Da esquerda para a direita - Xico Jacinto, Adriano da Cruz, tocador (Xico dos Forcalhos?) e Zé Rasteiro
Ao domingo, depois do bailarico da tarde, as raparigas iam para casa e os rapazes iam à ronda com o tocador de concertina desfiando quadras umas atrás das outras:
Agora é que vou cantar,
Viva o meu atrevimento;
Quem não me quiser ouvir
Bote os ouvidos ao vento.
Na hora de Deus começo,
Padre, Filho, Esp'rito Santo.
É hoje a primeira vez
Que nesta roda canto.
Tenho um saco de cantigas
E mais uma taleigada
Se hoje as canto todas
Amanhã não canto nada
Sempre gostei de cantar
Ao pé de quem canta bem
Eu nunca vi a tristeza
Dar de comer a ninguém
Chorai fadistas, chorai
Que a mãe do fado morreu
Às sete horas da tarde
Na cidade de Viseu
Chorai olhos, chorai olhos
Que o chorar não é desprezo
Que a virgem também chorou
Quando viu seu filho preso
- Ó Laurinda,, ó Laurindinha,
Tua mãe 'stá-ta chamar.
- Eu bem sei o que ela quer:
Não me deixa namorar.
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