Nota prévia: Esqueci-me de meter a carta, escrita há alguns dias, na caixa do correio. Daqui a meia hora fecham as urnas. Provavelmente, quando a ler, já saberá quem é o novo Presidente da Câmara.
Nasci em Vilar Maior, uma das cinco vilas medievais que integraram o concelho do Sabugal e que, passados cerca de 150 anos, consegue ter menos população que qualquer um dos extintos concelhos. É um extenso concelho - há, no planeta, 23 países com menor superfície – cujo eixo fundamental no seu desenvolvimento histórico foi o rio Côa.
Não me lembro da primeira vez que fui ao Sabugal. A maior parte da gente da Vila ia lá, pela primeira vez, a fazer o exame da 4ª classe. Acontece que, comprado o meu primeiro fato, eu com os do meu ano fomos fazer o dito exame a Alfaiates. Lembro-me que ir ao Sabugal não era motivo de júbilo para a gente da Vila onde, para tratar o assunto mais pacífico era, sempre, preciso contar com a boa catadura do funcionário. A viagem não era fácil e, em dias de Inverno, quase impossível ir e voltar (50 km) com luz solar. Mas era lá que se pagava a décima ou o relaxe da mesma, a licença do cão e mais disto e daquilo, mais a coima por atraso ou incumprimento, lá se ia tirar a certidão, mandar ler a matriz dum prédio, lá se ia dar parte de alguém ou prestar contas à justiça. Tudo pedido por favor e olhos no chão. Era o tempo em que esta lusitana gente mourejava de sol a sol, trabalhando como galegos em povoados sem luz, sem água e sem cuidados médicos. Eu vivi neste mundo. Após o exame da 4ª classe, despacharam-me para o seminário de Beja.
Por essa altura, começa o princípio do fim. Começou a guerra colonial. Inicia-se a diáspora para França, a salto quase todos ou com papéis, tornou-se o destino da maior parte, primeiro os homens, depois as mulheres e os filhos. Todos com uma história para contar. A maior parte pensou em ir e voltar. Compraram casas que, por vezes, não habitaram e campos que nunca cultivaram.
A Vila do Sabugal, elevada a cidade, e o concelho, no seu todo, foi-se esvaziando de gente. A primeira geração de emigrantes envelheceu e, com os filhos lá fora, recolheram-se em lares que foram surgindo por todas as terras vindo a constituir uma das partes essenciais da economia do concelho. E como é da natureza das coisas terminará num prazo curto.
A outra parte da economia, a sua parte mais importante, é a pior das economias: as vacas. Isto nada tem a ver com os seus atores que merecem todo o nosso respeito e que, sem eles, o concelho seria uma selva completa. Porém, é uma atividade que nem cria emprego nem valor acrescentado e que concorre com produtores europeus em circunstâncias completamente desvantajosas. Como criar uma carne com selo do Sabugal, quando sabemos que as vacas durante uma grande parte do ano são alimentadas com rações? O que torna essa carne assim tão distinta? Este é, apenas, um exemplo de promessas irrealizáveis. Não nos damos conta como a paisagem do concelho está a mudar, em grande parte devido ao uso do arame farpado que veio substituir as antigas paredes, com o aproveitamento quase total do território para pastagem das vacas.
Por vezes, não nos damos conta como a introdução de um fator é decisivo no desenrolar da História. No livro: “50 Coisas que Mudaram o Mundo”, Tim Harford faz constar a invenção da farpa que veio dar resposta aos grandes criadores de gado e agricultores que, finalmente, encontraram a forma segura, eficaz e económica, que nenhuma legislação poderia resolver, da delimitação da propriedade. Sem ela, os Estados Unidos não teriam sido ou não teriam sido como são e não teria havido uma grande potência, não teria havido Guerra Fria … e toda a História teria seguido um curso diferente.
A paisagem física – e a paisagem social – do Sabugal mudou. Mudou por causa da emigração. Na União de Freguesias Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos, as carrasqueiras estão a substituir os carvalhos. Em Vilar Maior, a zona do castelo e o interior das muralhas foram invadidas. O fenómeno deu-se em cadeia: as pessoas deixaram o campo, venderam cabras e ovelhas (adoram rebentos de carrasqueira) e as bolotas contrabandeadas por aves chegaram da vizinha Alamedilla e Albergaria e prosperaram.
