Toda a gente, mesmo sem graça, tem a sua graça
Por isso meu pai interrogava
Antes de uma qualquer conversa
Qual é a sua graça?
Manel, Tonho ou Zé,
Diziam em apresentação
Pois a minha é João
E antes que assunto tratassem
Faziam aturada investigação
A quem pertence vomecê
E vomecê de que terra é
Desafiando parentescos até à sétima geração
Escarafunchando pelo tempo
Chegavam à conclusão
Que eram parentes, então!
Abeiravam-se do tonel
E de copo de vinho na mão
Celebravam com chalaça
A história da sua graça
Como se cantassem uma canção!
Faleceu Francisco Fonseca Cerdeira, filho de José Monteiro Cerdeira e de Elvira Fonseca, nascido em Vila Maior no ano de 1959. Conheço o Chico desde que pisou chão e começou andar pelas ruas da Vila. Teve uma infância igual à de todos nós, era uma criança inteligente como me referia a mãe, a ti Elvira, e a irmã Maria que dele cuidaram toda a vida com desvelo e afeto. A vida trouxe-lhe complicações de saúde e sofrimento que limitaram o seu gosto pelo trabalho, a sua natural alegria e boa disposição que nunca deixou de espreitar do fundo do seu olhar. Merece de todos nós louvor e reconhecimento pela forma como desempenhou, com gosto e competência a função de sacristão apesar do esforço físico exigido. Que teria sido de nós ( e como será daqui em diante) se o Chico não tocasse os sinos? Também a vida dele não teria tanto sentido. Uma das facetas do Chico era o humor que se expressava não tanto no dizer mas na forma de olhar. Dizia qugostava sobretudo de tocar a sinal, porque era sinal que ele ainda cá estava. Na última conversa, como noutras anteriores, o Chico queixou-se que lhe doía isto e aquilo e desesperava, anunciando no que dizia que isto já não era vida. Recordaremos o Chico com os seus elementos icónicos (ver fotografia): o olhar, o boné, o apito e o pau. Estamos todos de luto.
Os meu sentidos pêsames à Maria e Zé Carlos, aos sobrinhos e demais família
Ao ler este texto do amigo Alberto, que na Vila passou alguns dias, puxou as minhas memórias de infância. Tão parecidas!
«Crescíamos a olhos vistos e o mundo em torno de nós diminuía de dia para dia. Todas as coisas consideradas difíceis de obter, de repente desabavam a nossos pés e ofereciam-se.
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