o culto aos mortos ajuda as pessoas a processarem o luto através de rituais como os velórios e cerimônias fúnebres oferecendo algum conforto emocional.
2) A necessidade de assegurar a imortalidade ou continuidade sendo que o culto aos mortos pode ser visto como uma forma de assegurar que o espírito ou alma do falecido tenha um destino favorável ou uma continuidade de existência em outra forma. Rituais funerários e homenagens aos antepassados podem ser considerados maneiras de ajudar os mortos a transitarem para essa outra existência.
3) Necessidade de manter a conexão entre os vivos e os defuntos que, de algum modo, permanecem como fazendo parte da comunidade. Eles podem continuar a influenciar a vida dos vivos e estes podem ajudar à expiação das suas faltas na vida terrena. A memória perpetua-se na campa do cemitério ou no cruzeiro junto do caminho ou na berma da estrada onde a morte o colheu.
O cristianismo ao longo da sua história foi construino todo um ritual que todos bem conhecemos, pois toda a religião é um conjunto de crenças e rituais que preparam o homem para 'a vida que há-de vir' após a morte. As Alminhas - nichos, pequenas capelas, ou simples monolitos - encontram-se abundantemente por caminhos antigos da Vila e do concelho. Como ritual mais significativo há o culto, a seguir ao de todos os santos 'O Dia dos Fiéis Defuntos' que em Vilar Maior representa, atualmente, o dia em que mais Vilarmaiorenses comparecem na Vila.
Na Vila, por enquanto, os vestígios mais antigos do culto e sepultamento dos mortos está patente nas sepulturas escavadas na rocha, um pouco presentes pelas aldeias do concelho do Sabugal, cujo principal conjunto se encontra no lugar da Correia das quais existe descrição detalhada. Este tipo de sepulturas escavados na rocha são práticas funerárias antigas (Antigo Egito - 2600 a.C. 1075 a. C, Turquia, Jordânia, Regiões do Império Romano; Etiópia, Peru, Região Mediterrânica, Em África na atual Tunísia e Líbano), existentes um pouco por todo o mundo, e que se caraterizam por envolver a escavação de câmaras ou nichos diretamente em formações rochosas, servindo como locais de descanso permanente para os mortos.
As sepulturas escavadas nas rochas em Portugal são um dos vestígios arqueológicos mais enigmáticos e antigos do país, datando principalmente de períodos da Alta Idade Média (c. 5º ao 10º século d.C.), embora algumas possam ser ainda mais antigas, pertencendo à Antiguidade Tardia (c. 4º século d.C.) e, em alguns casos, ao Período Romano. Essas sepulturas estão espalhadas por várias regiões de Portugal, com maior concentração no norte e no centro do país.