Eu gosto dos carvalhos que, chegado o Outono, deixam cair a folha e deixam a vista desafogada e o sol aquecer a terra.
Gosto do território deste concelho e de pisar o chão. Este último mês de agosto, todos os dias vi nascer o sol raiano, não há auroras iguais.
No verão de 2016 e 2017 cumpri um projeto pessoal – Por terras do concelho do Sabugal, passo a passo - de conhecimento de todas as freguesias (antes das uniões) do concelho. Sempre, antes do nascer do sol, saía de carro em direção a uma povoação a partir da qual seguia a pé até à próxima. Percorria as ruas e largos, fotografava as igrejas e capelas, as torres sineiras, as cruzes, as senhoras dos caminhos, os paços da via-sacra, as alminhas, as fontes, os lavadouros, o forno comunitário, o tronco de ferrar, os brasões de armas e outros emblemas, os maçadoiros do linho, mobiliário urbano, o recinto de festas ou de touradas e o forcão – emblema maior das terras raiana. E encantava-me com a arquitetura das casas. As antigas, em pedra talhada ou pedra solta, rasteiras ou de rés do chão e andar, cobertas de telha velha, quase todas abandonadas, deixando-nos a adivinhar as histórias da gente que lá morou. Umas ainda conservadas na sua integridade física à espera de ninguém; outras de portas e janelas escancaradas, sem telhas com arcas esmagadas, cadeiras desconjuntadas, tonéis, dornas, instrumentos agrícolas, um jugo, uma albarda escolhambada, teares com teias penduradas; dentro, cresceram figueiras, silvas e sabugueiros, sobretudo sabugueiros que espreitam por cima cheios de flor; no curral, a latada pendurada até ao chão cheia de uvas que ninguém quer. E ficava doído, cá por dentro, com este abandono.
Depois, havia as casas que tinham tido sorte que os seus donos tinham conservado, renovado e aprimorado a seu gosto. Era possível distinguir, em casas diferentes ou nos sucessivos restauros, três idades: A idade da pedra, com portas e janelas (algumas em guilhotina) em madeira; depois, vem o tijolo e o cimento e, com ele, a idade do ferro que substitui portas, portões e janelas por aquele material; finalmente, o alumínio na sua cor natural. As entradas/saídas dos povoados, por vezes, com cemitério aumentado e lar de edificação recente, encheram-se de casas novas, algumas tipo maison.
Há uma sabedoria estranha na forma regular como, ao longo do tempo, surgiram as povoações: Em média, distam cinco quilómetros umas das outras. Não houve quem o planeasse deste modo, mas parece bem a quem andou todos os povos do concelho. Em tempo é cerca de uma hora. Cada povo fica, em média, com uma área de 20km2 que, multiplicado pelas freguesias, antes da união, dá, grosso modo, a área do concelho. Ao percorrer, passo a passo, todo este extenso concelho (feito a pé fica, ainda, muito maior) temos todo o tempo para experienciar, em nós, a natureza em toda a sua riqueza: ver o nascer do sol, os cheiros, os sons – de um motor de rega, dos chocalhos de um rebanho ao longe, do latir dos cães, do zurrar dos burros, do urrar das vacas, do cantar dos galos e, sobretudo, do trinar das aves. E, por vezes, um silêncio sem fim acompanhado do som dos passos do caminhante. Tempo para olhar em redor as paredes, os cômoros, as noras abandonadas, as regadeiras feitas em pedra e, em tudo, admiro o saber ancestral. Ficava contente quando aparecia alguém, homem ou mulher, para ouvir uma voz humana. Preferia ouvir e fazer perguntas. Uma pergunta era certa: - De que têm brio cá na vossa terra? E todos apontavam o indicador maior da sua identidade, desde a festa do santo ao altar de talha dourada, a isto e àquilo. Contavam as suas histórias que começavam num tempo de pobreza e dos passos da vida que os conduziu até a este momento em que me encontraram, por acaso.
Ninguém conhece este concelho da maneira que eu conheço. Não trocaria esta minha experiência por nada. Há coisas que são intraduzíveis. Posso falar-vos da Redondinha, ou de outros lugares, mas não sou capaz de vos traduzir o que senti ao visitá-los. Sei que lá voltarei, provavelmente, de carro.
