Sair da vila para o campo é, hoje, uma aventura que, como todas as aventuras, contém riscos. Por isso, se o quiser fazer deverá ter alguns cuidados e tomar algumas precauções. Se não conhecer não se afaste de caminhos transitáveis e são cada vez menos; se conhece bem, como eu eu conheço, não se esqueça de avisar familiares ou amigos. De preferência arranje carava - não é bom que ande só. Não leve telemóvel porque não terá rede e os campos estão desertos: se cair, se torcer ou partir um pé, se lhe der uma macacoa poderá gritar á vontade que o mais provável é não ser ouvido por gente. Leve um bordão ( mulata, cajado, pau, moca, potro, vara) para se apoiar, para tirar o ânimo ou animosidade a algum cão mais afoito, para retirar a silva que se atravessa - e nunca se sabe se não lhe aparece um coelho à mão de semear. Não tema lobos ou outros animais selvagens que depois daqueles e de porte considerável só se for alguma raposa distraída ou porco bravo. Náo se assustará com o rastejo de lagartos por entre os ramalhos, porque, tão abundantes outrora, aposto consigo que não encontrará um mesmo que va para o Vale da Lapa para os lados da Arrifana onde por serem tão comuns deram a alcunha aos seus habitantes. Vista-se em conformidade com o que o espera: proteja a cabeça com boné ou chapéu (nenhum antigo era suficientemente tolo para andar, sobretudo no verão, de cabeça descoberta). Vista camisa que cubra os braços e livre-se de levar calção - para além de protegerem do sol ( se for muito cedo, do frio) protegem-no de arranhões de silvas e giestas. Como calçado o preferível será umas daquelas botas que ainda se vendem nos mercados bem ensabadas e do sapateiro do Adão. Se quiser poderá comprar óptimas botas na Timberland ou na Ecco pagando dez vezes mais. Dependendo dos seus gostos, interesses, propósitos e disposições, escolherá o percurso (haveremos de noutra ocasião dar alguns itinerários). Quanto ao tempo, sendo no estio, prefiro sempre o passeio matinal: o nascer do sol, a frescura da manhã, o orvalho, o chilrrear da passarada ... Não se esqueça de levar um cantil de água porque não a encontrará potável. Antigamente encontraria dezenas e dezenas de nascentes, presas e poços onde beberia água mais garantida do que as engarrafadas de hoje. Por vezes, terá de se confrontar com situações mais difíceis como sejam arames farpados que dificultam percursos, algumas vezes mesmo cortando caminhos e passagens públicos. Não desanime. Um duche, um almoço e uma sesta retemperam-nos para a próxima. Bons passeios.
E outros são barramentos civilizados. Não terá qualquer problema: o fio azul substitui a chave. Não custou nada: desatou-se o fio, abriu o portão, voltou a fechar e apertou novamente o fio. E que tal se substitíssem os barramentos de arames farpados por este processo?
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