"Hoje estarás comigo no paraíso"
1. Concerto da obra de Joseph Haydn. Sexta -feira Santa, após a procissão dos Passos. Igreja muito bem composta com perto de duzentas pessoas.
Se eu não fui enganado, enganam-se os que pensam que o povo só gosta dos Tonhos, dos Marcos e dos Quins e de outros mal amanhados pimbas.
É verdade que alguns com mais afazeres ou enfado foram saindo à medida que o tempo demorado, lento se escoava.
Mas o tempo e os tempos da música são, na verdade, assunto da maior complexidade. E da estética, em geral.
Música clássica não é coisa de que se goste à primeira.
2. O senhor padre lembrou na homília a exortação feita no Evangelho, na missa de domingo de Páscoa
"Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra"
Liturgia quase sem cânticos e sem aleluias declarativos. E termina, após a procissão em torno da Igreja, com a entoação do Tantum Ergo, com música de ouvido e com letra, compreensivelmente, já muito estropiada.
Um povo que escuta Haydn e entoa o Tantum Ergo, que ouve música clássica e fala latim prova que aspira às coisas do alto.
Mais uma vez, desde tempos imemoriais, se andaram as Cruzes na Vila. Entre as estações marcada pelos Passos, sob a orientação da senhora Lurdes Monteiro, o cantar dolente do povo.
REFRÃO
Bendita e louvada seja
A paixão do redentor
Que para nos livrar das culpas
Padeceu por nosso amor
I
Lá vai para o Calvário,
Lá vai caminhando,
Seu pranto rogando,
Com Passos de um filho
II
Lá naquela rua,
Cheia de amargura,
Chega a virgem pura,
Sua triste mãe.
III
Olhando para a turba
Lhe diz tristemente
Que mal fez meu filho,
Oh ingrata gente
IV
O meu filho morre,
De secura, vêde
Eu não tenho água,
Para apagar a sede
V
Ouvindo esta queixa,
Um algoz cruel,
Vem trazer a Cristo,
Esponja com fel.
VI
E Jesus tão brando,
Com tanta agonia,
O suor corria
Em sangue inundado.
VII
Vinde almas devotas
Ao horto, se quereis,
Ver o Rei dos reis,
Em terra prostrado
VIII
Cristãos pensai bem,
Se estais comovidos
Há-de à vista da mãe
Morrer o filho querido
Um dia cheio ... de coisas boas:
Almoço organizado pela Comissão de Festas do Senhor dos Aflitos, onde estiveram quase cem pessoas que acrescentaram as habituais residentes, vindas de França, Lisboa, Guarda, Porto, etc. e que foi farto em comida e bebida, em entradas e sobremesas que coroaram uma deliciosa feijoada de marisco.
Mais para o fim da tarde vãi realizar-se a procissão da Via-sacra ou andar as cruzes como por cá se diz.
No final da procissão haverá um concerto na Igreja Matriz: As sete últimas palavras de Jesua na Cruz, de Joseph Haydn
Vá lá, não digam que na Vila não se passa nada!
A pedido do sr padre Daniel Cordeiro, torno público o concerto que acontecerá no dia 25, na Igreja Matriz, sexta-feira, em Vilar Maior, após a Procissão dos Passos.
No dia 16 de Março O Público publicou uma listagem de freguesias que iriam ter cobertura de Banda Larga Móvel da qual não consta Vilar Maior. Contatei hoje a anacom (Autoridade nacional para as comunicações) e, para além de outras informações, foi-me dado o link sobre a decisão de cobertura das freguesias., que é o que se segue e em cujo anexo (Clicar em deliberação) consta a freguesia de Vilar Maior. Entretanto, vou pedir mais informação sobre o assunto, nomeadamente sobre a efetiva implementação.
NOTA: Dado o link não funcionar deverá copiá-lo ou digitá-lo na barra de endereços.
http://www.anacom.pt/render.
Fotografia retirada da página do Facebook de Maria do Céu Gradiz
Corria o mês de Agosto, era meio dia, de 1960. Augusto André e Beatriz da Conceição Graça passaram a manhã a arrancar batatas na horta do Arreçaio, carregaram duas sacas batatas no burro e algumas abóboras. O ti Augusto, bóina na cabeça, rédea de burro na mão que, por feitio ou opção, nunca gostou de carregar pesos ou trabalhos pesados. A ti Beatriz, no lugar do chapéu de palha, colocou a molide e sobre ela um balde cheio de batatas rachadas, encimado com uma abóbora. Mulher enérgica, trabalhando o tempo todo, carregando tabuleiros de pão finto, pronto a meter no forno. Os dois mantinham seis dias por semana o forno a cozer pão: arranjar giestas, aquecer o forno, marcar a vez dos fregueses para cozer o pão, arranhar o forno, meter o pão, tirar o pão e receber a poia e mais um inumerável número de pequenas coisas atinentes ao ofício de forneiro. Por mor do ofício, os filhos iam recebento o cognome: do Forno: Por ordem, foram aparecendo a Filomena, o António, a Ana, o Manuel, o José e, mais tardio, o José Augusto. Vizinhos que eram, conhecia-os a todos e, de modo particular o José do Forno, do meu ano, colega de escola, aluno inteligente, que lembro ajudar-me nos problemas de matemática. O José Augusto que permaneceu sempre pela vila, recebeu a genica da mãe, trabalhador como ela, aqui construiu a vida.
