Tornar Vilar Maior uma aldeia cultural também passa por aqui.
Nas Portas é onde tudo principia. Na imagem é o princípio onde a arqueóloga Bárbara Carvalho nos convida a dar corpo, nesta parte do vale do rio Cesarão, ao projeto Wild Côa Synphony que envolve todo o percurso da nascente até à foz de que resultará um filme-retrato poético. Caminhámos até à Fonte Velha e, em silêncio, ouvimos na voz do eco-artista Antony Lyons um texto poético sobre a natureza. Descemos o caminho ladeado de uma miríade de flores que esgota toda a paleta de cores, ao som do chilrear das aves. Cada participante foi convidado a colher uma flor com a qual seria fotografado no final. Junto da entrada deste santuário natural que é o Vale Carapito, colocados em círculo, com breve explicação deste lugar fomos convidados a fazer silêncio para ouvir todos os sons circundantes. Depois foi a vez do Antony nos fazer ouvir a gravação de sons de mamíferos que habitam ou habitaram este lugar. Seguimos para proximidade do Cesarão e, sobre uma imponente lage, foram referidos animais que habitaram em eras passadas o planeta e esta região e ouvimos, em silêncio, as suas vozes. Descemos ao rio e no comprido e singular pontão do Pindelo, à sombra dos freixos e salgueiros com o som do Cesarão em fundo, escutámos, então, o som dos animais amfíbios. O fresco da sombra dos freixos, o murmúrio das águas, o chilrear das aves misturado ao canto das rãs envolviam o convívio dos participantes. Subimos as Escaleirinhas e ao cimo da Costa, entrados no (des)povoado Cimo da Vila, foi tempo de, dispostos em circulo, o compositor e músico Jesse d Vernon nos conduzir à execução de uma coreorafia sonora que terminou com uma composição dedicada a Vilar Maior. Terminou animada com um lanche no "Cimento" com comes e bebes e canções acompanhadas à viola pelo Feranando Duarte e pelo Jesse, em modo rapsódia, deste "Menina Estás à Janela", ao "Yesterday", "Grandôla Vila Morena" e cantares alentejanos.
Uma tarde animada, verdadeiramente cultural.
Vilar Maior, 30 de Abril de 2022
(Fotografia de Maria Bárbara)
Com o tempo tudo muda. As gentes e os lugares. Aquelas ao ritmo natural. Os lugares artificiais, por decisão das gentes. Os nomes dos lugares, alguns permanecem, outros mudam, outros caem no esquecimento. No Cimento - foi o material de que era feito que lhe deu o nome - havia o Comércio e a Taberna. Por ali passavam as vidas das gentes para tratar de coisas sérias e de coisas banais, para ouvir e contar histórias ou para jogar a raioila ou, mais tarde, jogar matraquilhos. Ao tempo, a higiene deixava a desejar e as moscas atormentavam as gentes que punham reposteiros na porta para poderem estar sossegadas. As cadeiras de plástico eram uma novidade que, antes, as gentes sentavam-se no cais ou nos maçadoiros. A glicínia foi-se estendendendo e teve direito a um suporte próprio da idade do ferro. O garoto, em vez de beber um pirolito, chupa um gelado. A caixa de correio funcionava todos os dias como no tempo de Bento Pertunhas da Morgadinha dos Canaviais.
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