Os Padres esses mensageiros de Deus, que volta e meia nos surpreendem.
PADRE ANTÓNIO VIEIRA Nascido em Lisboa a 6 de Fevereiro de 1608 Falecido em Baía, Brasil a 17 de Junho de 1697 SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES.
«IV Antes porém, que vos vades, assim como os vossos louvores, ouvi também agora as vossas repreensões. Servir-vos-ão de confusão, já que não seja de emenda. A primeira cousa que me desedifica , peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande: Olhai como estranha isto Santo Agostinho: «Homines pravis, perversisque cupiditatibus facti sunt veluti pisces invincem se devorantes». Os homens com as suas más e perversas cobiças, vem a ser como os peixes que se comem uns aos outros. Tão alhea cosa é, não só da razão, mas da mesma natureza, que sendo todos criados do mesmo elemento todos cidadãos da mesma Pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer. Santo Agostinho que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo, mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar, para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros; muito maior açougue é do de cá , muito mais comem os brancos. Vedes vós aquele bolir, vedes todo aquele andar , vedes aquele correr às praças e cruzar as ruas? Vedes aquele subir e descer as calçadas, aquele entrar e sair sem inquietação, nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hã-de comer e como se hão-de comer :Morreu algum deles : vereis logo tantos sobre o miserável a destroçá-lo e comê-lo. Comem-no os herdeiros, comen-no os testamenteiros, comen-no os legatários, comem-no os credores, comen-no os oficiais dos orfãos e dos defuntos e ausentes, come-o o médico que o curou ou o ajudou a morrer , come-o o sangrador que lhe tirou o sangue, come-o a mulher que de má vontade lhe dá para mortalha o lençol mais velho da casa, come-o o que lhe abre a cova, come-o o que lhe tange o sinos, e os que cantando o levam a enterrar; em fim, ainda ao pobre defunto não come-o a terra, e já o tem comido toda a terra. Eis a minha singela homenagem ao maior vulto português, da Arte Barroca na Oratória Sagrada, no dia do 4º. centenário do seu nascimento».
. De novo, a condessa de Bo...
. Vilar Maior, minha terra ...
. Emigração, Champigny-sur-...
. Para recordar - Confrater...
. Requiescat, Isabel da Cun...
. Em memória do ti Zé da Cr...
. Requiescat in pace, Fenan...
. Paisagem Zoológica da Vil...
. Gente da Minha terra (192...
. badameco
. badameco
. o encanto da filosofia
. Blogs da raia
. Tinkaboutdoit
. Navalha
. Navalha
. Badamalos - http://badamalos.blogs.sapo.pt/
. participe, leia, divulgue, opine