Caros leitores e conterrâneos,
Hoje, ao sentar-me para escrever mais uma vez neste espaço que construímos juntos, fui tomado por uma surpresa e uma emoção indescritível: este é o post de número 2000 do blog Vilar Maior, minha terra, minha gente.
Parece que foi ontem que, em 6 de agosto de 2006, publiquei as primeiras palavras neste cantinho virtual dedicado à nossa terra, à nossa história e às nossas memórias. O tempo passou e, com ele, vieram tantas recordações, relatos, fotografias e partilhas que ajudaram a manter viva a identidade de Vilar Maior e o amor que nos une a esta terra. Por aqui passou tanto da Vila - pessoas, lugares, acontecimentos, histórias. Tudo aqui registado, vivos e defuntos. Aqui se reencontraram pessoas das mais diversas partes do mundo.
Cada post publicado foi um elo nesta corrente de memória coletiva. Juntos, revisitámos tradições, contámos histórias de gentes que marcaram a nossa comunidade e celebrámos as belezas que fazem de Vilar Maior um lugar tão especial. Mas, acima de tudo, fortalecemos laços, mesmo à distância, porque este blog sempre foi mais do que um simples espaço virtual: é um ponto de encontro para todos aqueles que levam Vilar Maior no coração.
A marca dos 2000 posts não é apenas um número. É um testemunho do carinho e dedicação que tenho por esta terra, mas também da força da comunidade que se reuniu em torno deste espaço. Cada visita, cada comentário, cada partilha me impulsionaram a continuar e são a razão de eu seguir escrevendo.
Agradeço, de coração, a todos que acompanharam esta jornada, seja desde o início ou nos anos mais recentes. Que venham mais histórias, mais memórias, mais recordações e, quem sabe, mais 2000 postagens para honrar e celebrar nossa querida Vilar Maior!
Com gratidão e amizade, Júlio Marques
As mulheres da minha aldeia sempre foram o pilar invisível, mas inquebrantável, que sustentou famílias, tradições e memórias. Eram elas que amanheciam antes do sol, preparando o pão, cuidando dos filhos, lidando com a terra e com os animais, sem nunca se queixarem do peso que carregavam nos ombros. Mulheres de mãos calejadas e olhares firmes, que sabiam que a vida era feita de trabalho e resistência.
Também havia os homens – e que seria deles sem elas? A natureza, na sua inteligência, mandava, regra geral, que os homens morressem primeiro, pois não saberiam cuidar de si. Viúvas ficavam vestidas de negro para sempre, não apenas em sinal de luto, mas porque a sociedade esperava delas essa devoção silenciosa. Seguiam em frente, carregando sozinhas a memória dos que partiram e a responsabilidade de manter as famílias unidas.
Na minha aldeia, as mulheres eram as primeiras a levantar e as últimas a descansar. Elas davam à luz, criavam os filhos, enterravam os seus mortos e seguiam vivendo, mesmo quando a vida parecia não lhes dar tréguas. Eram donas de uma força silenciosa e de uma dignidade que o tempo não conseguiu apagar.
Hoje, quero homenagear essas mulheres, que foram mães, avós, irmãs e filhas, que amaram e sofreram em igual medida, que riram e choraram sem nunca perder a essência daquilo que eram. Mulheres que, mesmo sem saber, ensinaram-nos o verdadeiro significado de coragem e resiliência.
Lembramos aquelas que, desde tenra idade, pegaram na enxada e no sacho, que cavaram a terra com mãos calejadas e pés firmes, que mondaram ervas, ceifaram o trigo, regaram os campos, garantindo o sustento da casa. Mulheres que, mesmo cansadas, voltavam para os seus lares, onde a lida nunca terminava. Acendiam o lume, enchiam a panela com o que a terra dá e, com mestria, aproveitavam cada ingrediente com sabedoria, lavavam a roupa na presa de Vale de Castanheiros ou na ribeira, fiavam e teciam, transformando fios em peças de aconchego. E cantavam, para afugentar o mal.
Foram mães dedicadas, esposas incansáveis, filhas diligentes e avós sábias. Carregaram cestos e cântaros à cabeça, levaram os filhos ao colo e suportaram fardos invisíveis, aqueles que a vida lhes impôs sem pedir licença. Com a força de quem nunca desiste, enfrentaram o vento e a chuva, o frio e o calor, sem nunca baixar os braços. Resistiram.
Hoje, queremosr lembra e honrar estas mulheres. Porque foram elas que, com sacrifício e resiliência, ergueram famílias e transmitiram valores. São elas que nos ensinaram que a verdadeira força não mais do que nos músculos, se encontra na alma, na coragem de continuar, no amor que colocaram em cada tarefa, em cada gesto.
Que neste dia e em todos os outros, possamos reconhecer e agradecer o legado que deixaram e continuam a deixar. Porque sem elas, a nossa aldeia não seria o que é. Sem elas não seríamos, deram-nos tudo. deram-nos a vida, cuidaram de nós. A todas as mulheres da nossa terra, a nossa eterna gratidão.
Com 85 anos de idade, faleceu, em França, a nossa conterrânea Lurdes Bárbara Cunha, filha de Francisco Cerdeira Cunha e de Justina Bárbara. Fazia parte de uma extensa fratria: Isabel, José, Manuel (já falecidos) e Celeste, Francisco, António e Fernando. Apresentamos as nossas condolências às filhas, irmãos e restante família.
LÁSTIMA.
Acabaram-se as brincadeiras e o caracteristico ambiente de folia e
boa disposição dos dias carnavalescos .
Voltamos à realidade das venturas e agruras do dia a dia comuns.
Logo de manhã,bem cedinho,ainda sob o manto cinzento do alvorecer chuvoso,meto-me a caminho do Centro de Saúde da nossa cidade do Sabugal.
Não há marcações e ê confiar na sorte de se ser atendido.
Com pontualidade germânica ,que é aconselhada a quem quer ver resolvidos os seus assuntos mais urgente,meti caminho pelos 20 quilómetros que distam da minha residência até à cidade capital do concelho.
A sala de espera muito composta de gente de idade avançada, aguardava pela ajuda daqueles em quem se confia,em última instância.
Pontualmente,às 8 horas , a funcionária administrativa faz deslizar o pesado vidro da abertura e,com voz timida e seca,anuncia o que todos já temem: HOJE NÃO HÁ MEDICO!!
Hoje não ha medico,como não houve muitas vezes no passado recente.
Medico que "garante" urgências e atende os que têm direito a medico de familia ,e não o têm.
Assim,aqui não há marcações e quem precise de atendimento médico proximo,tem de arriscar . Ou tem de ter meios para procurar
a medicina privada,a medicina dos priveligiados.
Quem cala consente e estas gentes humildes,não têm outra consolacāo que não seja esperar por melhores dias,que nunca mais chegam.
Carlos Gata
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