Um concelho extenso palmilhado, passo a passo desde os extremos da Cerdeira à Malcata, dos Forcalhos à Bendada, aos pequenos povos da Arrifana, das Batocas, do Escabralhado, do Faleiro (onde não mora vivalma), do Cardeal, de Pouca Farinha, de Roque Amador, da Redondinha e outros. Talvez me perguntem: -Foi a Dirão da Rua? E a resposta é, ainda não.
No dia 18 de Setembro, vinha ao fim da tarde de mais uma visita a Sortelha - com muita gente pelas ruas, muita gente a visitar a antiga vila. Parei na principal rua do Sabugal para tomar uma bebida. Estavam três pessoas na esplanada. E, de gente, não vi mais. No Sabugal, não há uma livraria. Se quiser adquirir um livro, mesmo da cidade ou do concelho, não tem como o fazer. Num outro dia, precisei de tirar uma certidão no registo civil e tomei uma rampa (na minha idade já vou procurando acessos mais cómodos) que, no final, impedia a entrada no edifício. Eu sei! São pormenores, coisas pequenas. Porém, quem não tratar das pequenas, é escusado prometer coisas grandes. Na Primavera, levei comigo um jornalista aqui do Porto que tinha interesse conhecer o concelho do Sabugal. Percorremos todo o concelho (de carro, está-se a ver!) e ficou admirado como é que eu sabia que era para a direita e não para a esquerda se não havia informação. Disse-lhe que eu era daqui e as pessoas de cá não precisam de informação. No dia seguinte, a viagem era em direção às Termas do Cró. Saídos de Vilar Maior, uma bifurcação: Lá estavam as placas indicadoras: Vilar Formoso, à esquerda; Sabugal, à direita. Sem problemas, mas tive de contar ao meu amigo que estas indicações são recentes e foi preciso dez anos para serem repostas. Chegados à Bismula, à saída, em vez de virar para a placa que indica Vale da Éguas, seguiu em frente. - Eu sei que tu sabes que todos os caminhos vão dar a Roma mas inverte a marcha que por ali é mais perto. Passados dois kms, depara-se uma rotunda de que apenas resta sinalização em frente (Vale das Éguas). Pergunta-me:- E agora? Disse-lhe que para a esquerda é Ruivós, para a direita é Valongo e que, por aí, até seria mais perto para as termas mas iríamos perder dois trechos do rio Côa na praia de Vale das Éguas e da Rapoula. Tudo isto num percurso de 15 ou 20 kms.
Percorrer o concelho do Sabugal, passo a passo, seria um bom começo para ser presidente da Câmara. Andar a pé ensina-nos três coisas importantes: perseverança, coragem e humildade.
Seja quem for o Vitor vencedor, não se esqueça que a oposição é importante e que nenhum caminho de sucesso pode ser trilhado sem o contributo de todos.
Os pais de José Simões Valente
José Simões Valente é um conterrâneo que emigrou para os Estados Unidos da América onde exerceu o ofício de alfaiate tendo falecido em outubro de 2018. Muitas das fotografias antigas de Vilar Maior, algumas publicadas neste blog, circulam nas redes sociais. Em 1940 e 1950 uma máquina fotográfica na Vila era raro aparecer. Escreveu-me e telefonou-me algumas vezes e enviou-me, entre outros escritos e fotografias a carta que agora publico.
https://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/requiescat-in-pace-jose-simoes-valente-484273
Filadélfia, 18 abril 2010.
Senhor Júlio Marques
A história começa assim: havia uma pedra na parede da Casa da Amoreira que pertencia ao tio António Simões o qual vivia na parte de cima da igreja no Cimo da Vila. Era casado, pela segunda vez, com a senhora que me parece que se chamava Clotilde, não sei bem se o nome será correto ou se este nome era da irmã que vivia ao lado da casa da minha avó Aninha Valente. Do primeiro casamento, o tio António Simões teve um filho de nome Zé Ferreira que era casado com a minha tia Mariana Simões. Do segundo casamento ele teve três filhos: a mais velha que chamada mariquinhas casou em albardo, onde vivia com a família; uma outra filha que era muito bonita, mas não me lembro do nome dela; o filho mais novo que se chamada Júlio Simões e que eu e ele brincámos juntos, morreu de desastre na queda de um muro. O assunto que me leva a contar esta história, é que a família Simões era muito bem vista e acreditada pelo Reino nos anos de 1700-1800 e entrada de 1900. O quando Vilar Maior é o conhecimento do serviço que a família Simões prestava à nobreza dessa altura, mandou pôr uma pedra - tipo placa - com uns certos dizeres que eu não conheço.
