No ano de 1917, foram batizados, na Igreja matriz de Vilar Maior, 36 indivíduos, sendo 19 do sexo feminino e 17 do sexo masculino. Agora já não nos lembramos quando foi o último e começamos a perguntar-nos se ou quando voltará a haver um batizado.
Maria | Badana, Júlio Alves | Pascoal, Maria da Luz |
João | Barreira, Francisco | Antunes, Matildes |
Isabel Maria | Bernardo, José | Fernandes, Ana dos Anjos |
Filomena | Calamote, Joaquim | Santos, Luísa dos |
João | Cerdeira, Francisco | Monteira, Matilde |
António | Cerdeira, Manuel | Carmo, Maria do |
José | Costa, João | Fernandes, Lúcia |
Maria | Cruz, Joaquim | Bárbara, Josefina |
Filomena | Cunha, José | Joaquina, Ana |
João | Duro, Armando Martins Duro | Costa, Virgínia |
Francisco | Fernandes, João Fernandes | Lourença, Teresa |
Maria | Fernandes, Joaquim | Lavajo, Ana |
Joaquim | Fernandes, Manuel Alves | Proença, Valentina |
Julieta | Freire, Albino Monteiro | L., Isabel Maria |
João | Garcia, Joaquim | Monteira, Mariana |
Carlos | Gata, António | Gata, Maria Alves da Cruz |
Augusta | Gata, João | Esperança, Maria Neves |
Anunciação | Gil, José | Ferreira, Isabel Maria |
Maria de Jesus | Gomes, Manuel | Antunes, Prudência |
Filomena | Leal, Joaquim Fernandes | Lourenço, Luísa |
Virgínia | Margarido, Gabriel | Urbana, Ana Clotilde |
Olímpia da Conceição | Margarido, José | Bárbara, Miquelina |
Felisbela | Nunes, Alípio | Ándrade, Isabel |
Aurélia | Prata, José | Augusta, Felismina |
Matilde | Rasteiro, José | Passareira, Maria Amélia |
Maria | Robalo, José Maria | Lourenço, Ana |
Hermínia | Seixas, José | Cerdeira, Ana |
Manuel | Serrano, António | Soares, Rosália Lucrécia |
António | Silva, José | Anjos, Clara dos |
José Joaquim | Silva, José Martins | Jarmela, Isabel |
Adriano | Simões, João Ferreira | Martins, Ana |
José | Simplício, António Francisco | Silva, Maria |
José | Tavares, José Afonso | Alexandrina, Ana |
Francisco | Valério, António | Prata, Maria |
Germano | Valério, Joaquim | Soares, Maria |
Maria | xxxxxxxxxxxxxxxxx | Dias, Maria Isabel |
Da aldeia da minha infância me ficou memória viva de tudo; de uma maneira muito particular dos cheiros e dos sabores, sobretudo quando uns se combinavam com os outros. Pequeno-almoço só havia aos domingos. A lareira acesa, maior que nos outros dias, havia de dar brasas para colocar no ferro de engomar roupas, para aquecer águas e para fazer ferver panelas das quais uma seria de café, café Leão, cujo aroma intenso se espalhava por toda a casa quando, destapada a panela, se lançava uma enorme brasa que fazia o polmo assentar no fundo.
Nos dias de semana comia-se o almoço pelas nove horas, no tempo de Inverno. Um dos comeres mais frequentes era o caldo escoado: partiam-se batatas às rodelas finas cozidas em panela de ferro de grandeza proporcional ao tamanho da família. Para uma terrina haviam-se partido fatias, dito à maneira de lá fatigas, de pão recesso ou bem assente. Terminada a cozedura, parte da água das batatas é deitada sobre as fatias de pão temperadas com a gordura de pedaços de carne gorda frita (os chicharrões) que acompanham o prato a que se juntou colorau picante – o pimento – comprado em Allamedilla d’el Choco. Este é o prato. Na panela as batatas com o resto da água é o caldo de batata.
