Sexta-feira, 8 de Maio de 2015

Dia do burro

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A cabra, o marrano e o burro, cada um a seu jeito, foram a trindade que susteve as gentes da vila nos tempos mais antigos. E histórias de burros é o que não falta. A vida não era fácil nem para pessoas, nem para animais. Mas para o burro era ainda mais difícil: Carregava o dono, os filhos e a mulher; carregava para lá e para cá toda a tralha transportável; se era preciso lavrar, lavrava; chegava o tempo das regas e tapavam-lhe os olhos que serviço de tocar a roda é pior que o suplício de Sísifo. Por isso, se na vila alguém merece uma estátua é o burro. Mas inteligentes como somos, jamais seremos capazes de lhe expressar o nosso reconhecimento.

  O BURRO

Quem diz que o burro é burro

É porque de burros não sabe

Pois se de burros soubesse

Via que o atributo lhe não cabe

 

Mais depressa que ninguém

Aprende os caminhos vários

Mas escolhe o que lhe convém

De acordo com os herbanários

 

Ao contrário da vaca lenta

Que desvendada à nora anda

Só de olhos tapados

O aceita  fazer a jumenta

 

Tratar mal o jumento

Só por forte ingratidão

Sendo de pouco sustento

Pra o homem ganha o pão

 

E quanto ao sentimento

Devem ter muito cuidado

Se não "convidam" o jumento

Ele pode ficar o gado

 

Não podendo ter cavalo

Que é animal pr'a nobre

Não ter sequer um burro

É estar abaixo de pobre

 

Tem tão forte natureza

Quando parada anda

Que nenhuma força maior

Nem voz em ti manda

 

Da tua natureza resistente

Se conta a história no povo

Do "José Mama na Burra"

Como o homem mais potente

 

Quando ides para a feira

Vede como o albardais

Que seja à boa maneira 

Com cabresto, cilha e atafais

(IN, Memórias de Vilar Maior, minha terra, minha gente - Júlio Silva Marques)

 

publicado por julmar às 18:55
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