Todos guardamos da nossa infância a memória de uma ou algumas árvores especiais. As árvores são seres tão extraordinários que , às vezes parecem guardar todo o mistério da vida. Se é da Vila e da minha geração lembrar-se-á das que vou referir e poderá acrescentar as suas.
Os ciprestes das Portas são de todas as árvores as que mais vivamente se gravaram em mim, talvez porque faziam parte da minha visão quotidiana quando, logo pela manhã, perscrutava o estado do tempo. Prantados nas Portas, esse magnífico hall de entrada na Vila, como que em dois jarrões - um na cerca do sr José Pedro, o outro no jardim adstrito à Casa das Rebochas - eles são os guardiões do povoado. O vento é quem lhes tira a mudez. Hirtos, parados, quietos,vestidos de um verde escuro sempre igual, entram no azul do céu, esquecidos das raízes fundas que os prendem à terra, e, meditativos, gozam a calmia do equilíbrio dos elementos da natureza. Agitados por brisa ligeira curvam suave para lá e para cá como se embalassem sono de criança ou, em ritual de vénias saudassem quem chega ou regressa, dissessem adeus a quem parte por tempo ou para sempre. Mas se o vento os manda, enfurecem-se, contorcem-se de tal maneira que só a fibra rija de que são feitos impede a desintegração dos seus corpos. Depois, novamente, na quietude do seu ser, continuarão de pé a ligar a terra ao céu e a testemunharem secularmente os que vão, os que vêm, os que partem.
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