqui.

Frequência

Nomes

1

Bárbara, Cazeiro, Chamusca, Cruz, Cunha, Pina, Regueiro

2

Barreira, Capello, Esperança, Franco, Lavajo, Leitão, Lopes, Narciso, Nunes, Osório, Pallos, Pires,

3

Caetano, Chrisóstomo, Florindo, Gouveia, Poio, Proença, Soares, Thomaz

4

Dias, Garcia, Neves, Pinheiro, Silva, Simões,

5

Costa, Ildefonso, Valente

6

Alves, Cerdeira, Gomes,

7

Brigas, Monteiro

8

Cardoso, Fonseca, Jacinto

10

Badana

11

Santos

12

Ferreira, Martins

14

Gonçalves

17

Bernardo

18

Affonso

27

Fernandes

publicado por julmar às 12:03
link | comentar | favorito
Segunda-feira, 19 de Outubro de 2015

A História de Maria Natividade - Exposta

RODA DOS EXPOSTOS 4.jpg

O registo de batismo é o início da história de cada indivíduo que vem ao mundo. Para muitos foi a única história que sobre eles se escreveu. Para alguns deles começou por ser uma história de abandono, como a de Maria Natividade:

Assento de Batizado de uma Exposta

«Aos vinte dias do mês de Dezembro de mil oitocentos e cinquenta e nove, o Revº Joaquim Sacadura, capelão desta freguesia baptizou particularmente a uma Exposta a que pus o nome de Maria da Natividade aparecida à porta de Domingos Fernandes desta freguesia que mora de traz da Misericórdia sendo exposta na noite de dezanove para o dia vinte, não trazia … algum por onde constasse ter sido baptizada, no dia vinte eum do dito mez lhe pus os Santos óleos, trazendo de enxoval duas envoltas, uma touca, …, cinco cueiros, quatro camisas, duas toucas, …, uma liga e para constar por este assento erat ut supra»

Reverendo Joze Ignacio de Faria

publicado por julmar às 12:24
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 9 de Outubro de 2015

Famílias da Vila - Os Cerdeiras

1a Zé Seixas e fam.jpg

 De pé, José Seixas e esposa Ana Cerdeira . Sentadas duas irmãs de Ana.

O nome de Cerdeira não é muito vulgar e, parece ter vindo da Galiza. Os Cerdeiras localizam-se na Vila, em Nave de Haver e Malhada Sorda donde aportaram à Vila no século XIX e, tornaram-se no século XX uma das mais extensas famílias.

Moravam, sobretudo, na Rua de Cima com janelas para a Rua de Baixo, e, também, pelo Pelourino e mais tarde, pelo Bairro de S. Sebastião, onde, mais cedo que tarde, a morte chamou alguns.

Em geral, as famílias descendentes podem ser consideradas famílias grandes, algumas com 8 filhos. Em relação a José Cerdeira/Isabel Santos estaremos a caminho da 7ª Geração, pelo que os descendentes andarão já na casa das centenas

Caraterizam-se por uma considerável longevidade cujo exemplo maior é o caso de Filomena Cerdeira que chegou ao 103 anos. Aquando do êxodo migratório de sessenta, todos os Cerdeiras residentes na Vila demandaram terras de França. Alguns andaram pela Guarda e por Lisboa.

Os Cerdeiras, como acontecia antigamente, casaram, quase todos com pessoas da Vila, das seguintes famílias: Monteiro, Silva; Lavajos, Caramelo, Serrano, Fonseca, Seixas, Cunha, Proença, Prata, Badana, Santos, entre outras.

Trataram das suas vidas como a maior parte dos seus conterrâneos guardando gado e amanhando as terras enquanto a emigração não chegou.

família cerdeira.jpg

 Parte dos netos em dia do nonagésimo  aniversário do avô

 Talvez não haja na vila nenhuma outra família com uma identidade física tão acentuada como esta que, basicamente, se traduz numa pele clara/branca, ocasionalmente com sardas, olhos azuis, cabelo castanho a caminhar para o loiro, de estatura média-alta, como se transportassem no seu código genético os ascendentes celtas.

Em termos psico-sociais são galhardos, charmosos, amáveis, bons conversadores. Sempre de bom astral, adoram festejar. De algum modo, porque a realidade só existe verdadeiramente quando narrada, usam abundantemente o verbo., como se tomassem a peito o início do Evangelho de S. João que afirma “No princípio era o Verbo”.  

Para além de outros ramos da família como o de Francisco Cerdeira, falecido com 93 anos (1863-1956), (Filho de Francisco Cerdeira e de Isabel), casado com Filomena Monteiro (1871-1913) , filha de João Monteiro e Maria José Leal, tiveram como filhos Adelino (1900-1965), Laurinda, falecida com 93 anos e Isabel.

