Sábado, 31 de Maio de 2008
O mirante é aquele que mira. Com rigor se deveria dizer miradouro.
Que memórias lhe traz este lugar?
De "O Vila" a 2 de Junho de 2008 às 00:12
Que dizer deste lugar que desde a nossa mais tenra idade os nossos olhos, mesmo sem querer, se habituaram a ter ante eles!!!!. Foi um sitio testemunha das nossas brincadeiras, desde o futebol no estádio da praça ao jogo da chôna , do pião (com as respectivas nicas- era assim que se dizia?-no peão suplente que para o efeito levava quem deixava que o seu fosse empurrado até ao fundo da praça...) ao corcho lorêgo , à lua....um interminável rol!!.
Sitio previlegeado para daí se observar a quermesse e baile dos dias de festa do Senhor dos Aflitos. Miradouros como este só mesmo os de Ascensão e Graça Leonardo (não tão encima do "acontecimento")
Em períodos de futebol que aí decorriam, o jogo só parava quando os burros de Chico Henriques tinham de passar pelo portão que, por coincidência, era uma das balizas, quando chegavam com os talêgos da farinha, vindos do moinho da fraga. Só a morte poderá mais tarde (?) matar estas lembranças!!!.
Tempos em que se seguravam as calças com alças e quando uma se arrancava servia de corda para o que atrás conduzia o cavalo que tinha "cegado" na carreira!!!!.
Este comentário diz tudo...
De
julmar a 2 de Junho de 2008 às 21:42
Diz quase tudo, Manuel Maria! Porque era do mirante que um homem com um estadulho segurava pela parte superior o enormíssimo balão (quando somos pequenos as coisas grandes parecem muito grandes mesmo) do sábado de festa enquanto o ar quente o fazia inchar até ao momento que o pirotécnico achava em condição de subida. Neste momento era um silêncio total e uma ansiedade infinda , enquanto o homem de cócoras o pegava em suas mãos para o elevar. Assim que descolava, respirava-se de alívio, e a banda de música com composição adequada exultava o êxito da assumpção do balão aos céus até ao desaparecimento na confusão estelar.
De Ribacoa a 2 de Junho de 2008 às 23:33
«Quando somos pequenos as coisas grandes parecem muito grandes mesmo», diz julmar referindo-se ao balão». É verdade e aplica-se ao próprio mirante que parecia enorme não tanto pelo tamanho do espaço físico, mas sim pelo número de pessoas que nele se aglomeravam para não perderem pitada dos eventos levados a cabo na praça, não esquecendo os espectáculos dos tiriteiros (triteiros?) . É que, se a prole do seu proprietário, o Professor Pinheiro (ao tempo uma figura incontornável de Vilar Maior), só por si já era grande, havia sempre mais um lugar para os amigos mais chegados, facto que transmitia a ideia de ali se juntar uma autêntica multidão. É caso para dizer que nessa altura, o mirante cumpria plenamente os desígnios para que fora concebido. Porém, de há anos a esta parte, é com alguma apreensão e uma ponta de tristeza que venho constatando que o mirante tem vindo a crescer muito... Sempre a crescer... Sobra ali muito espaço.!!! cada vez mais espaço.!!! E isto é mais um mau prenúncio.
Comentar: