Não lhe peço para dizer o nome do cão, mas para identificar o lugar e dizer o que se lhe oferece sobre o mesmo.
Estávamos no pico do Verão. Um tórrido mês de Agosto que caminhava a passos largos rumo a Setembro, ameaçava abrasar todo o renovo (batatas feijão e milho) das veigas das Retortas. Urgia, por isso, minorar os efeitos da canícula com regas regulares, no máximo cada oito dias, tendo em vista salvar as colheitas. Porém, como se pode observar pela imagem, o nível da água tinha baixado consideravelmente, pelo que, regar a pé, tinha-se tornado impossível , não havendo outra alternativa senão recorrer aos "ogadores", obrigando os proprietários a organizarem-se para saberem quem regava, em que dias e a que horas, de molde a evitar o caos. Se não erro, Era a designada rega à dua . E assim, hoje os Marques, amanhã os Cerdeiras , depois os Simões , a seguir os Bárbaras, não davam descanso nem aos "ogadores" nem ao corpo. Colocava-se uma ou duas pessoas ali à boca daquela enorme regadeira e toca a "ogar" levando a água, neste caso não ao moinho, mas às batatas. E, tão logo que chegasse o fim de Agosto, aquele que tinha sido um grande lago estancado "pela" açude das laijoeiras " alaijoeiras " , não passava de um pequeno charco, que mal dava para cobrir a carapaça da numerosa colónia de Cágados que tinham passado toda a Primavera e grande parte do Verão espaparrados naquelas duas lajes que se vislumbram lá ao fundo. Não fosse o cão que aparece na imagem em primeiro plano, o qual julgo ainda estar vivo e de boa saúde e diria que este filme teria sido rodado nos anos cinquenta/ sessenta do século passado.
Ribacoa
De O Cota a 8 de Junho de 2008 às 22:58
Para quem não saiba, aquelas plantas parecidas com milho, do lado esquerdo da imagem, dão pelo nome de tabúa e serviam para fazer aquele entrançado muito característico dos assentos das cadeiras da Vila e de toda aquela região. Era aqui que os cadeireiros como os Caífes , o Joaquim Fernandes (Bodego ) e outros se abasteciam da matéria prima necessária para o efeito, sem nada terem que pagar ao proprietário do lameiro. Era mais um, de entre os vários costumes ancestrais que vigoravam na Vila.
De "O Vila" a 8 de Junho de 2008 às 23:16
Poder-se-á afirmar,com alguma razão, que estou a meter a foice em seara alheia, mas reflectindo nas palavras de O Cota, ocorre-me perguntar se essas como tantas outras coisas parecidas, se transplantadas para os tempos de hoje, com a avidez por dinheiro dos nossos governantes, não lhe estabeleceriam um qualquer tipo de imposto??!!!!.
Pessoalmente não tenho dúvidas de que "algo" se havia de arranjar para o justificar!!!.
Essa ideia é perigosa...
não vá o Teixeira lancar derrama sobre a tabúa...
De Anónimo a 12 de Junho de 2008 às 11:46
Pois, pois. Pxxxxxt. Caluda.
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