A Mão Direita do Meu Pai
Muitas são as coisas maravilhosas,
Mas nada é mais maravilhoso do que a mão direita do meu pai.
Embaínha a espada por amor à paz
Poda a árvore para que cresça e frutifique
Desembaraça as plantas boas das daninhas
Dá uma mão de ensino para indicar o recto caminho
Pega na rabiça do arado e revolve a terra
Onde, mão cheia, lança, em gesto largo, a semente
Que seara loira o tempo fará
Mão que guia a vaca, o burro e afaga o cão
Dura, calejada, segura e forte,
Poisa-me na cabeça e é uma benção
Tão forte que pegavas no braço
Dos meus poucos quilos de gente
P'ra cima do dócil jumento
Mão que à mesa, com toalha de linho posta,
Fazia chegar o vinho e o pão
Alimentos do corpo, força da tua mão
Só da agressão da morte te não pôde defender
Mas, nas linhas da tua mão direita, pai,
Ficou escrita a civilização.
Cheguei aqui, à Vila, tão cedo como o ano novo: à meia-noite, mais coisa menos coisa, que a medição exata do tempo pouco importava. Como quer que tenha sido lá ficou o registo: nascido aos dias um de Janeiro de mil novecentos e cinquenta e um.
Aí vivi toda a década de cinquenta. Aí aprendi a falar português, a rezar por vivos e defuntos, a tratar da terra e do gado, a ler, escrever e contar. Agora, olho para trás, e encontro um mundo que só já existe na minha memória. Desta vez, tentei inventariar os bens que eram exportados e que permitiam a entrada de dinheiro com que se haviam de comprar produtos tão essenciais como o sal, o açúcar, os fósforos, o petróleo, o tabaco ou matérias-primas como o ferro e a pólvora. Os mercados (da Bismula, de Alfaiates, da Miuzela) e feiras eram os principais locais de venda.
Produtos exportados:
De origem agrícola:
Centeio, batata, vinho, Feijão (manteiga, cor de cana, vermelho, branco), vagens secas, gravanços (grão de bico), chícharos (feijão frade), milho, pimentos, cebolas, alhos, nozes, amêndoas, marmelos, linho, linhaça, cornachos
De origem animal:
Vacas, vitelos, ovelhas, borregos, cabras, cabritos, burros, galinhas, coelhos, peles, ovos, queijo, leite, lã, apicultura, criação de bicho-da-seda
De origem artesanal
Brochas, tamancos, cadeiras, vassouras (de bracejo), alfaiataria, costura, latoaria, moagem
De origem mineral
Volfrâmio a que se associava o contrabando
Faleceu, em França, com 76 anos de idade, José Joaquim Fernandes Jacinto, filho de António Jacinto e Maria Faustina Fernandes, após doença prolongada. Este nosso conterrâneo, casado em Alfaiates, era irmão de Ernesto, Francisco, Maria Joaquina e Beatriz. Aos seus familiares apresentamos sentidas condolências.
A consignação de IRS é uma possibilidade que todos os contribuintes têm ao seu dispor e consiste na decisão de “desviar” 0,5% da colecta de imposto para outra entidade.
A opção não representa um encargo adicional a quem a faz, uma vez que se trata de uma simples reafectação do dinheiro que, em vez de dar entrada nos cofres do Estado, vai para a conta de uma instituição à escolha do contribuinte.
Já agora num espírito de unidade em torno da União de freguesias de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos apelamos aos contribuintes deste novo território administrativo que inclui as anexas de Batocas, Escabralhado, Carvalhal e Arrifana, para que façam esta consignação.
Não nos custa nada e é dinheiro que será entregue a uma instituição cujo serviço de apoio social é indiscutível, sobretudo no apoio à população idosa. Ajude a Misericórdia para que a Misericórdia o ajude a si. Façam campanha junto dos vossos amigos
A seguir o documento que o senhor Presidente da Junta me enviou para publicitar (de leitura um pouco difícil)
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