Hoje, é dia de festa!
A minha tia-avó materna Filomena Duarte completa a bela idade de 100 anos. É a pessoa mais velha da sua aldeia.
Passou pelas duas guerras mundiais, viveu a época da emigração, mas nunca saiu da sua aldeia - Vilar Maior.
A mais velha de três irmãos, viveu sempre sózinha. Uma mulher muito querida e amável para todos, nunca se meteu na vida dos outros, saindo à rua, apenas, para comprar o necessário para viver.
Costureira de mão cheia, ensinou muitas jovens e mulheres nesta arte. Era considerada uma das melhores da sua arte, na região.
Durante toda a sua vida, teve muitos cuidados com a alimentação. Lá tinha as suas ideias e colocava-as em prática. Leite, pouca carne…
Sabe ler e escrever, o que acontece com poucas pessoas da sua idade. Adorava ler o “Borda d’água” para poder saber o que ia acontecer.
Muito correta na forma de trato, mesmo no que diz respeito á família. Nós, as sobrinhas mais novas, somos tratadas, por ela, pelos nossos diminutivos ou por meninas e às nossas mães (sobrinhas diretas) trata-as como senhoras juntamente com os diminutivos. Quem diria, não é verdade?
Durante os anos que viveu em Vilar Maior, foi uma das responsáveis por dinamizar o coro na Igreja. Sabia tudo o que era necessário. era uma senhora muito conservadora e religiosa. E este aspeto leva-me a uma história muito engraçada que tenho com ela. eu teria por volta dos cinco anos e ainda não tinha sido batizada. Os meus pais tinham decidido que seremos nós ( eu e o meu irmão) a escolhermos os nossos padrinhos. Esta minha tia não percebia o porquê da demora do nosso batizado, uma vez que era usual as crianças batizarem-se quando bebés ou nos primeiros dois anos. A minha tia Mena achava isso muito estranho. Sendo assim, estando eu na casa da minha avó (irmã dela) chamou-me à parte e levou-me até à cozinha. Aí explicou-me todos os procedimentos do batismo. No final, encheu uma caçarola com água e molhou-me a cabeça, dizendo o que o padre diria “Eu te batizo, Susana…” Nunca mais me esqueci desta situação. desde aí, digo que fui batizada duas vezes. Não é para qualquer um!!!
Agora, encontra-se no Lar de Alfaiates, depois de os meus pais a terem levado para lá há volta de seis anos, depois de ter ficado muito doente.
É a única utente que não toma nenhum medicamento. Quando a vamos visitar, dá-nos sempre conselhos como se ainda fóssemos crianças.
Este ano, tinha decidido ir visitá-la, neste dia para lhe cantar os Parabéns e fazer uma festa, mas a situação atual não o permite.
Desejo-lhe o melhor, tia Mena! Viva os seus 100 anos! Parabéns! Saúde
Beijos grandes da sua Susaninha
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