Certo é que na primeira e segunda década dos anos de 1900, essa placa foi tirada da casa onde estava e levada para adega dos Pessanhas, no tempo que era encarregado do casal o senhor Júlio Neves, agora propriedade do seu filho Zé Pedro. Conheço esta história porque foi meu pai que me contou e me lembro da altura que a pedra foi tirada da parede pelo ti Seixas pai do António Seixas não me lembro se o filho também ajudou. Nessa altura já o meu pai trabalhava na lavoura com as vacas do meu avô, o ti Simões velho, marido da avó Clemência. A minha família vivia fora da Vila, primeiro em Seia e depois em Fornos de Algodres e, como era costume, íamos todos os anos passar a festa a Vilar Maior. Toda a gente conhecia o meu pai que era estimada por toda a gente da terra. Na altura, devia ter nove ou dez anos de idade, estava na praça com o meu pai, o meu avô João e outras pessoas que também estavam a ouvir a música e ver dançar as pessoas e, próximo o senhor Júlio Neves a convidá-las para irem à Adega do Pessanha provar o vinho (era dia de festa), mais de meia dúzia aceitou o convite e eu fui também na companhia do meu pai, como curioso. Entrámos na adega (na casa das Portas) e, depois daquela gente provar a boa pinga, puseram-se na conversa, uns de pé e outros sentados, onde houvesse lugar para isso, e no chão estava a pedra (que é a tal pedra de que falo) aonde eu me sentei dizendo-me o meu pai que aquela pedra, onde eu estava sentado, pertencia à família Simões. Perguntei-lhe porque é que aquela pedra tinha ido parar ali àquele sítio… Ele contou:
A família dos Pessanha, sendo a família mais rica da vila, nesses tempos, quando passavam lá na rua que hoje chamam Rua de Cima, não gostavam de ver ali aquela pedra, na casa do tio Simões, herançados seus bisavós e, então o senhor Pessanha convenceu o tio António Simões, já velhote e também um pouco estúpido, a remover dali a dita pedra, talvez a troco de alguma coisa, talvez um favor.
O certo é que a pedra foi levada num carro de vacas para antiga, que nessa altura, não servia para mais nada que do que as pessoas se sentarem quando bebiam um copo de vinho. Lembro-me muito bem que as pedras da parede da Casa da Amoreira, com o decorrer dos anos, ficaram escuras, mas ao meio da parede havia uma pedra mais nova, que foi posta depois de tirar a outra. Hoje, essa pedra estará até pintada e não se percebe o sítio onde estava a tal pedra, mas ainda há muitas pessoas na vila que são capazes de se lembrar disto. Eu não faço ideia, onde pode estar essa pedra. Se continua na adega do Zé Pedro ou se foi levada para algum lado ou, até se foi, partida em bocados para ajudar a fazer alguma parede. A meu ver, deveria estar no património de Vilar Maior. O senhor João Marques e a senhora Graça ou os meus pais, são capazes de se lembrar disto, ou mesmo outras pessoas de idade que ainda vivem na vila. A casa de que falo fica pegada com a de José Simões, agora da Antoninha, quase de frente com a casa do tio Joaquim Médico, que ficava quase ao lado do meu avô. Receba cumprimentos meus.
Subscrevemo-nos José Simões Valente
PS
Senhor Júlio, desculpa minha ortografia mas as máquinas de escrever e os computadores, aqui nos Estados Unidos, não têm acentos nem sinais como em Portugal. Quando se escreve a máquina ainda se podem por os acentos, mas no computador não. Desculpe e faça a sua leitura correta. Se tiver alguma informação acerca da história da pedra exigir que desse alguma informação por hoje mais nada.
O blog Vilar Maior, minha terra minha gente, tem ao longo dos anos, desde 2006, procurado pugnar pelos interesses de Vilar Maior e das suas gentes. Desde 2020 que tem vindo a propor um projeto designado “Tornar Vilar Maior uma Aldeia Cultural” e que tem sido explicitado aqui em posts recentes. No próximo domingo haverá eleições e cada um escolherá livremente quem achar que melhor defende o bem comum da freguesia. Este ato de cidadania implica uma responsabilidade para os eleitores e para os eleitos que não termina com o depósito do voto na urna e o apuramento dos resultados. Depois é o tempo de cumprir os compromissos assumidos com os eleitores.
