Têm sido muitos os conterrâneos, nos poucos dias passados na aldeia, que me têm incentivado a continuar com este blog e me contam do gosto em espreitar o que por aqui se mostra e diz. Trata-se, de facto, de um meio extraordinário de comunicação: Esteja em que parte do mundo estiver, a qualquer instante podemos comunicar uns com os outros. Há vilarmaiorenses por todos os cantos do planeta. Convido-os a todos a participarem com notícias, opiniões, fotografias e fazerem deste blog o blog de todos nós. Há muito que dizem não saber como participar. É fácil: basta clicar em responder a comentário, escrever na caixa que se abriu e enviar- tudo à distância de um clic. Se quiser publicar fotografias terá que enviar para julmarjsm@hotmail.com
Para todos os que por aqui passam votos de felicidade e um abraço.
De Anónimo a 26 de Agosto de 2008 às 22:22
é um gosto passar por aqui e ter notíias da minha aldeia.
forte abraço
paula
De Carlos Marques a 29 de Agosto de 2008 às 12:24
-TRILHOS DE VILAR MAIOR -
Dando sequência à iniciativa levada a cabo com sucesso no ano transacto, entendeu o grupo de amigos dos trilhos de Vilar Maior (eu os baptizo...), programar e efectivar nova jornada de trabalho e salutar convívio, agora em moldes um pouco diferentes, a ter lugar no dia 17 de Agosto em curso. Do programa constava a limpeza do troço do caminho compreendido entre a Fonte Velha e Arrifana, tarefa que seria efectuada por dois grupos: o da Vila, até ao ribeiro do Vale da Lapa: o de Arrifana, entre esta localidade e o referido ribeiro. Mais se previa que, findos os trabalhos, houvesse lugar a uma valente churrascada. E assim foi. Na data aprazada, manhã bem cedo, juntaram-se os trilheiros na praça e daí partiram munidos das ferramentas apropriadas (convencionais e modernas), não faltando, como meios de apoio, dois tractores e um burro com a respectiva carroça, este com a finalidade específica de transportar os géneros alimentícios e os apetrechos de cozinha (grelhas). Iniciada a faina e uma vez chegados ao pontão do Pinguelo , surgiu o primeiro obstáculo mais sério, devido à grande quantidade de mato a desbravar. Porém, o pior estava para vir mais à frente junto à tapada da Limpa e no caminho da Correia, onde a coisa fiava mais fino; Giestas enormes ( ah se os fornos ainda cozessem), um emaranhado de silveiras, bracejos, fieitos e pasto, reboleiros e carvalhos por todo o lado... Face a tal cenário, o desânimo e o cansaço começavam a dar os primeiros sinais, principalmente nos seniores. No entanto, assim que estes punham os olhos nos dois veteranos que ali seguiam implacáveis transbordando vigor e ânimo por todos os poros, lá conseguiam fazer das fraquezas forças para continuar. Ah...! Os dois veteranos são os do costume nestas lides; O ti Zé da Cruz e o ti Fernando Cerdeira que devem andar pelos oitenta e tal anos. Da têmpera destes já não se fabricam mais, mem mesmo de encomenda. Valeu-nos que o dia estava fresco e, se calhar, foi esta razão pela qual, uma vez chegados ao ponto de encontro com o grupo vindo de Arrifana, constatámos que somente dois mais corajosos se tinham afoitado. Ora, todos nós sabemos que os lagartos apreciam, sobremaneira, os dias mais quentes e as horas de maior calor, o que poderá explicar tão reduzido número de participantes. De todo o modo, valeu a intenção e, no fundo, a Arrifana até estava ali bem representada pelo sr. Manuel Monteiro e pelo João Rasteiro. Finalmente, cumprida que estava a parte mais penosa do programa, segui-se farto e variado churrasco, optimamente confeccionado (parabéns às cozinheiras) e melhor regado com tinto ou branco conforme as preferências, não tendo faltado os saborosos melões à sobremesa. O cheiro era tão intenso e apelativo que até a chuva se quis associar com uns suaves pingos, como que a abençoar o evento. E foi no caminho de regresso que todos se deram conta da verdadeira dimensão do trabalho realizado. Penso que qualquer tractor ali poderá circular sem dificuldades. Aos amantes dos passeios matinais sugiro-lhes que façam o percurso, mais lhes lembrando que motivos de interesse paisagístico e histórico para ver ou rever não faltam, nomeadamente: A Fonte Velha, as ruinas do moinho junto ao pontão do Pinguelo, o pombal, um lagar (ou um pio?) escavado na rocha na tapada da Limpa, as sepulturas tambem escavadas na rocha na Correia e, caso lhes restem algumas forças, podem subir a encosta sul do Vale da Lapa, ali para as bandas do Vale de Castanheiros e admirar o Barroco da Janelinha, bem como a vasta, bela, agreste e típica paisagem da região. Sendo prevísivel e natural que no fim do percuso sintam algum cansaço e desconforto, poderão recuperar forças à sombra de frondosos freixos no local onde decorreu o repasto, envolvidos num silêncio impressionante, só ocasionalmente entrecortado pelo fugaz esvoaçar de alguma ave e pelo agradável e peculiar murmúrio de um fio de água que se escapa entre os fisgos das rochas rumo às veigas das Retortas. Deus queira que no próximo Agosto se acrescente mais um trilho aos já existentes e que todos ( se possível até mais alguns), possamos estar presentes. Será bom sinal.
C M
De "O Vila" a 29 de Agosto de 2008 às 22:01
Um texto que nos trás à lembrança a maneira de escrever do nosso patrício Aquilino Ribeiro e o modo como ele descrevia "as terras do demo".
Uma nota para a ausência do fotógrafo que, como será fácil de constatar, estará a gozar férias, algures. Dirão "os trilheiros " que não ir alguém para lá estorvar já foi uma grande ajuda, mas convenhamos que não ficaria mal uma fotografia que mostrasse aos demais a face daqueles que não se limitam a apontar só por palavras as necessidades e passam, isso sim, das palavras aos actos.
Claro que muitos estão impedidos de o fazer ou porque estão a trabalhar ou porque "valores mais altos se alevantam ". Esperemos que daqui a um ano não decresça o número de trilheiros mas pelo contrário, cresça esse grupo, contando com alguém mais que, eventualmente entre na situação de aposentado.
Já agora lembro um pequeno projecto que há uns tempos foi tema de conversa neste blog e tinha a ver com pequenos trabalhos no pontão do portosabugal ; muito provavelmente será obra adiada para o próximo ano!!!!.
Um abraço para todos e principalmente, para os trilheiros da VILA.
De Carlos Marques a 29 de Agosto de 2008 às 23:35
É claro que as palavras serão devidamente ilustradas com alguns retratos, não vão os leitores que não viveram a aventura, duvidar da veracidade dos factos relatados. A seu tempo, o Director do blog fará o favor de as dar à estampa. Não fossem as limitações técnicas que também nesta área perduram em Vilar Maior e estou em crer que já o teria feito.
C M
De Carlos Marques a 30 de Agosto de 2008 às 13:13
ERRATA: Na quinta linha onde se lê:
«a ter lugar no dia 17 de Agosto em curso.»
Deve ler-se:
«a ter lugar no dia 16 de Agosto em curso.»
C M
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