Por vezes, ficamos sem palavras e é preciso dar tempo ao tempo para que o tempo volte e nos deixe olhar para o tempo que foi. Essa a razão de só agora dar conta do falecimento da minha sogra, ocorrido a 12 de Novembro último.
Li num dos livros de Saramago que é a conversa das mulheres que sustenta o mundo, aquela conversa sobre as coisas quotidianas, assuntos banais e entendo hoje isso bem por mor das conversas com a minha sogra. Podiam versar sobre o tempo que faz, a ribeira que não há meio de correr, sobre a homilia do senhor padre ou, então, a recorrente conversa sobre quem é (era) parente de quem que dava sempre pano para mangas. De uma das vezes perguntou-me de onde teria vindo o seu pai. – Hei-de ver isso!, respondi-lhe, não advinhando a escassez do tempo. Hoje dir-lhe-ia que veio da Malhada, que era uma das terras com maiores ligações parentais a Vilar Maior.
Ana Dias Duarte (1926-2017) faleceu com 91 anos de idade, filha de José Duarte (1889-1947), com a profissão de sapateiro (que muitas vezes ajudava na identificação dos filhos que acresce ao nome de batismo) e de Joaquina Dias (1890-1950), neta paterna de João Duarte (?) e de Ana Gonçalves Neto (1843-1913 ) e neta materna de Florêncio Dias (1859-1916) e de Isidora Fonseca(?), esta que por corruptela da língua do povo era chamada Gidória.
Casada com António Cerdeira Seixas (1924-2016) formaram uma família com três filhas à qual, por casamento com a Teresa, tive a sorte de pertencer. Meio a sério, meio a brincar costumo dizer que com o meu sogro aprendi a deitar o barro à parede. Com a minha sogra aprendi a fazer o melhor pão do mundo e a saber que “quem tende e amassa tudo se lhe passa”. Nada nos consola da perda física como as boas memórias que ficam em nós. RIP
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