Haja o que houver, venha quem vier, creio que estará motivado em fazer o melhor pelo bem comum que é esse o fim da política e que os eleitos tendo merecido a confiança dos eleitores estarão atentos ouvindo e vendo, comunicando, congregando esforços, incentivando a participação de todos. E tendo orgulho na terra em que vivemos e ambição para a tornar maior e melhor.
Orgulho no extenso território que pisamos que é o nosso chão que vai da raia no planalto das Batocas que desce à planura de Aldeia da Ribeira e do Escabralhado; Da Arrifana que das suas penedias desce às veigas do Cesarão; do Carvalhal altaneiro a Badamalos todo voltado ao Côa. E Vilar Maior no centro a lembrar o tempo que era concelho.
Extenso território de 66,9 Km2 – maior que Estados/países como o Vaticano, o Mónaco, Nauru,Tuvalu ou San Marino; maior que muitos concelhos portugueses. Um território de morfologia variada, com rios, ribeiras e ribeiros, de montes e vales; de carvalhos, freixos e amieiros; de cabeços, tapadas, chães, lameiros, veigas, hortas e quintais; de lobos, raposas, javalis, coelhos e lebres; e memória de um Cesarão peixeiro.
Um território que alimentava a sua densa população e ainda exportava centeio, vinho, batata, feijão, linho, lã.
Esta União de freguesias é agora a que tem, no concelho, a mais baixa densidade populacional, com uma pirâmide populacional completamente invertida. Ou seja, temos um problema extremamente sério. Tão sério que até nos dói cá dentro falar dele. Mas só há duas hipóteses: Ou não tem remédio (e remediado está); ou tem remédio e teremos de saber qual e saber aplicá-lo.
Porém, há coisas que têm de ser feitas (não falo agora do projeto) venha quem vier (e refiro Vilar Maior que conheço melhor):
- Umas casas de banho no largo da Praça (ou nas suas imediações) – Trata-se de uma questão sanitária elementar.
- Limpeza das ruas durante todo o ano (deverão estar sempre como o estiveram estes últimos meses)
- Retirar os contentores (verdes) que se encontram na Praça e no Pelourinho (Eu sei que de tanto estarem ali já ninguém repara). Seria de pensar (como acontece em outras terras vizinhas) em construir um recinto para festas: Às portas da Vila no Chão de S. Pedro? No Buraco?
- Limpar o rio Cesarão no troço entre o Poço da Andorinha e a barragem das Eiras e consertar o açude abaixo da ponte criando aí um lago de água.
- Requalificar as Eiras como zona de lazer.
Claro que há muito mais. Mas estas parecem-me importantes.
Mais uma vez quero dizer que quando escrevo ou falo não é para dizer como as coisas são mas apenas como eu as vejo e que não me aborreço por outros as verem de outro modo. Por formação profissional, sempre gostei de dar razão do que digo e, é-me muito grato ver nos outros idêntica atitude. As coisas públicas, as coisas que são de todos nós devem ser tratadas por todos. É um direito e um dever.
Aos vilarmaiorenses e, em especial, aos candidatos à Junta de Freguesia
Não sou eleitor na União de Freguesias Aldeia da Ribeira, Vilar Maior, Badamalos. Mas tenho interesses e interesse em Vilar Maior. Posso mesmo dizer que o meu trabalho ‘pro bono ‘ foi, desde há muitos anos, agora ainda mais, em prol de Vilar Maior. ‘Pro bono’ é um trabalho voluntário e não remunerado mas que não é um hobby. Tenho a sorte de, na vida incluída a profissional, trabalhar com gosto e de poder escolher o que fazer. Nesse trabalho, em prol da Vila, colocaria como marcos relevantes: a criação, em 1971, da Associação Cultural e Desportiva de Vilar Maior; em 1997, a edição da monografia Memórias de Vilar Maior, Minha Terra Minha Gente; em 2006, a criação do blog Vilar Maior, Minha Terra Minha Gente (prestes a atingir dois mil posts) e a criação da Feira dos Talentos que se realizou em cinco edições -2012, 2013, 2014,2015 e 2016.