Porém, o ramo mais frondoso descende de José Cerdeira, pastor, vindo da Malhada Sorda, que casado com Isabel Santos criaram seis filhos, quatro do sexo feminino e dois do sexo masculino:

 

A Ana, falecida com 37 anos (1891-1928), casa com José Seixas e têm o César, a Isabel e o António.

A Justina, falecida com 70 anos (1890-1970), casa com Manuel Cunha e têm o Francisco

A Filomena, com 103 anos, casa com o Joaquim Jacinto e têm a Leonor

A Maria, falecida com 80 anos (1888-1968) tem a Maria

O Manuel, com 81 anos (1884-1965) casa com a Maria do Carmo Cunha e tem o Fernando, o António e a Isabel.

O Francisco, com 70 anos (1895-1965) casa com a Matilde Monteiro e têm o José, o João, a Isabel, a Júlia, e o Manuel.

Com a emigração as novas gerações espalharam-se um pouco por todo lado, os casamentos e descendências deixaram de estar confinados, como outrora, à Vila,. Porém, será sempre aqui que encontrarão as origens. Ao contrário de algumas famílias, continua a haver Cerdeiras na Vila, sendo neste momento o ti Fernando o mais velho da família e, suponho o mais velho da Vila.

 NOTA: Os dados demográficos assentam nos registos paroquiais de nascimentos e óbitos. Os outros dados são interpretativos do meu conhecimento da família. O objetivo deste trabalho é procurar fazer o retrato das gentes da Vila e preservá-las na nossa memória

publicado por julmar às 10:45
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 8 de Outubro de 2015

Botelhas

cabaças 2015.jpg

 

Pelo terceiro ano consecutivo, a minha cultura de botelhas, no sítio onde nasceram e cresceram, agora  na fase de secagem até chegarem as geadas.  Ainda me continuo a espantar com o esplendor da natureza.

publicado por julmar às 17:57
link | comentar | favorito

Os Novos Povoadores

novos povoadores.jpg

 

O que mais me dói é a indiferença dos políticos, seja do poder central, seja do poder local, mediante a tragédia eminente de um país que cada vez mais se reduz a uma faixa do litoral, tornando um país pequeno cada vez menor. Somos um país onde os desiquilíbrios - demográficos, regionais, sociais, culturais - não param de aumentar. Os reis da primeira dinastia visitavam estas regiões, auscultavam a vontade do povo, num tempo em que não havia auto-estradas, nem automóveis, nem precisavam de votos para se manterem no poder. Em vez de deixarem promessas, deixavam cartas que lhes concediam benefícios e privilégios. Sabiam que o reino só se defenderia e progrediria se fosse povoado. Povoar era um imperativo. Por isso, D. Sancho I (1154-1211), fundou a cidade da Guarda em 1199; por isso, distribuiu cartas de foral por terras da Beira Alta e Trá-os-Montes; por isso estimulou a vinda de imigrantes. 

Os tempos são outros, as gentes também e parafraseando "Os fracos políticos tornam fraca a forte gente".

Desesperançados dos políticos, temos de encontrar a esperança por outros caminhos,como no projeto "Novos Povoadores" e outros que têm de ser criados. A Feira  anual de Talentos de Vilar Maior é uma pequena vereda apenas.

Visite o site: 

http://novospovoadores.pt/projecto/index.html

 

publicado por julmar às 11:09
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 2 de Outubro de 2015

A Aldeia

1468691_486601714789042_1679990512_n.jpg

 " Só há aldeias. Porque mesmo as pessoas que vivem nos grandes meios escolhem sempre um canto que lhes serve de aldeia. A aldeia é um conjunto de casas. E no meio das casas há a casa. O problema é aqueles que sabem isso e que não têm casa. Que a tiveram e deixaram de ter" Eduardo Lourenço, prémio F. Pessoa, In Expresso

publicado por julmar às 11:15
link | comentar | favorito

.Memórias de Vilar Maior, minha terra minha gente

.pesquisar

 

.Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30

31


.posts recentes

. Vilar Maior, minha terra ...

. Família Silva Marques

. Emigração, Champigny-sur-...

. Para recordar - Confrater...

. Requiescat, Isabel da Cun...

. Em memória do ti Zé da Cr...

. Requiescat in pace, Fenan...

. Paisagem Zoológica da Vil...

. Gente da Minha terra (192...

. Requiescat in pace, José ...

.arquivos

. Março 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Setembro 2023

. Junho 2023

. Maio 2023

. Abril 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Julho 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

.links

.participar

. participe, leia, divulgue, opine

blogs SAPO

.subscrever feeds