Pela quinta vez, o blog "Vilar Maior, minha terra minha gente" vai realizar a Feira de Talentos de Vilar Maior. Este ano terá lugar no dia 11 de Agosto, 5ª feira, integrando-se na Festa do Emigrante.
Já sabe como é: tudo depende de si, a feira é sua, a feira é de todos. Você vai fazer a diferença porque vai cirandar por lá, porque você faz renda como ninguém, porque você pinta, porque você tem um poema, porque sabe fazer um bolo especial, porque faz uns bolos de bacalhau especiais, porque tem fotografias da vila, porque tem umas velharias que gostaria de vender ou trocar, porque tem uns queijos, uns litros de feijão, umas amêndoas cascudas ou nozes para vender. Porque tem um número para apresentar. Há na vila escritores, pintores, escultores, fotógrafos, habilidosos, gente com jeito. Tem uma banca à sua disposição para vender, para mostrar.
Então, VAMOS À FEIRA!
“- Vou passar o Natal à vila. “ - Esta é uma das frases que mais se deve ouvir nas casas de muitas das famílias das cidades. Quem diz o Natal, diz também todas as outras férias. É lá, na “vila” que estão as suas raízes, os seus familiares. É lá que se sentem, verdadeiramente, em casa.
Também eu, nascida em Mafamude, Vila Nova de Gaia, tenho uma “vila”. Os meus pais, embora residentes em Gaia são naturais de Vilar Maior, uma pequena aldeia do Concelho do Sabugal. Tendo nascido em inícios de dezembro, vim com 15 dias para esta aldeia, passar o Natal. Desde aí, as minhas férias passaram por aqui. Quer eu, quer o meu irmão tivemos a sorte/felicidade de não termos que dividir as férias em dois ( na terra da mãe e terra do pai), o que era muito bom, pois os amigos que fizemos em pequenos, continuam a ser os mesmos, agora, na idade adulta.
Os meus avós viviam em locais distintos da aldeia: os maternos viviam junto das “Escolas” (antiga escola primária, agora desativada por falta de crianças) numa ponta da aldeia e os paternos viviam no Largo da Praça ( local central da aldeia).
Para mim, na altura, as distâncias eram enormes. “- Vai até à casa da tIa Beatriz, Susana. “ E eu, “ - É muito longe”. Se tivesse que ir à ribeira, tinha que ir com alguém, porque achava que me ia perder. Quando somos crianças, tudo nos parece maior ou mais longe!
No Verão, eu, o meu irmão, primos e amigos vamos todos para a Ribeira, a nossa piscina natural, já que não havia outra. Brincávamos, jogávamos à bola, íamos até ao Castelo, passeávamos, tudo sem que os nossos pais andassem atrás de nós, pois havia sempre alguém que nos tinha visto e, claro, o nosso relógio era o sino da igreja.
Por cada casa que passemos, existe alguém que nos saúda - “ Bom dia, Susana, vais à Praça”, - pergunta a ti Isabel; “ - Os teus avós estão bons?” - pergunta a Helena. Toda a gente se conhece, desde o mais idoso ao mais novo e, se por acaso, não conhecerem, perguntam se somos netos do Seixas ou da ti Graça e, ficam logo a saber quem somos.
Os meus avós maternos tiveram, durante muitos anos, um café. Eu adorava vir para cá e ajudá-los. “ - Susana, tira um café ao Sr Carlos/ dá uma mini ao Manuel” Foi a minha apresentação ao mundo do trabalho. Uma das lembranças desse tempo era a de um dos clientes do café querer-me ver “afinar” por causa do futebol. Chateava-me tanto, mas eu não me calava. Tudo por eu ser do FCPorto. (aqui, a maior parte das pessoas são do Benfica). Ainda hoje, o senhor quando me vê mete-se comigo por causa disso, mas eu já não ligo.
O telefone fixo, chegou a casa das pessoas, muito tarde e o único sítio que to tinha era o comércio. Quantas vezes me lembro de ouvir a Dona Aninha a chamar as pessoas “- Ó António, a tua tia vai-te telefonar daqui a cinco minutos. Despacha-te”. Caso quiséssemos telefonar, acontecia o mesmo. Lá nos dirigíamos ao “Comércio”, onde estava a cabine telefónica. Os tempos foram passando e agora toda a gente tem telefone e telemóvel, embora só haja rede nos locais mais elevados da aldeia ou se tiver uma determinada operadora.
Este local, para mim, é muito calmante e traz-nos muita tranquilidade. O poder observar as estrelas à noite, o ouvir os passarinhos, o não termos pressa para fazermos o que precisamos e, para além disso, poder desfrutar à nossa vontade da beleza natural e ficar a conhecer um pouco da nossa história, através do nosso castelo, ponte romana, igrejas e pelourinho é uma Maravilha.
Embora não sendo natural daqui. sinto-a como sendo a minha segunda terra.
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