E a seguir?
Há muito, aprendi que há coisas que não se ensinam e muito menos devem ser pregadas, seja qual for o púlpito ou cátedra. A participação cívica é uma delas. Cada um a fará como entender, à sua maneira. Essa é a boa sorte que nos calhou – ou que conquistámos – viver numa democracia. Essa boa sorte temos de a preservar e de a alimentar todos os dias.
Haja o que houver, venha quem vier, o blog Vilar Maior, Minha terra minha gente, deixa aqui um projeto aberto, já apresentado em posts anteriores, Tornar Vilar Maior uma Aldeia Cultural.
Precisamos do esforço da gente da Vila, do contributo de todos, ausentes e presentes, dos amigos de Vilar Maior e das suas organizações e instituições - Junta de Freguesia, Irmandade da Misericórdia, Associação Muralhas de Vilar Maior e Paróquia - para a realização do projeto.
Duas dessas obras já se encontram realizadas:
O que começou por ser a reedificação da Forca – de que foram levantadas as paredes do patíbulo – e se acrescentou o miradouro e o baloiço nos Chãos da Forca;
O painel com o Hino do Senhor dos Aflitos, no largo da sua capela.
O projeto e as obras enumeradas a seguir foram aqui descritas e justificadas em posts que poderá consultar, pesquisando no blog com a expressão: Tornar Vilar Maior uma Aldeia Cultural
A- Obras sem custo ou baixo custo:
B - Com algum ou bastante custo:
Tratando-se de um projeto aberto acolhe adições e subtrações, sugestões, crítivas e alterações. Se não houver programa nem projeto, nem compromisso tudo será como tem sido - ao deus dará.
Em 15 do corrente mês, após ter sofrido uma queda e ter sido operado, regressou ao lar e, no seguimento de complicações respiratórias, acabou por falecer no hospital. O velório é sábado, na Igreja do Campo Grande, às 12 horas, seguido de missa às 13,15h . Seguirá, depois, para o cemitério dos Olivais onde será cremado. Só mais tarde serão levadas, para Vilar Maior, as cinzas para serem sepultadas. José Dias Gonçalves, nascido em Vilar Maior, em 1923, teve uma longa vida que passou pela Guarda como comerciante, mais tarde por França como emigrante e, finalmente, muitos anos ainda, em Lisboa. Era pai de Albino Leonardo Dias (e mais cinco filhas) que, recentemente, executou e ofertou um painel com o Hino do Senhor dos Aflitos. Um homem alegre que, com o seu acordeão, animava quem gostasse de música ou de um pé de dança. Também por isso e pelas conversas que tinha comigo, a caminho do Noémi para apanhar o comboio, era um tio especial de quem guardo boa memória. Para toda a família as minhas condolências.
Há 11 anos que a a família Silva Leonardo se reune no primeiro sábado do mês de setembro em confraternização, à volta de uma mesa. Como tudo muda, vão-se perdendo rostos e, felizmente, aparecendo outros. No próximo evento, esperamos celebrar os 100 anos da pessoa mais velha da família, Lúcia Leonardo, no Cartaxo.
O caminho para realização do projecto "Tornar Vilar Maior uma Aldeia Cultural" trilhará sempre o mesmo compasso: das ideias às palavras e destas às obras. Assim aconteceu com a obra agora instalada no Largo do Senhor dos Aflitos, integrada nas obras de baixo custo. Em post aqui publicado em 27 de fevereiro de 2020, ficava lançada a ideia:
"E deixo aqui mais uma sugestão. O Senhor dos Aflitos e a sua festa são, creio, indiscutivelmente, o ponto mais forte que une os vilarmaiorenses e o Hino é como se fosse o hino de Vilar Maior. Por que não fixar a sua letra no exterior da capela ( na parte frontal, lateral ou em suporte independente?) Em suporte cerâmico ou outro são questões técnicas. Se a vida de Vilar Maior passa por uma vertente de turismo esse terá de ser cultural, feito dos monumentos, das tradições e de histórias. Estas é preciso contá-las. "
A Olivia lançou o repto ao irmão Albino, Albino Leonardo Dias, que concretizou a obra que podemos apreciar neste largo que merece ser aprimorado.
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