Terça-feira, 21 de Março de 2023

Tarde de domingo

VM 006.jpg

Toda a gente, mesmo sem graça, tem a sua graça

Por isso meu pai interrogava

Antes de uma qualquer conversa

Qual é a sua graça?

Manel, Tonho ou Zé, 

Diziam em apresentação

Pois a minha é João

E antes que assunto tratassem

Faziam aturada investigação

A quem pertence vomecê

E vomecê de que terra é

Desafiando parentescos até à sétima geração

Escarafunchando pelo tempo

Chegavam à conclusão 

Que eram parentes, então!

Abeiravam-se do tonel

E de copo de vinho na mão

Celebravam com chalaça

A história da sua graça

Como se cantassem uma canção!

publicado por julmar às 11:23
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Sábado, 18 de Março de 2023

Requiescat in pace, Francisco Cerdeira

trilhos de vilar 014 (2).jpg

Faleceu Francisco Fonseca Cerdeira, filho de José Monteiro Cerdeira e de Elvira Fonseca, nascido em Vila Maior no ano de 1959. Conheço o Chico desde que pisou chão e começou andar pelas ruas da Vila. Teve uma infância igual à de todos nós, era uma criança inteligente como me referia a mãe, a ti Elvira, e a irmã Maria que dele cuidaram toda a vida com desvelo e afeto. A vida trouxe-lhe  complicações de saúde e sofrimento que limitaram  o seu gosto pelo trabalho, a sua natural alegria e boa disposição que nunca deixou de espreitar do fundo do seu olhar. Merece de todos nós louvor e reconhecimento pela forma como desempenhou, com gosto e competência a função de sacristão apesar do esforço físico exigido. Que teria sido de nós ( e como será daqui em diante) se o Chico não tocasse os sinos? Também a vida dele não teria tanto sentido. Uma das facetas do Chico era o humor que se expressava não tanto no dizer mas na forma de olhar. Dizia qugostava sobretudo de tocar a sinal, porque era sinal que ele ainda cá estava. Na última conversa, como noutras anteriores, o Chico queixou-se que lhe doía isto e aquilo e desesperava, anunciando no que dizia que isto já não era vida. Recordaremos o Chico com os seus elementos icónicos (ver fotografia): o olhar, o boné, o apito e o pau. Estamos todos de luto.

Os meu sentidos pêsames à Maria e Zé Carlos, aos sobrinhos e demais família

publicado por julmar às 12:10
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Terça-feira, 14 de Março de 2023

Memórias de infância

Albert TB.JPG

Ao ler este texto do amigo Alberto, que na Vila passou alguns dias, puxou as minhas memórias de infância. Tão parecidas!

«Crescíamos a olhos vistos e o mundo em torno de nós diminuía de dia para dia. Todas as coisas consideradas difíceis de obter, de repente desabavam a nossos pés e ofereciam-se.

Mas rápido tudo se nos quebrava nas mãos, e cada dia, de prova em prova, teima-que-teima, inexperientes, violávamos as esperanças tapadas e fugidias dos nossos recantos secretos. Saldões tímidos, vorazes e avessos nada nem ninguém nos segurava. A vida era, tão-somente, um extenso campo de jogos. Quem é que nos levava a palma, no pino do verão, quando saltávamos nus, à pai Adão, na laje do açudes sobre o riacho junto do moinho do Milagre, onde a maioria da malta se metia a nadar no baixinho e os mais afoitos no “poço” de águas escuras povoado de trutas, sob os olhares curiosos das nossas pequenas admiradores sentadas na borda da carcomida ponte de pau, lembras- te, Alberto?
Para lá do material a muralha que nos separava do segredo das coisas a vida era decerto outra; e, talvez (quem sabe?), Mais simples. O tempo, só o tempo, nos haveria de fazer crescer… Todos os dias-recordo-estalavam palavras novas, ideias padrões e as casas aglomeradas do nosso pequeno burgo (que o tempo memorizou mais do que os milheirais saturados de água e do que os campos arados onde é zero velas a vidas procurado minhocas e outra bicharada), casario cimentado com as nossas invisíveis incógnitas. A nossa vida era ainda ensaio, ânsia de experiência…
 
(…)
“Mas vivíamos sem problemas mentais na liberdade do doce invento de sermos nós próprios. Vivíamos e éramos felizes!… Bons tempos!»
publicado por julmar às 16:56
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