Do que pesquisei o antropónimo Rasteiro terá tido origem por terras da Vila ou da Arrifana. Procurei-os em listas telefónicas antigas e na Internet em listagens várias. Nem rasto aparece. Mesmo em documentos da Vila, como seja, as Mesas da Misericórdia ou bens de alma e, mais uma vez, não aparece. Nos registos de batismo o mais antigo que temos é de um tal João, filho de José Rasteiro, casado com Maria Amélia Passareira, do ano 1913
O nome, não se encontra fora de Vilar Maior e terras confinantes – Arrifana, Aldeia da Ribeira, Batocas – e os que encontrarmos por outras paragens, nomeadamente em França, são descendentes dos Rasteiros daqui. Este, é assim um nome que aqui se criou.
Se todos os nomes têm um significado, este leva-nos, num primeiro momento, a tudo o que anda rente ao chão, àquilo que se arrasta ou que anda de rastos, ao que é rastejante ou rastejador. Poderia ser por serem de baixa estatura? Podera, mas, em termos físicos, a estatura da família Rasteiro está provavelmente, na média das outras famílias. Também poderia haver um antepassado especialmente pequeno, que por alcunha se transmitisse aos descendentes. A origem poderá ser outra, bem mais plausível, se tivermos em conta o perfil psicológico. Rasteiro pode ser aquele que segue, identifica ou, até, o que produz ou (não) deixa rasto o que se traduz numa capacidade notável de sobrevivência e de êxito na vida. O perfil psicológico contraria o primeiro sentido que nos atira para a submissão, a obediência, o servilismo, a humildade mesmo. Os Rasteiros(as)têm um carácter guerreiro, são afirmativos, independentes, desafiadores, destemidos, altivos, confiantes, com elevada auto-estima que no excesso, os pode levar a uma auto-imagem de superioridade, tão evidenciada no ti Manel Rasteiro: “Atão, caratel, atão no vendes que não há vacas com mais força cas minhas, home!” Estas características levam à criação de uma imagem de animosidade e conflito que mais os conduz à afirmação das mesmas. O sentido de oportunidade e de risco leva-os a dedicarem-se a negócios e a serem os primeiros a emigrarem. A ocupação dominante era a agricultura e a pastorícia, raramente artesãos, lavradores mais que jornaleiros que lhes tiraria a independência. Em casos de excepção, dedicaram-se a estudos para além do ensino básico. O humor está longe de ser um traço dominante como não perdem tempo com o jogo. A vida é levada a sério. Tornou-se, no século XX, uma das mais extensas famílias da Vila cruzando-se com as famílias: Cruz, Cerdeira, Costa, Lourenço, Sacadura, Carreira, Silva, Martins, Cunha, Proença, Costa, Fernandes, Passareira, Alves, Santos, Dias, Gonçalves, Bárbara, Gil, Duarte, Louro. Certamente, ainda outras de que não tenho conhecimento. Aos da minha geração ficam-nos na memória a ti Filomena Rasteira (mãe do António, do Zé e do Manel), o ti António Rasteiro, da Arrifana (pai do Chico), o ti Manel Rasteiro, o ti Júlio, a ti Maria, a ti Matilde, o ti Zé, que na generalidade, cumpriram generosamente, o mandamento bíblico: "Crescei e multiplicai-vos", de onde se segue haver uma profícua descendência que, dado o fenómeno da globalização, deixou de estar confinada à Vila, mas que aí regressam quando podem.
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