O cardo, essa bela flor roxa defendida numa corola de espinhos, e o fato do mesmo se encontrar em extinção - quem me arranja uns pézinhos para plantar? - mostra como todo o ecossistema da vila se transformou. O leite eos seus derivados - o queijo, a manteiga e o soro - constituíam um dos fortes pilares da economia e da alimentação da população. O lavrador com a junta das vacas, uma piara de ovelhas e meia dúzia de cabras, tinha leite (que antess 1970 não era recolhido) que dava para consumo da família, para vender um litro a um ou outro que o não tivesse e todo o resto era transformado em queijo. Até os mais pobres tinham uma ou duas cabras, o suficiente para os abastecer de leite e fazer algum queijito. Era uma tarefa de todos os dias para a mulher do lavrador - fazer o queijo, por vezes mais do que um. Foi assim, até chegar, na década de 70, a Martins e Rebelo de Vale de Cambra, a fazer a recolha do leite. A par das receitas da emigração, a venda do leite representava um rendimento seguro e generoso.
A economia da vila era feita de uma enorme diversidade de pequenas coisas que permitiam que uma densa população vivesse(ou sobrevivesse) com recursos quase exclusivamente endógenos. Era todo o trabalho a montante de produção do leite, era o vazilhame necessário ao mesmo e à produção do queijo que requeria o trabalho de latoaria - ofício a cargo de Albino Leonardo e esposa: As latas, os copos, as francelas, os acinchos, etc, no tempo em que o vidro era escasso e o plástico ainda não chegara.
E com o queijo estava completa a trilogia: Com pão queijo e vinho já se anda o caminho. Mas, se forem de excelência, dizia um amigo meu, mais do que as provas de S. Tomás de Aquino, são a melhor prova da existência de Deus.
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