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Segunda-feira, 13 de Abril de 2009

« Milhafre» - João Valente

  

Aldeia deserta!

          Aqui descansarei um dia. A minha vontade já não me leva além destes montes. Pertenço a estes cabeços e fragas. Está decidido!

         Aqui da torre do castelo, subo mais alto que os outros pássaros, planando sobre as ruas desertas como o milhafre. Este voo calmo de todos os dias, me bastará: Duas voltas sobre a praça, uma passagem rasante à flecha da igreja e a descida abrupta sobre a escarpa do rio, onde terei o ninho.

 

publicado por julmar às 14:38
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3 comentários:
De João que ri a 19 de Abril de 2009 às 14:22
A prova de que às vezes não é necessário escrever muito. Bastam as palavras certas. E o João Valente já nos habituou a elas. Parabens pela escrita! Dedique-se a ela. Eu sei a gente precisa de viver, no sentido mais primário.

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De Manuel Maria a 22 de Abril de 2009 às 12:55
Dizia Erasmo sobre os poetas:
«formam uma raça independente, que constantemente se preocupa em seduzir os ouvidos dos loucos com coisas insignificantes e com fábulas ridículas. É espantoso que com tal proeza se julguem dignos da imortalidade». E continuava: «esta espécie de homens, está, acima de tudo, ao serviço do Amor-Próprio e da Adulação».

Enfim... Seria mais um idiota auto-satisfeito a dizer banalidades!

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De Vm4ever a 21 de Abril de 2009 às 11:08
Acho que este poema consegue expressar um pouco a maneira como todos nós queremos acabar os nossos dias, gozar a nossa velhice, rodeados de todas as referências que definem que somos, a nossa identidade, na nossa Terra!!!

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