Fotografia exterior (abertura recentemente tapada)
Imagem do lado interior
Na casa que pertenceu a José Vicente, de alcunha o ti Salazar, e que hoje é propriedade de José João Valente, encontra-se a janela onde funcionava a roda dos expostos ou enjeitados, como hoje tive oportunidade de observar pelo lado interior da casa na janela que dá para a rua, tapada recentemente nas obras em curso. A minha ideia de que pudesse ser ali que colocavam as crianças indesejadas, pude confirmá-la hoje com os meus olhos: por dentro, como pode ver na fotografia, a abertura é em círculo para que a roda pudesse girar e lá está o buraco na parte inferior e na parte superior onde rodava o eixo do cilindro. A casa situa-se a nascente da Igreja da Misericórdia, próxima desta, numa ruela secundária, um pouco escondida como convinha à prática do ato, a Travessa do Churrião. A casa, com uma área de cerca de 40 m2, de rés-do-chão, de piso térreo e lageado, com porta de acesso do lado nascente e a dita janela, sendo a cobertura em telha vã. A casa tem um curral lageado onde se encontra uma cortelha de porco e o poleiro das galinhas. As obras em curso fecharam a janela onde funcionava a roda dos expostos e ligaram a casa à casa contígua que, eventualmente, poderia, à altura do funcionamento da roda constituir uma unidade que funcionaria como proteção das crianças.
A roda dos expostos, também designada como roda dos enjeitados, era um mecanismo em forma de portinhola giratória rodando na referida janela e com um tapume de alta abaixo de tal forma que era impossível ver de dentro para fora e vice-versa. Deste modo, se protegia a identidade do depositante, a maior parte das vezes a própria mãe da criança, que colocando a criança na roda a girava uma volta completa para que a criança chegasse ao lado de dentro. Puxava, a seguir, uma corda, badalando uma sineta que alertava quem estava do lado de dentro para a chegada de um novo hóspede.
Este modelo de acolhimento teve inúmeros adeptos pel Europa, sobretudo católica, a aprtir do século XVI. Em Portugal, espalharam um pouco por todo o território a partir de 1498 com o aparecimento das misericórdias.
Em 24 de Maio de 1783, o intendente geral da Polícia do Reino, Pina Manique, reconheceu oficialmente a instituição da roda , pretendendo pôr termo aos infanticídios e acabar com o chocante comércio ilegal de crianças portuguesas na raia, onde os espanhóis as vinham comprar. Com a chegada das ideias liberais, na primeira metade do século XIX, a Roda dos Enjeitados começou a perder a sua importância.
A roda surgia como uma tentativa de pôr termo ao infanticídio e ao abandono dos recém nascidos. Estes 'filhos de ninguém' eram, muitas vezes, filhos de mães solteiras, raparigas pobres e de relações proibidas. Por vezes as mães dos enjeitadas deixavam marcas identificativas, a fim de mais tarde as poderem recuperar. A Câmara tinha a incumbência de arranjar amas para amamentar estas crianças, suportando os respetivos encargos. As crianças eram por volta dos sete anos entregues a famílias onde começavam a aprender tarefas de agricultura, pastroreio ou algum ofício.
Não conheço, até hje, qualquer notícia escrita acerca da Roda dos expostos da Vila ainda que nas atas camarárias conste o registo de encargos e outras informações relativas aos expostos.
Neste blog em 9-11-2015 publiquei um post sobre o batizado de um exposto:
http://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/coisas-do-seculo-xix-na-villa-de-vilar-425712
Sem gente a nascer, em Vilar Maior, sentimos que um mundo está a acabar: Inevitável, inexorável, a morte vai batendo, numa e noutra porta, não só dos que ali vivem como dos que partiram para outros lugares. Toda a gente da vila, de uma ou outra forma, nos marca muito, cada um é sempre um pouco de nós. Por isso, quando partem, partimos um pouco também. D. Terezinha, como atenciosamente era tratada faleceu, em Lisboa, no dia 14 de janeiro. Todos os anos, pelo Verão, passava algum tempo na Vila com a família. Ao marido, filhos e restante família, apresentamos as nossas sentidas condolências.
Em 2017 é assim
O que vê na fotografia é a construção da plataforma onde será instalada uma antena da operadora NOS que permitirá aos respetivos clientes usufruir de rede de telemóvel.
Em 1953 era assim
Em 24 de Novembro de 1953 a Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones
Ofício a informava que
«a abertura do posto está pendente da vistoria do compartimento onde deve ficar instalado o telefone, a qual se efectuará na semana corrente»
Cerca de 100 anos após a invenção do telefone (1860), chega à Vila a possibilidade de falar para qualquer parte do mundo. Foi instalado o locutório (cabine que custou 300$00) no Comércio do Senhor Aníbal. A ligação ao recepor final não era direta e, por vezes, era precisa muita paciência. Primeiro ligava-se para Aldeia da Ponte e dali era estabelecida a ligação.
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